Bibidi-Bobidi-Bu

Bibidi-Bobidi-Bu - The babysitter

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Sabe aquela vontade de se isolar do mundo? Não querer ter contato com ninguém, pelo menos naquele momento. Você quer apenas ficar sozinho. Na maioria das vezes quer ficar sozinho por estar triste, mas as vezes você não precisa estar triste, você só quer paz. Apenas um pouco de silêncio. Eu queria isso. Eu queria ficar sozinho e passar a tarde toda sozinho vendo filmes de comédia. O quê? Eu ainda tenho senso de humor! Não muito, mas tenho. É claro que na maioria das vezes quando eu faço alguma piada, em vez de fazer as pessoas rirem, eu as faço ficarem em dúvida sobre a minha saúde mental.

Minha mãe me ensinou que nem tudo vai ser do jeito que queremos e a gente precisa lidar com isso, afinal, seria sem graça um mundo onde as pessoas podem ter tudo quando quiser. Podemos dizer que não, mas no fundo sabemos que é.

Neste exato momento, estou arrumando minha mochila para visitar minha família. Admito que vou mais pelo o que Sungchang havia dito mais cedo, e também pela folga que consegui de quatro dias. Talvez ficar em Busan por três dias não seja ruim, certo? Errado! Ou me fazem correr com eles ou de empregado. Eu sou o segundo filho mais novo e trabalho praticamente o dia inteiro, meus pés precisam de um descanso e eu preciso ser um pouco mimado. Não estou pedindo demais, estou? Jihyun é o mais novo e ainda está na escola. Até parece que alguém pede algum favor para ele! Tudo sou eu.

Adolescentes... Meus pais e meu irmão diziam que eu não tive uma adolescência, pois rapidamente saí da infância e pulei para a velhice. Pois eu discordo! Eu não sou rabugento e fico reclamando de tudo, sou? Mas eu prefiro ser assim do que ser igual ao Jihyun que só pensa em festa e videogame. Ele não pensa em mais nada. Tão imaturo...

— Saindo tão cedo, garotinho?

— Vou visitar minha família em Busan. — sorri. Eu poderia parecer feliz, mas eu estava quase morrendo com aquela mochila pesada nas costas.

— Que legal! Boa viagem, pequeno Park.

— Obrigado, senhor. Até logo.

A vida realmente gosta de me foder, impressionante. Eu fiquei quase uma hora em frente do apartamento, esperando a porra de um táxi.

— Desculpe-me garotinho, o trânsito estava cheio. — acho que ele percebeu que eu estava de mau humor.

Qual é a dessa gente? Me chamando de "garotinho". Eu tenho 20 anos, sou adulto!

— Tudo bem, senhor. Eu já estou ferrado mesmo.

— Qual é o seu destino?

— Rodoviária.

Paguei o taxista e fui comprar minha passagem para Busan. Por sorte, eu havia conseguido a última passagem. Talvez eu não estivesse tão ferrado assim, quem sabe a vida esteja colaborando comigo? Não, não pode ser. Quando está dando tudo certo, quer dizer que algo vai dar muito errado.

O cheiro de comida da rodoviária era ótimo.

— Boa tarde. — um senhor de idade com um sorriso gentil no rosto aproximou-se. Suas roupas estavam sujas e rasgadas, seu chinelo que parecia branco, estava sujo.

— Você tem algum trocado? — ele perguntou.

Tirei algumas moedas do bolso e o homem me olhava com um sorriso no rosto. Entreguei para o mesmo, retribuindo o sorriso. O que mais me deixou curioso foi sua expressão de decepção que fez assim que contou as moedas.

— Só isso?

— O quê? — o que ele queria dizer com "só isso?".

— Vai me dar só isso? — o homem jogou as moedas no chão e saiu andando com a sua coberta e travesseiro.