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Não estou conseguindo me concentrar nesses novos projetos da Diene.

Fico pensando o que eles tanto querem? Eu simplesmente fui embora de lá para não viver uma vida que estavam planejando pra mim. Uma vida que eu não queria mais viver!

Passei por coisas que não gosto de lembrar mas...

- Oiii. - Diene estala os dedos, meus pensamentos são interrompidos. - Helena o que achou? - pergunta sabendo que eu não estava prestando atenção nesse projeto.

- Bom eu....

- Pode parar eu sei que você não estava prestando atenção, você não ouviu nada do que eu disse? - me encara.

- Você sabe que não! - passo a mão no meu rosto.

- Helena você não pode deixar seu passado dominar seu presente. - você não imagina como estou hoje, estou a flor da pele. Com a ligação do Nicolas.

- Tudo bem, manda para meu notebook seu projeto. Vou analisá-lo com calma. - levanto.

- Aonde vai? - me olha confusa. Nunca fui de deixar meu trabalho para depois, mas hoje não tenho escolha. Não estou conseguindo me concentrar.

- Vou pra casa, não estou conseguindo me concentrar, mas lá estudarei o projeto. - pego minha bolsa.

- Tá bom, fique bem não gosto de ver você assim! - força um sorriso levantando da poltrona, me abraça. Retribuo o abraço. - acho que você está precisando de umas tequilas! - sorri desabraçamos tento sorrir.

- Sim pode ser mas outro dia, hoje não estou no clima. Vai você se divertir com o boy delícia.

- Você está precisando de um boy também. Tem que tirar essas teias de aranhas que tem aí embaixo dessa calça. - gargalha.

- Haha, engraçadinha. Já vou indo por que essa conversa sua está indo pro rumo errado.

- Vai fugindo mas uma hora você vai ter uma surpresa, vou fazer uma pra você que você nunca vai esquecer, e tenho certeza que não vai querer ficar sem. - pisca pra mim.

Sorrio só ela pra tentar subir meu ânimo, que hoje não está sendo fácil pra mim. Meu dia já começou muito mal.

Saio da minha sala, vou indo para o elevador.

- Senhora. - Nora a secretária me chama antes da porta do elevador abrir.

- Sim Nora.

- Ontem um senhor me ligou para saber se a senhora estava. Quis seu número que gostaria de falar sobre um projeto que estavam pra fechar. - não acredito.

Engulo seco.

- Qual era o nome desse senhor? - pergunto ríspida.

- Nicolas Rodrigo senhora. - balando a cabeça sem acreditar.

- Você deu meu número para ele? - ela arregala os olhos.

- Sim. Senhora ele insistiu muito. - fecho meu semblante.

- Quantas vezes já te disse que meu número pessoal não é para dar para clientes. Os meus clientes tem horários, o número que eles entram em contato comigo é outro.

- Desculpe senhora ele disse que era um amigo da família então... - entro no meio da explicação não deixo ela acabar de se explicar.

- Mas se ele fosse tão amigo assim ele teria meu número você não acha? - me aproximo dela, olho bem nos olhos dela. - eu sempre disse que meu número pessoal é pra família ou em caso de emergência quando necessário. Mas esse não era o caso.

Ela arregala os olhos.

- Me desculpe senhora, por favor não me demita. - aperto o botão do elevador sem parar.

- Amanhã nós conversamos, verei o que faço sobre isso. - entro no elevador fechando-o.

Não é possível, ela trabalha aqui tem uns anos e ainda não acostumou com a única regra!

Por isso aquele imbecil acabou descobrindo meu número.

Chego na garagem destranco o carro, entro vou dirigindo sem pensar para onde vou.

***

Quando vejo já estou no condomínio que meu padrinho mora.

Nem sei como eu vim parar aqui?!

Passo na guarita, vou direto para a casa dele. Estou precisando de um abraço dele, pra me confortar, poucas vezes eu fico assim para as pessoas verem. Não demostro fraquezas aprendi nessa vida que as vezes temos que fingir que não temos sentimentos. Sei que não é fácil pra mim fazer isso, por que fui forte estou sendo desde que me entendo por gente.

Desligo o carro, desço.
Bato na porta.
Ele abre.

- Minha filha você aqui?! Aconteceu alguma coisa? Você está bem? Pelo visto não. - ele mesmo deduz me abraça. Retribuo. Seguro minhas lágrimas não quero chorar.

- Você me conhece tão bem padrinho! - desabraçamos.

- Sempre. - ele fecha a porta. - vamos sentar no sofá, aceita um café? - diz todo entusiasmado.

- Claro padrinho. - respondo sentando no sofá. Ele sorri.

Coloca dois café nas xícaras, me entrega um e fica com o outro. Sentando do meu lado.

- Então minha filha o que te trouxe aqui em casa!? Geralmente você não vem essas horas aqui em casa. - toma um gole de café, mas fica me olhando.

Coloco a xícara na mesinha de centro, olho bem em seus olhos, seguro sua mão esquerda.

- Bom padrinho, recebi ligações da Lilian e do Nicolas. - minha respiração fica lenta, não posso ficar nervosa, não aqui na frente do padrinho.

Ele coloca a xícara dele na mesa perto da minha, segura minha outra mão, olha bem nos meus olhos.

- É filha então está chegando a hora de você enfrentar seu passado! - arregalo os olhos, fico surpresa com o que ele acabou de dizer.

- Não pode estar falando sério Padrinho! - não acredito nisso.

- Estou. - era só o que me faltava.

- Padrinho eu quero distância deles, de tudo, por isso que vim morar com vocês. Pra ficar bem longe de todos.

- Uma hora você vai ter que enfrentar seu passado, pelo visto ele já está batendo na sua porta.

É brincadeira só pode!!

Continua.....

Amanhã posto mais um capítulo 😘
Obrigada pela leitura 😻
Espero que tenham gostado, só não estou postando dois capítulos hoje por que o segundo não ficou pronto. Mas amanhã postarei ele 🤗.

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