capítulo nove

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Mostre-me seu mundo, seu coração
Venha até mim e segure minha mão
Eu vou te amar, mesmo que esse mundo mude.

Louis nunca foi do tipo muito comunicativo. Ele raramente expressava suas opiniões sobre algo, não era do tipo que gostava de dizer o que pensava sobre alguma coisa, alguém ou alguma situação.

Nasceu e foi treinado para ser um guerreiro, e guerreiros não devem expressar o que sentem, para que os inimigos nunca saibam sua fraqueza. Desde pequeno, foi ensinado a não manter nenhuma expressão em seu rosto, para que nunca soubessem o que se passava em sua cabeça e qual seria seu próximo passo. Na batalha, essa era uma das coisas mais importantes.

Quando criança, Louis era o garoto incrível de sua mãe. Johannah Tomlinson o amava com todas as suas forças, e Louis a amava também. A mulher era a pessoa que o príncipe mais admirava em toda a sua vida e também o único amor que ele conheceu. Ela era uma mãe gentil, amorosa e a mais bonita de todo o reino. Apesar de parecer fraca, ela carregava seus dois filhos, Robert e Louis, em seus braços para todo lado, coisa que outras rainhas não faziam.

Infelizmente, Johannah acabou falecendo depois de dar a luz a Alexander dezesseis anos atrás. O mais novo dos Tomlinsons, infelizmente, cresceu sem o amor de mãe que todos os outros irmãos tiveram. Louis sentia-se mal por ele, mas nunca teve coragem de se aproximar do garoto. Talvez porque Alexander fosse o filho que mais lembrava Johannah, tudo nele era extremamente parecido com a mulher. Por não saber muito o que dizer, Louis o admirava e o protegia de longe, afinal, ele era seu irmão mais novo.

A relação dele com seus outros irmãos era relativamente boa. Eles não se intrometiam na vida um do outro e raramente se falavam. O único irmão o qual Louis podia confidenciar tudo que sentia era seu único irmão mais velho, talvez porque tivessem crescido juntos e Robert sempre esteve por lá. Ele era a figura que o Louis mais respeitava em todo aquele reino.

– Você tem passado bastante tempo com o novo hóspede.– Robert soltou como quem não quer nada, enquanto ele e Louis jantavam juntos. O mais novo engasgou com a sua comida e o irmão deu uma pequena risada.– O que você acha dele?

– Estranho. Terrivelmente estranho.– Louis tentou esconder o sorriso que se formou em seus lábios ao falar do cacheado.

– Hmmm... Isso é diferente. Você normalmente não gosta de dizer sua opinião sobre as outras pessoas.– Robert mastigou o pedaço de carne que estava em seu prato, mantendo sua tranquilidade como sempre.

– Esse rapaz me tira do sério. Ele está sempre fazendo coisas que eu digo para não fazer, ele fala demais, sorri demais e é muito...muito...– Louis, definitivamente, não sabia como continuar aquela frase.

– O que? Bonito? – O irmão mais velho sugeriu.

– Não.– Louis respondeu, curto e grosso.

– Eu tenho olhos. Consigo reconhecer quando alguém é bonito.– O primogênito sorriu. Louis desviou os olhos para o prato e não conseguiu pensar em uma resposta, ou, simplesmente, não quis responder. A segunda opção era mais provável.

Robert não continuou com o assunto naquela noite, mas de vez em quando ele dava alguns sorrisinhos como se soubesse o que estava acontecendo. E, talvez, ele realmente soubesse.

A verdade era que Louis achava Harry um ser terrivelmente estranho, irritante, arrogante, bonito, lindo, maravilhoso e todos os outros adjetivos para beleza que se podia imaginar. Como poderia não achá-lo bonito? Ele tinha lindos olhos verdes, aqueles pequenos furinhos que se formavam em sua bochecha quando sorria, o cabelo enrolado em pequenos cachinhos e aqueles lindos lábios vermelhos. Era impossível não acha-lo uma beldade.

Somewhere someday || L.SWhere stories live. Discover now