Capitulo 3

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coffee

Ter um amigo dono de uma cafeteria que lhe assegurava emprego fixo, boas horas de descanso e café grátis era a realização pessoal de Chiara.

As contas não eram problema, não era como se ela pudesse comparar um carro e morar em Brooklin Heights, ou comprar uma cobertura no centro de Manhattan.

Mas ela estava feliz, satisfeita, tinha um certo glamour trabalhar em uma cafeteria no Harlem, todo aquela atmosfera artística combinada com algo vintage e o ambiente rústico da cafeteria acompanhado pelo aroma de café era reconfortante.

E bom ela achava chique, quando não estava trabalhando ela podia se sentar e escrever, não era como se Evan a obrigasse a trabalhar, Chiara sabia de suas obrigações.

Então depois de uma noite que lhe rendeu a classificação do time e beijos de estranhos, ali estava a garota, sentada atrás do balcão, revisando seus papeis procrastinados.

- Um café - disse se virando para a máquina - Eu preciso de um café.

Como ela amava aquela máquina, de uso tão simples facilitava sua vida, já que o gosto do seu café era detestável, o que fazia com que, Isak para que não houvesse erro dividisse a quantidade do pó de café em vários saquinhos para que quando não usasse a máquina Chiara não fizesse um café desastroso e causasse um problema com algum cliente exigente.

Quando o café estava devidamente pronto Chiara voltou a se sentar e a fixar os olhos nos papeis a sua frente.

"Freud explica, nem tudo precisa de uma explicação, a maior prova disso são os sonhos , a gente não explica os sonhos, ninguém sabe por que sonhamos, nem mesmo Freud".

Não fazia sentido, não era como se chegar em seu professor e dizer um simples "Freud explica" fosse ajudar.

Um simples pigarro que indica um cliente a sua frente lhe tirou a atenção do papel.

-Você??Quer dizer. Oi!

À figura magrela sorria a sua frente, e bom ele era encantador.

- Chiara! Que surpresa! - o garoto falava enquanto alargava seu sorriso cada vez mais.

Ele era encantador, Chiara não entendia muito sobre charme natural até ela encontrar aqueles cabelos bagunçados levemente ondulados, os olhos verdes que brilhavam que ontem ela teve certeza que eram castanhos, o adorável sorriso que cada vez mais se alargava e as bochechas coradas junto da cara levemente amassada que entregava o fato do garoto não ter acordado a muito tempo.

"Gostoso", Chiara nunca foi de descrever pessoas pela aparência, não fazia muita diferença se o cara fosse um completo babaca ela não enxergaria nele beleza, se ele fosse inteligente ele seria o cara mais sensual a caminhar na terra. Mas Timothée era simplesmente gostoso.

- Timothée!

Silêncio.

Não era como se eles estivessem constrangidos. Mas também não era algo confortável. Era algo do tipo "nós nos beijamos e os Yankees ganharam".

- Os Yankees ganharam -a garota falou quebrando o silêncio.

- Eu sei, eu estava lá!?

Era estranho, lamentavelmente estranho e um desastre.

- Então você mora por aqui? - Timothée perguntou enquanto passava a mão atrás da cabeça em gesto que demonstrava o seu desconforto.

Não era como se ele não mantivesse relações com os seus costumeiros beijos, mas era estranho ele nunca imaginaria que dormir na casa de um desconhecido depois de um jogo de beisebol e uma noite de bebedeira ocasionaria um encontro com a mais indiscreta personalidade que ele já conhecerá.

Epiphany  {timothée chalamet}Where stories live. Discover now