neighbors | [AU] adrinette

3 - adrien

Tinha reunião no prédio, e ele pensou em não ir mais uma vez, pois sempre era desinteressante para ele ir à elas. Na primeira que foi, ficou ao lado de uma garota branca como a neve, tinha os cabelos que tinham um tom escuro que quase parecia azul amarrado em maria-chiquinhas e usava um macacão jeans, uma camisa listrada em preto e branco e all-star gastos cano médio preto e tinha pingos de tinta espalhados por ela toda. A garota era quieta, e estava jogando algum jogo de pintura em seu celular. Não tentou puxar assunto, pois parecia distraída e que não queria ser incomodada.

E os assuntos eram quase sempre os mesmos. Eles reclamavam que as paredes eram finas, a Sra. Chapelle, uma senhora de cabelos brancos, reclamava que o jovem Couffaine tocava guitarra as cinco da tarde e isso incomodava seus quatro gatos que dormiam. Eram assuntos medíocres que não mereciam nenhuma atenção, mas uma vez ao mês ele ia até essas reuniões, apenas para marcar presença.

Se sentou no canto, longe de onde ele poderia ser alvo de perguntas ou puxado para as discussões. Logo, aquela mesma garota da primeira reunião chegou, e se sentou ao seu lado.

Ela o olhava pelo canto dos olhos, que pareciam curiosos. Ele continuou rolando a timeline da sua conta do Twitter, fingindo que o olhar da azulada não o incomodava.

- Oi. - ela disse, baixinho. Ele tomou um leve susto, que foi muito bem escondido e pensou reconhecer a voz da garota, mas sabia que nunca havia ouvido falar antes. Levantou os olhos para ela, que sorria timidamente. - Nunca te vi antes, você é novo?

- Estou aqui já faz quase um ano. - ele disse, olhando para seu celular, um pouco desinteressado no que a garota dizia. Ela suspirou pesadamente e ficou quieta. - Não quis ser grosso, mas eu lembro de você na primeira reunião que vim. Você tinha um pouco de tinta no cabelo e seus dedos estavam bem coloridos.

- Ah! Que péssima impressão que devo ter dado... - ela disse, abaixando o tom em cada palavra, colocando o cabelo solto atrás da orelha. - Me chamo Marinette! Moro no 16 no terceiro andar. - ela estendeu a mão para ele, ignorando que tinha ficado tímida antes.

Então, ele reparou nela e um pouco nos detalhes da garota. Ela tinha um rosto adorável, com um pouco de traços orientais, com bochechas rechonchudas e olhos azulados, tudo parecia ter sido esculpido com cuidado. Ela era bonita, não podia negar isso. Ela usava uma calça jeans, uma camisa larga preta da banda "The Killers" e coturnos pretos. Se ele olhasse para ela na rua, a acharia muito bonita, igual achava naquele instante; seria impossível ignorá-la.

- Adrien. - ele se apresentou e apertou a mão dela, a cumprimentando. - Moro no 22, quarto andar. - ele disse, sorrindo.

- Se você for meu vizinho de cima, eu te peço desculpas, agora pessoalmente. - ela diz, como se estivesse brincando com seus dedos. - Sou um pouco desastrada, estou sempre derrubando e quebrando as coisas e sempre te peço desculpas em voz alta.

- Ah, você é a garota desastrada? - ele pergunta, arqueando a sombrancelha. A garota assente com a cabeça, ficando um pouco vermelha. - No começo, eu fiquei bem desconfortável com todo aquele barulho vindo de você. - ele riu e passou a mão na nuca. - Mas, acabei me acostumando. Quando você conseguia ficar quieta por um tempinho e eu ia tocar piano. Sempre quando bate o horário em que normalmente toco, você está bem quieta.

- Gosto de quando você toca. Sempre paro o que estou fazendo para prestar atenção. - ela disse, ainda vermelha, olhando para frente, onde os moradores se sentavam. - Sempre estou tentando adivinhar qual música você está tocando.

- Sério? Por este motivo você não derruba nada enquanto toco? - ele perguntou, se arrumando na cadeira.

- É, deve ser. - ela ri baixo. - Estou tentando não ser tão desastrada agora, para não te incomodar. - ela diz, olhando para ele. - Mas, acho que só tentando.

- Você não quebra nada já faz três dias, é um belo recorde! - ele diz, rindo, o que a provoca risos também. - E, já te disse antes, não me incômoda. Bom, não mais.

- Se é o que você diz, Sir. - ela diz, sorrindo para ele. - Obrigada por dizer isso, mas você poderia me perdoar por ter te incomodado?

- Se é o que você quer, eu te perdoo, Marinette. - ele diz, olhando nos olhos dela, demonstrando sua sinceridade. - Embora você não tenha me incomodado em nada.

- Eu poderia te oferecer café e cookies, mas eu vou me encontrar com uma amiga depois que a reunião acabar. - ela disse, calmamente. - Então, deixe para outro dia.

- É, claro. Deixe para depois. - o loiro respondeu e então a reunião foi iniciada.

E, depois que a reunião acabou, Marinette se despediu do loiro sem lhe dar o número de telefone e foi embora com pressa. Ele nunca poderia aparecer no apartamento da garota de repente, lhe cobrando o café ou tentar conversar com ela mais uma vez, então decidiu que não iria fazê-lo a não ser que ela o fizesse.

Estava completamente interessado na garota, agora que a conhecia. Queria descobrir sobre a rotina dela e sobre seus gostos pessoais, pois a garota sempre havia sido um pouco misteriosa. O loiro queria saber um pouco mais sobre a garota desastrada que morava no apartamento de baixo, o que era estranho e um pouco absurdo.