O Colar

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Ainda nas ruas da cidade me deparo com algo fora do comum. Uma senhora sentada na porta de sua casa, tem diante de si uma mesa, sobre a mesa a senhora segura o que parecem ser cartas de algum tipo de jogo. Um aglomerado de pessoas estão em volta dela.

Me aproximo curioso e agradeço que ninguém tenha me reparado ou me reconhecido. Ainda ao fundo da multidão observando de longe então a senhora para de organizar as cartas. Ela as encara e então diz:

— Aproxime-se Mestre herdeiro da magia.—   a voz dela é diferente, rouca e grossa.

É evidente que ela é velha por usar um feitiço, eu sinto isso vindo dela. Certamente é uma jovem que gosta de ser diferente ao extremo. Ela tem os olhos esverdeados e brilhosos. É magra e veste roupões em cores preto e marrom delineados ao chão.

Me aproximo meio receoso, a multidão abre caminho, me observam apreensivos.

— Quem é você? — Pergunto encarando-a inexpressivo.

Ela embaralha as cartas com uma maestria considerável. Me aproxima o baralho num gesto convidativo, pego uma carta no meio. Ela abre um sorriso então coloca o monte de cartas em um canto da mesa.

— Coloque a carta sobre a mesa

Coloco a carta e logo quando ela a vê sinto seu sorriso morrer se transformando em desprezo e nojo. A carta contem o desenho de um colar dourado, é grosso e cheio de detalhes pontiagudos. Pende no mesmo, uma pedra preta não muito grande em formato de uma Lua Minguante.

— O que isso significa? — Pergunto meio sem paciência. Ela deve ser uma dessas moças desocupadas que ganham a vida enganando as pessoas com falsas visões.

— Você encontrará a felicidade, e com ela há de causar caos e destruição.  Proteja-o com a sua vida. — Diz as palavras com calma.

— Proteger quem?

— Você encontrará a felicidade... a sua vida. — Ela repete a mesma coisa. Exibe um sorriso malicioso.

— Guarde isso tudo ou eu expulsarei você desta capital — Falo ríspido e logo me viro para assim ir embora.

A senhora apenas emite uma risada sarcástica enquanto se levanta para executar o que eu ordenei. Juro que me segurei para não atear fogo nela quando ouvi o som da sua risada.

Sendo verdade ou não o que ela disse é mais prudente ignorar e repreender antes que ela faça a cabeça dos outros e aproveite deles com isso.

~

A noite foi péssima, Araevin não apareceu e quase não dormi. É difícil dormir sem ele hoje em dia, não sei explicar, mas é assim. Era quase 8 da manhã quando ele apareceu todo sujo de sangue, não quis perguntar e nem fiquei bravo com isso, prefiro pensar que é melhor do que aparecer com o perfume de outro macho feérico.

Logo mais tarde, voamos na direção da capital Estimok. Araevin e Pit não conseguem me acompanhar como sempre. Minha magia por ser mais densa e farta consegue aumentar a velocidade de voo em proporções absurdas, e além disso meu lindo Argus já é rápido de natureza.

Pouso em um pico alto afim de esperar os dois. O horizonte está lindo, no fim deste é possível ver as montanhas que dividem o território da nossa capital e o território da capital Estimok. São mais três dias de voo até alcançar o que na nossa visão parece estar tão próximo.

— Está cansado? — Pergunto enquanto Araevin pousa próximo.

— É mais difícil quando tenho que empurrar dois grifos. — Diz meio ofegante.

(Atualizando) Amor e magia - Submisso ao DestinoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang