Uma pedra do paraíso

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Notinhas: A metáfora será indicada pela diferença da escrita, será em itálico, ok? Pra não se perderem ou confundirem.
——
Katie POV

O dia era esfumado e frio. Digno de ficar em casa agarrada com o cobertor e olhos pregados na televisão. Felizmente terei alguma companhia além de Oisin que está sempre comigo. Eu havia acordado meio confusa, como sempre. Porém acho que todos nós temos nossos primeiros 2 segundos de mente vazia. Me desvencilhando de seus braços, seus fios de cabelo loiro escorregam do meu rosto para seus olhos fechados. Mesmo que estejam fechados, tiro-os de seu rosto de forma afetuosa; tirando que, com seus olhos fechados me passava mais segurança fazer tal coisa.

Seus olhos se abrem e os azuis estão mais claros e limpos do que nunca, finos , me olham com cautela e parando nos meus olhos. Sinto arrepiar porém sem quebrar nossa conexão, ela me aperta mais em seus braços, fazendo me sentir aconchegante e quente.

– Bom dia. – Disse a loira sonolenta.

– Bom dia...– Parecia um sonho, era perfeito. Aproveito últimos segundos aconchegada em seu corpo, e virei me levantando.

Sentada com os pés no chão, arrepio pelo frio do chão. Quando me levanto completamente, sinto um frio passar pelos meus pés até a cabeça. Quase na ponta dos pés, vou até o banheiro lavar o rosto, e ao me abaixar vejo pelo espelho Melissa deitada. Seu corpo emanava suavidade e serenidade. Voltei a fazer o que estava fazendo, e ao voltar ja a vejo de roupa, abotoando seu jeans.

– Aonde vai?

– Ahh... – A loira diz, sem saber ao certo as palavras.

– Fica. Eu te empresto minhas roupas... Aliás, não é muito educado deixar uma moça sozinha em um dia assim... – Eu havia dito a última frase chegando perto dela.

– Não vou a lugar algum srta McGrath. – sua expressão havia mudado completamente, de confusa à desejo.

Viro para o guarda-roupa pegando meus moletons e entrego para Melissa que me agradece com seu olhar.

– Quer tomar o que de café da manhã?

– Hmm... que tal ovos e... bacon?– A loira me pergunta já sabendo que eu teria que pensar sobre, um café da manhã pesado assim acho que não é de meu costume.

– Claro! E se eu fizer algumas panquecas?? – Melissa me olha surpresa, porém hoje eu não me importava com nada, além de eu não ser tão restritiva assim com comida.

– Uau, a senhora certinha está diferente...

– Não sou certinha. – Digo lançando uma sobrancelha levantada para ela que me olha incrédula. – Pelo jeito nem você é... – Acho que havia pegado pesado demais, mas ela pareceu não se importar e se aproximou de mim enquanto pegava os ingredientes pro nosso café da manhã. Suas mãos tocaram meu quadril e depois a senti colada em mim descendo beijos pelo meu pescoço. Me senti afundar em seu ombro e ser coberta por uma onda de fios de cabelo loiro.

– O que foi? – Eu havia dito me virando para encara-lá.

– Nada. – Diz ela com uma expressão sugestiva. Onde isso vai me levar?

– Então posso continuar com o café da manhã?

– Claro. – Me solta sem tirar seus azuis claros dos meus verdes, senti um arrepio correr por mim.

Melissa Benoist POV

Eu me apoiava nos meus braços enquanto olhava ela cozinhar. Era a primeira vez que a olhava desse jeito, diferente. Não que eu nunca a tenha notado... só, é diferente agora. Ela usava um de seus moletons, porém faltava a calça, deve ter perdido no meio de tantas roupas jogadas no chão de seu quarto, não era um problema. Problema. Acabava de lembrar do dia anterior. O céu deve chorar pela minha traição, mas eu não podia continuar com isso. Talvez eu mude de ideia, deve ser só uma aventura. Chris... o que deve estar fazendo agora? Não quero uma tempestade, mas sei que tenho que enfrentá-la.

– Terra chamando Melissa... – Era Katherine, me acordando dos meus pensamentos.

– Oi, estou aqui. – Não fui muito convincente, mas foi o que saiu de mais rápido da minha boca.

– Está tudo bem? Parece um tanto preocupada... – Diz a morena segurando os pratos com comida.

– Vai ficar segurando o prato na minha frente? – Digo lhe dando um sorriso e ela faz uma expressão desagradável, e logo após rindo. Quero aproveitar os momentos com Katie antes de... chegar em casa.

Me despedi aos beijos da minha colega de cena, e fui embora. Já era quase noite e passamos a tarde vendo filmes juntas e comendo pipoca, uma companhia que eu estava precisando após o ocorrido com meu marido. Chegando em casa, vejo o carro de Christopher na frente da garagem, dou um longo suspiro antes de abrir a porta e, logo depois que passo a porta, ela range ao fechar. Parada na frente da porta de casa, não sei o que fazer, não consigo pensar em nada. Vou a procura dele e o acho sentado vendo televisão. Com olhos presos assistindo e uma expressão suave estava ele, me aproximo devagar e sento ao seu lado, mas há algo que me incomoda, um tipo de chiado, estridente, não sei...

– Ah, esse barulho são as dobradiças fazendo esses sons inconvenientes. – Diz ele, percebendo meu incômodo, devia ser aparente. Havia um sorriso apagado em seu rosto, e olhos expressivos. – Sempre que alguém passa pela porta ela chia. É uma guerra de nervos.

– Bom, tenha gotas de paciência, para aliviar. – Respondo ao homem a minha frente, que ficou a olhar-me pensativo. –Não te devo satisfações, mas me sinto na obrigação de dizer que, eu preciso de espaço, e sinto a casa me engolir. – Digo nervosa, gesticulando com as mãos um "pare" – Acho que acabar por causa disso é pouco e não vale a pena, eu gosto muito de você. Vou ficar uns dias fora, se eu precisar venho para cá, ok? – Disse não querendo saber de resposta, e quando me levantei senti algo me segurar, então comecei a sentir um pouco de medo, mas sabia que ele não era capaz disso. Ele apenas me olhou por um tempo com olhos que pareciam ter um mar dentro, e me solta.

Subo pelas escadas com o passo mais rápido que pude, só queria ar livre. Chegando no meu quarto, pego algumas roupas, carteira e calçados. Sim, isso coube em uma mochila, mas tudo ok. Me sinto uma adolescente saindo de casa.

Aquele barulho trazia ao enfermo, e a todos que lhe prestavam assistência e carinho, verdadeira guerra de nervos.
Contudo, depois de várias horas de incômodo, chegou um vizinho e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na velha dobradiça e a porta silenciou, tranquila e obediente.
A lição é singela, mas muito expressiva.
Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer.
São as dobradiças das relações fazendo barulhos inconvenientes.
Basta que lembremos do infalível recurso de algumas gotas de compreensão e a situação muda.
Algumas gotas de perdão acabam de imediato com o chiado das discussões mais calorosas.

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Notas: E ai? Algumas sugestões de pra onde ela vai?? E mais, quais gotas são precisas para mel e chris?
Metáfora: algumas gotas...

Supercorp - MeltieHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin