seven heavens

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Na perspectiva de Olivia Wilder

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Na perspectiva de Olivia Wilder

― A vida e morte de Felicity Avra destruiu o meu irmão. ― Seth suspira, desligando o rádio. ― Ela morreu em setembro. No natal do ano passado eles completariam dois anos juntos. O tempo em que eles ficaram juntos significou uma vida. E trouxe com ela o final do jeito mais trágico possível. Carson se desligou do mundo, da família e de quem ele era. A última vez que o vi sendo Carson, em Londres, foi quando ele buscou algumas coisas de Lilly, colocou em uma caixa, chorou e a guardou em seu armário. Depois disso, Carson desapareceu para as drogas. Ele passava as noites fora. Me batia quando eu tentava fazê-lo parar. Roubava coisas em casa quando meu pai se recusava a dar dinheiro a ele. Não ia mais à escola. Não jogava hóquei. Não comia. Ele era só um corpo cheio de tóxico.

Eu posso imaginar o estado de Carson quando fecho os meus olhos. Uma dor excruciante fecha a minha garganta. Eu sempre o considerei o mais agressivo do nosso grupo e quando ele retornou à Seven Heavens, achei que sua imbecilidade só tinha potencializado com a idade. Mas depois de conhecê-lo um pouco mais, enxerguei a dor que fazia dele o garoto arredio que é hoje.

A chuva continua deslizando pelos vidros do carro. Aperto os lábios e dou uma olhada rápida em Seth. Ele está mexendo no próprio celular. Quando me entrega, há uma foto da carta de Lilly no visor. Sei que é a carta que ele mencionou porque vejo sua assinatura. E a narração da raposa e do príncipe está lá.

Seth passa para a próxima mídia. O último vídeo de Lilly cantando um cover de Gorgeous começa a rodar.

― Deus. ― Sussurro. ― Ela era tão bonita e tão triste.

Não dizemos nada por um tempo enquanto eu ouço sua voz quebrada. Seus olhos estão vazios e ela ainda assim encontra motivos para se declarar para Carson. Olho rapidamente para Seth e ele aperta os lábios.

― Soa como a história deles, não é?

― Olhos azuis oceânicos, olhando nos meus. Sinto como se pudesse afundar e me afogar e morrer. ― Meus olhos estão ardendo com a chegada de algumas lágrimas. ― Eu sinto muito. Por Lilly e Carson.

Não é surpresa que eu esteja chorando quando ela termina de cantar. Devolvo o celular de Seth a ele e fecho os olhos. Ele acaricia meus cabelos antes que eu despenque em sua direção e o abrace. Seth me segura com tanta força que tenho a impressão que isso sufoca o meu choro. Eu me acalmo com sua respiração no meu ouvido e seus dedos entre meus cabelos.

Quando nos afastamos, seco o meu rosto e fungo algumas vezes. Ele espera pacientemente até que eu olhe para ele novamente em busca de como a história termina.

― O meu pai decidiu voltar para os Estados Unidos. Não porque ele achava que Carson não conseguiria drogas aqui. Mas porque, por experiência própria, ele sabia que continuar no lugar em que a morte te visitou recentemente faz a dor parecer pior. Ele passou por cima dos próprios traumas, da própria fuga e de seu coração cheio de mágoa e tristeza por causa da minha mãe. E nos trouxe de volta para salvar Carson.

― James Rowan é uma boa pessoa. ― Mexo os ombros. ― Ele cometeu um erro com Taylor Hastings. Mas se arrependeu. Ele tentou fazer tudo correto por aqui desde que chegou.

― As vezes parece que ele não é um bom pai. Mas eu acho que ninguém o ensinou a ser. Ele está tentando, de um jeito esquisito. Voltar para Seven Heavens foi uma grande aposta. Arrancamos Carson da sarjeta e o internamos em uma clínica de reabilitação. A única coisa que ele tinha ao seu alcance era a carta de Lilly. Ele a leu por semanas até se desintoxicar e ser liberado. No final, ele entendeu o recado que ela quis passar. As metáforas de tudo o que ela escreveu e de todos os momentos que viveram juntos. Lilly era a raposa. Ela nunca seria a rosa. Mas havia muito amor envolvido no fato de Carson tê-la cativado. Lilly o amava tanto que deixou para ele, implícito nessas palavras, um jeito para Carson continuar e construir uma vida melhor do que ela tinha e do que estavam levando estando juntos.

― Ela deixou as dicas a ele de como encontrar a rosa.

Seth balança a cabeça, puxando os cabelos sem saber o que dizer. Seus ombros se mexem e seus olhos sobem para os meus.

― Não acho que ele esteja procurando, em todo caso. Mas depois de se sentir acolhido e integrado novamente, ele voltou a ser o velho Carson de novo. Tudo isso que aconteceu com ele... Tenho medo de que ele tenha uma recaída. Ele teve algumas e não são legais. Você se lembra do baile, certo? Tenho certeza de que ele não está usando nada. Só que a linha da decepção é tênue. Ela anda lado a lado com a solidão e o desespero.

― Carson não está sozinho. ― Devolvo o celular à Seth. ― Vou ajudá-lo. Porque gosto dele como se fôssemos irmãos, agora. Sabe, a rosa... Não precisa ser alguém, em específico. Você é o metido a poeta aqui, mas podemos descontextualizar a metáfora. E fazê-lo enxergar que o essencial é invisível aos olhos.

― Do que você está falando, especificamente, Olivia?

Passo o cabelo para trás da orelha, pensando por um tempo. Quando olho para Seth, pisco algumas vezes e dou um meio sorriso. Seus olhos castanhos são tão profundos quanto à tempestade nos engolindo do lado de fora do carro. É assustador, mas instigante.

― Estou falando de amor, Seth. A verdade do mundo.

Seth sorri meio de lado, seus olhos vasculhando os meus. Não precisamos dizer nada porque ele entende o que eu quero dizer. Todos nós estamos em busca da verdade do mundo, afinal. 

 

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