Híbridos

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— Todos estamos aqui reunidos com um único propósito, entrar passivamente em território desconhecido e possivelmente aliado. A qualquer sinal de hostilidade executem rápido e sem perguntas.

A viajem foi longa até as fronteiras da 2° capital, agora adentrando o território finalmente, não avistamos nada além da imensa parede viva de arbustos e árvores extremamente grandes e folhosas, a mata muito densa e verde segue dificultando a passagem sem o uso da magia. Pit se prova muito útil por sua mera presença ser a causa de grande afastamento das folhas e galhos, como se em respeito, a natureza abrisse alas para que ele passe tranquilo seguido de todos nós.

— Você sente isso irmão. — Laura pergunta baixo bem ao meu lado.

— Sinto muitas coisas mas nada fora do comum, o que você sente?

— É como se a magia das coisas aqui clamasse por algo. — Laura diz um pouco sombria.

— O que isso significa? Eu sinto os veios de magia normais.

— Eu não sei dizer o que significa, mas posso afirmar que não é boa coisa.

A floresta é tão densa que a noite e o dia eram um só, dois dias andando e os soldados já começavam a cochichar entre si possivelmente se perguntando o que diabos estamos fazendo aqui e por que não chegamos logo. Tinos nem se importa com eles afinal se algum reunir coragem o suficiente para questionar sua liderança, bom, este não vai viver mais que o tempo necessário para acabar o questionamento.

Seguimos andando agora já alimentados e descansados por uma parte peculiar da imensa floresta, parece um pouco rala comparado aos quilômetros anteriores.

— Por que não encontramos nada hostil eu me pergunto. — Tinos diz abertamente para que todos o ouçam.

— Fora os seres que nos espreitam com curiosidade e medo acredito que a floresta seja habitada por criaturas pacíficas no geral. — Digo e observo Araevin, ele exibe um olhar cauteloso.

Assim como eu, Araevin consegue perceber que já devia ter acontecido algo.

— Talvez... — Começa Laura. Mas ela não termina pois todos escutam diversos movimentos por toda parte.

— Abram a formação, todos em alerta, não ataquem se não forem atacados. — Tinos ordena rápido.

Todos se posicionam e esperam em total alerta, percebo Laura murmurando alguma coisa para o vento mas nem com audição feérica consigo ouvir direito.

Um estalo seguido de um estampido surdo foi o primeiro sinal de que algo fora do comum estava acontecendo.

— Ataquem! Todos ataquem! — Tinos grita já libertando sua magia com suas armas em punho.

Vários estalos se senguem e um a um todos os soldados começam a cair inertes no chão. Não demora até Tinos cair também, sem ver nada em nossa volta apenas esperamos o inevitável, o ambiente muda, um silêncio estranho começa a se instaurar com os passos e saltos se dissipando não pra longe mas para perto, para observar.

— Por que ficamos só nós? — Pergunto para Laura que observa atenta toda a nossa volta com um olhar compreensivo.

Estamos apenas eu, Laura e Araevin de pé. Os outros se mantém caídos nos chão vivos mas totalmente paralisados.

— Eles sabem que não podem usar essa coisa idiota em nós. — Laura responde com desdém, certa fúria começa a invadir suas expressões.

— Que coisa? É uma toxina? Algum feitiço paralisante?

— Isso meu irmão, é tecnologia humana. — Laura diz com mais raiva.

Tudo não faz sentido algum, como pode ser possível? Humanos em uma capital?...

(Atualizando) Amor e magia - Submisso ao DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora