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- Quer deitar um pouco minha filha. - respiro fundo.

- Estou bem padrinho. - tento passar serenidade, para que ele não fique preocupado. É o que eu menos quero é deixá-lo preocupado.

- Não está, não precisa se fazer de durona para mim. Essa armadura que você criou em torno de você, não me convence. Querendo ou não você é humana, eu sei que tem um coração aí batendo apertado agora. - aponta no meio do meu peito. - Ainda mais com esses acontecimentos. Mas você se tornou uma grande mulher. Apesar de tudo o que passou.

Se ele continuar falando assim vou chorar ainda mais.

- Obrigada padrinho por tudo. - esboço meio sorriso.

- De nada. - responde olhando nos meus olhos. - tenho muito orgulho de você filha, pode ter certeza que sua madrinha também estaria se tivesse aqui. Mas aonde ela estiver pode ter certeza que ela estará. - seus olhos brilham quando diz.

Olho para minhas mãos, mesmo com tudo o que fiz ele ainda sente orgulho!

- O senhor lembra que para eu estar aonde estou fiz umas coisas que não me orgulho, não é!? - sinto as palavras saírem ríspida, com um pouco de amargor.

- Não se culpe por isso. Na época não teve escolhas, mas se arrependeu do que fez. Isso é importante, você é humana nós erramos. - posso até ter arrependido mas pelo ato, pelo o que fiz, mas não me arrependo de ter o que tenho. E o que eu fiz, não me faz feliz.

- Verdade padrinho o senhor sempre sábio. - ele sorri.

- Vai deitar um pouco, relaxar. Toma um banho com calma. Você precisa.

- O senhor sabe que não vou conseguir não é?

- Claro que vai. Você sabe que tem um quarto aqui, é simplisinho, sempre foi e será seu. - sorri.

- Eu sei padrinho o senhor sabe que não tenho frescuras. Tenho minha casa do jeito que sempre quis ter depois que vim para cá. Mas quando estou aqui gosto dessa casa, desse meu quarto. - sorrio. - mas acho melhor eu ir, não quero incomodar o senhor.

- Não está, você não poder dirigir assim. Se eu deixar você ir assim pode ter certeza que sua madrinha vai me castigar. - olho para ele, falando assim quem vê pensa que ela está entre nós. - eu sei que pensa que estou louco por falar assim. - levanta. - mas pode ter certeza que quando eu for ela vai querer me matar por deixar você sair assim.

- Tá bom padrinho. - apesar dela estar longe em outro plano ele ainda ama ela de um jeito. Nesse amor posso até acreditar.

- Vai tomar um banho, deita na cama. Logo levo um chá pra você dormir melhor. - faz carinho no meu rosto, vai para o rumo da cozinha.

Levanto vou para o quarto. Abro a porta, está tudo como da última vez que estive aqui. Cama de solteiro simples, com uma colcha amarela com franjinhas, um criado mudo do lado esquerdo marrom claro com uma foto nossa quando eu era mais nova. Entro fecho a porta, um tapete de retalhos colorida, o guarda roupa marrom claro, com vários adesivos que eu coloquei na época.

Me aproximo passando a mão, lágrimas começam descer. É tudo tão simples porém eu quis ser quem sou, para ajudá-los. E querendo ou não para me ajudar, me proteger.

Mas principalmente para ninguém fazer o que fez comigo. Isso aconteceu por quê eu não tinha dinheiro.

Entro no banheiro simples todo na cerâmica até o teto, todo branco, a madrinha gostava dos banheiros todo branco assim como eu gosto.

Tem uma pia com balcão, tem umas gavetas para colocar toalhas, abro vejo sabonetes, creme dental, condicionador, shampoo. Ainda está tudo aqui, arrumadinho.

Pego uma toalha, sabonete, uma bucha. Tiro minha roupa.

Sento no vaso, passo a toalha no rosto.

- Respire Helena. - tento me acalmar.

Coloco a toalha em cima da pia, levanto abrindo o chuveiro.

Entro debaixo deixo a água atingir cada pedacinho do meu corpo. Parece que ela vai tirando esse peço de mim.

Choro ainda mais, aqui eu posso chorar, posso ser eu mesma.

Mas quando estou lá fora, não deixo me abalar. Passo a mão no rosto.

Tomo meu banho lavando meu cabelo, meu rosto.

Término de banhar, enrolo meu corpo na toalha, pego uma pequena coloco na cabeça enrolando meus cabelos.

Vou para o quarto, deito na cama do jeito que estou. Cubro com a colcha, arrumo o travesseiro.

Coloco minha cabeça nele.

- Saudades madrinha, não sei se consigo dormir, minha cabeça está a mil, com isso acontecendo. Por quê tinha que acontecer, por quê eles voltaram para a minha vida?!

Me encolhi, viro olhando nossa foto, fico olhando lembrando desse dia. Por mais que eu não era uma garota de sorriso fácil, nesse dia eu estava feliz me sentia bem.

Eles me fazia me sentir assim.

***

- Olá lindinha tudo bem? Vamos começar? - me apavoro.

Contínua.....

Desculpem por não ter postado antes. Minha NET estava muito ruim 🤦. Mas e aí o que acharam desse capítulo? 🤗

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Dona De Mim (em andamento)Where stories live. Discover now