Just Let Me Adore You/ H.S

23. Sue me

Revisado!!

Acordei com uma melodia calma e envolvente, segui o som do violão até a sala com passos leves e parei de forma que Zayn não conseguisse me ver, seus olhos estavam fechados e ele parecia submerso em pensamentos e preso naquela melodia, suas mãos pareciam tremer enquanto dedilhavam as cordas e aquilo partiu meu coração.

Reconheci a melodia, era Fix you do ColdPlay, sua boca de abriu de forma suave e seus lábios delicados começaram a sussurrar a letra da música no seu timbre único e lindo que às vezes soa como um anjo para mim, ele parou de cantar mas continuou tocando, foi parando aos poucos como se seus dedos já estivessem cansados de apertar as cordas, ele parou a música e respirou fundo antes de abrir os olhos, ele me olhou escorada no batente da porta mas não pareceu estar surpreso ou ter se assustado, trocamos um olhar longo em silêncio, era como se estivéssemos conversando através do olhar, compartilhando a dor que ambos estavam sentindo, era como se aquilo fosse necessário, por fim ele suavizou sua expressão e arrumou a postura.

- Te acordei?- sua voz era calma.

- Não, está tocando a muito tempo?- Caminhei e sentei do seu lado no sofá.

- Desde às quatro da manhã.- deu de ombros.- Às vezes ajuda a esquecer meus demônios.

- Entendo.

- Escrever é o seu meio?!- sua pergunta parecia mais uma afirmação.

- Na verdade não.- Ele arqueoou as sobrancelhas surpreso.- Dançar, fiz balé por muitos anos da minha vida e sou realmente boa nisso, sempre que preciso relaxar eu vou até o estúdio e repito os passos que não sei fazer diversas vezes até achar que está bom.- Ele abriu um sorriso.

- Quero vê-la dançar um dia.- Assenti com um sorriso.

- Pode deixar.- Peguei sua mão e vi seus dedos que já eram um pouco calejados vermelhos como sangue.- Não machuca?- Perguntei enquanto acariciava e observava atentamente seus dedos.

- No início, mas depois de um tempo a gente se acostuma a tocar a madrugada inteira.- O olhei e ele deu de ombros.- Seus pés não doem ao repetir os passos sem parar?

- Não início meus dedos ficavam em carne viva.- Ele fez uma careta de dor e eu ri.- Não era nenhum pouco agradável mas eu já me acostumei.- Ele sorriu.

- Somos bem diferentes, temos gostos diferentes, hobbies diferentes mas de uma forma estranha sabemos exatamente como é a dor um do outro.- Acaricei sua barba que já estava precisando ser feita.

- Um barbeiro seria uma boa.- Ele riu.- É sério, o primeiro passo para o fundo do poço é desistir de nós mesmo.- Ele pegou minha mão e deu um beijo.

- Eu entendo plenamente você ser uma escritora tão boa.- Sorri.

- Vou fazer o café.- Caminhei até a porta e me virei.- Tente não tocar até seus dedos caírem enquanto isso.- Ele deu uma risada anasalada e eu fui preparar o café.

- Quer ajuda?- Ele gritou.

- Não valeu.- gritei de volta.
Fiz ovos com bacon, café e suco de maracujá.- vem comer.- Interrompi o Zayn que estava tocando de novo.

Tomamos café conversando e ele estava se abrindo comigo como nunca fez antes, era até assustador, não estava acostumada a ver ele tão vulnerável. Depois do café ele me levou para a faculdade e disse que ia arrumar algo para fazer no resto do dia.

Minhas aulas da manhã finalmente tinham acabado e eu ia poder almoçar, tomei café muito cedo e minha barriga está fazendo barulhos nunca ouvidos antes pela raça humana.