O livro II

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"Terceira qualidade: o lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da felicidade"
                                      - a estória do lápis."

Flashback on

Estou pensando pra que tudo fique perfeito... há alguns dias atrás entrou um cara novo no elenco, cujo eu soube que teríamos algo, pois na história sempre tentam juntar um casal, ou melhor, sempre tentam arranjar um cara para a personagem principal. Deixando de lado críticas, nós começamos a conversar e a simples saídas como ir tomar um café a sós, caminhar conversando, era um cara legal. Seu nome é Christopher; Chris Wood, é um nome bonito. Hoje ele me chamou para um jantar vulgo encontro num restaurante aqui de Vancouver.

Eu estava num vestido branco curto de mangas longas, indo ao seu encontro me deparo com o homem sentado à mesa me esperando, havia vinho branco sobre a mesa e um sorriso a minha espera. Ao me sentar, ele pergunta:

– Aceita uma taça? – seus olhos eram sugestivos e o vinho tinha o aroma de frutas e flores como o verão; por coincidência estávamos nele.

– Sim. – Digo sorrindo com os olhos.

Flashback off

– Aceito. – Amendrontada de tesão pelas suas sobrancelhas, acabo aceitando. Aquilo que era pra ser rápido acho que vai demorar um pouco...

– Ok – Me estende a taça com o vinho tinto. – Vem, vamos sentar lá na sala. Então... de que livro estamos falando? – Ela realmente não sabia? Como assim...

– A casa dos espíritos... de Isabel Allende... – Digo olhando-o pensativa.

– Já o leu? – Diz Katie tomando o vinho de sua taça, tão terna.

– Não.

– Fique com ele. – Sua postura era séria e isso me quebrava.

– Mas por que Kat? Ele é seu. Não o sente como se fosse um filho? Digo, você adora livros. – Solto meio risonha.

– Bom, uma vez li de um autor desconhecido, a canoa e o apego. Sabe sobre o que dizia? Não importa, vou te contar. – Diz a morena a minha frente sorrindo. – uma vez, Nasrudin, queria atravessar um rio, porém a correnteza estava muito forte e era impossível à nado. Porém, ele viu uma pequena canoa presa na vegetação, ele a pegou e atravessou o rio com ela. Após ter atravessado, ele pega a canoa, coloca-a nas costas e vai rumo a floresta. – Dá uma pausa para bebericar do vinho na sua mão. Confesso que, era um tanto excitante vê-la falar empolgada e tomando vinho.

– Você bebeu demais Katherine? – Digo a sacaneando.

– Não, deixa eu terminar, eu em. Enfim, ele vai rumo a floresta e algumas das pessoas que haviam observado a cena, ficaram espantados – Fez uma cara de grandes olhos fingindo espanto. – e lhe perguntaram, "por que você colocou a canoa nas costas? De que ela lhe vai servir agora que atravessou o rio?" Então, Nasrudin, já cansado do esforço anterior diz "Essa canoa me ajudou muito a atravessar o rio, eu não posso abandoná-la, espero que agora ela me ajude a atravessar a floresta também. – Termina, e sinceramente, aquilo bateu forte em mim. Senti um misto de sensações que não soube como esconder, arrepiei e meus olhos bateram rápido.

Flashback on

– Melissa! Mel... o que você está fazendo?? Vem cá. – Chris grita, assustado e sem entender. – O que tá acontecendo? – Continua com a voz mais baixa e se acalmando.

Supercorp - MeltieOnde histórias criam vida. Descubra agora