Capítulo onze

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Wanda acordou no dia seguinte e a primeira coisa que notou foi que Rachel não estava ali. Levantou em um pulo da cama, assustando seu gato e calçou os chinelos. A casa beirava em um completo silêncio. Péssimo. Silêncio e criança eram definitivamente uma das piores combinações. Encontrou Rachel na cozinha com um pano na mão e em uma poça de leite enorme embaixo dela.

— O que é isso, Rachel? – falou um pouco alto demais.

A menina se assustou e caiu de bunda na poça de leite. Rachel fez bico, com os olhos cheios de lágrimas, pensando que Wanda fosse brigar com ela.

— Eu tava tentando fazer café da manhã pra você, tia – disse chorosa.— Mas eu acabei derramando todo o leite no chão. Me desculpa.

Wanda passou as mãos nos cabelos e respirou fundo, ajudando a menina a se levantar.

— Não precisava fazer café da manhã pra mim, princesa. Você não alcança nada das coisas ainda e pode se machucar – achou melhor dizer isso do que lhe falar que ela não sabia fazer nada ainda.— Pode deixar que eu faço o café da manhã, ok? Mas antes vamos tomar banho.

Rachel concordou e Wanda lhe deu banho, tomando o seu em seguida. Fez o café da manhã para as duas e elas foram para o apartamento da menor para arrumar tudo.

Wanda colocou os móveis novamente no quarto de Rachel, enquanto a mesma disse que ficaria na sala brincando com Bichento. Assim que terminou de colocar tudo em seu devido lugar, a ruiva franziu a testa ao perceber que agora Rachel estava quieta demais. Não que ela estivesse gritando antes, mas agora não se ouvia nada. Wanda não pensou duas vezes em ir até a sala, afinal, criança e silêncio junto nunca era uma coisa boa.

Wanda respirou fundo assim que se deparou com a cena. Rachel estava com uma cara culpada e assim que viu Wanda soltou um "Oops". A lata de tinta rosa estava aberta ao seu lado e alguns respingos de tinta estavam no chão, seguidos por... pegadas de gatos?

Wanda saiu correndo atrás das pegadas, com Rachel atrás de si e quase caiu dura no chão. Seu gato estava rosa! Rosa! ROSA! Rosa rosa rosa! Da cabeça ao rabo, rosa! E não era o rosa claro, e sim o escuro! Seus pelos ruivos agora estavam rosas!

E como cereja do bolo, Bichento ainda havia acabado de entrar no quarto de Bucky. E como se não bastasse, o maldito felino ainda havia deitado no travesseiro do homem e a olhava em expressão de total afronte.

— Como.. como isso aconteceu? – juntou toda a calma e paciência que possuía para não surtar.

Rachel se encolheu.— Eu queria pintar só as unhas do Bichento de rosa.. mas ele pulou do meu colo e acabou caindo dentro da lata toda.  Eu fui tenta pega ele de novo, mas ele fugiu pro quarto do papai. Desculpa, tia, me desculpa – soluçou, já deixando lágrimas caírem.

— Ai, meu Deus, Rachel. Se acalma – enxugou as lágrimas da menina.— Você tem que ficar preocupada com seu pai, isso sim. Céus, aquele homem vai dar um chilique daqueles, quero nem ver. Vamos tentar limpar isso antes dele chegar.

Rachel foi se acalmando e concordou com a cabeça. Wanda foi até seu gato e o tirou do travesseiro de Bucky com dificuldade, o gato não queria sair de jeito algum de lá. O colocou no colo de Rachel e tirou a fronha do travesseiro, por sorte não havia sujada os lençóis e pegou a lata de tinha que estava ali. Voltaram para o apartamento de Wanda e a mesma se preocupou em lavar a fronha primeiro, em seguida jogou o gato dentro do tanque e deu-lhe um banho.

Não adiantou muita coisa, ele continuou rosa, e agora estava molhado. Bichento se sacudiu e espirrou água para tudo que é canto. Wanda o pegou de novo, e o secou o máximo que conseguiu.

Plano Imperfeito Where stories live. Discover now