Capítulo 4

3.2K 268 50
                                    

Algumas semanas depois...

Em todos esses dias que passaram, agi como se nada tivesse acontecido com o Nicholas. Até porque, aquilo não passou de uma bobagem que fiz, enquanto estava bêbada.

Emfim, hoje estou sendo chantageada pelo meu próprio pai a acompanhá-lo em um "evento de caridade", com a promessa de que se eu me comportar, poderei ter um dos meus cartões de volta. Confesso que aceitei por puro interesse, já que esse tipo de encontro só se diz em prol dos necessitados, quando na verdade, todos estão ali para aparecer e fazer um belo teatro. A maior parte dos lucros arrecadados sempre vão para cobrir os custos da festa, ou bancar outras.

— Aqui, Sarah. — Nancy entra no quarto, carregando meu vestido que acabou de passar.

— Obrigada. — O pego de sua mão e o coloco sobre a cama. — O Senhor Bittencourt já está pronto?

— Sim. Está conversando com os seguranças lá na sala. Inclusive, devo comentar que estão todos lindos. Principalmente meu Eduardo. — Sorri.

— Hum... — Me aproximo e seguro sua mão, a rodando como uma bailarina. — Quer dizer que se reconciliaram?!

Tanto ela, quanto o Eduardo estão conosco há muitos anos, mas o romance só deslanchou há alguns meses.

— Estamos muito bem e até sairemos para jantar amanhã, já que seu pai o dará folga.

— Fico feliz por vocês. — Lhe dou um beijo na bochecha e volto a focar no espelho à minha frente.

— O Nicholas também está lindo. — Comenta e lhe dou um olhar mortal. — As meninas quase infartaram. — Se refere as outras funcionárias.

Acabei tendo que comentar o que aconteceu, já que desconfiou da minha atitude.

— Sério?! Sugiro o infarto. Acho mais fácil de se lidar. — Ironizo.

— Sarah. Para com isso. — Me repreende. — Só estou brincando. Agora preciso descer. Não demore muito. Sabe como seu pai é impaciente.

Deixo essa história para lá e ao terminar de me arrumar, confiro como fiquei. Meu vestido é preto, longo, justo na cintura e tem um decote ombro a ombro, que cai perfeitamente com meus cabelos presos e algumas joias que coloquei. Pego minha bolsa e saio do quarto. Enquanto desço as escadas, recebo a atenção de alguns olhares e, no meio deles, um que me prende. A Nancy estava certa, ele está realmente lindo em seu black tie, que contorna todas suas curvas malhadas.

— Sarah. — Sou tirada dos meus pensamentos com a voz do meu pai. — Está belíssima, filha. — Pega minha mão e a apoia em seu braço. — Podemos ir? — Pergunta ao Taylor.

— Sim, Senhor. — Confirma.

Saímos à frente e ambos nos acompanham. Nicholas vai dirigindo e, por várias vezes, encontro seu olhar pelo retrovisor.

Cerca de meia hora depois, chegamos ao nosso destino e ao adentrar o local, somos recebidos por diversos flashes e sorrisos animados. Os seguranças se posicionam em lugares estratégicos e sou guiada para cumprimentar senhoras e senhores, dos quais preferiria não ter o desprazer.

— Senhor Bittencourt.

A não, essa voz.

— Christian. — Meu pai se vira e o saúda alegremente.

— Senhorita Sarah. — Me olha, admirado. — Permita-me dizer... — Segura minha mão. — Está incrivelmente perfeita, aliás, como sempre. — Deixa um beijo sobre meus dedos.

MEU SEGURANÇADonde viven las historias. Descúbrelo ahora