I just love him - ( leatherface fanfic )

♡ Capítulo 6- Perdida ♡

Os únicos barulhos provenientes daquela estranha e calma floresta eram os dos passos apressados e da respiração ofegante de Charlotte. A sensação de ardência em seu rosto só piorava conforme ia percorrendo uma maior distância, visto que era inevitável sentir os pequenos galhos perfurarem sua delicada pele naquele íngreme e mal iluminado caminho, entretanto, a pesar de tudo, não possuía coragem para diminuir o ritmo.

No fundo de seu ser, estava começando a se arrepender de fugir daquele jeito, sabia que tomara uma decisão imprudente. Nem mesmo a própria família Hewitt havia se aventurado tão longe nesse local como ela, possuía noção de que agora estava sozinha mais uma vez a própria sorte em um local desconhecido, sem abrigo e sem comida, completamente à mercê dos perigos que ali poderiam habitar.

Com o tempo começou a anoitecer e junto com a noite, o cansaço tornou-se insuportável como a necessidade de sentar-se e de molhar um pouco a garganta, em razão de que a sensação de queimação desta, apenas piorava. Parando aos poucos, flexionou os joelhos e apoiou as mãos nestes, enquanto tentava desesperadamente recuperar o fôlego perdido em horas de movimentos incessantes. Sem qualquer escolha aparente, deitou-se no chão com os olhos fechados enquanto concentrada, tentava pensar no que faria daqui para frente. Com um suspiro, passou a admirar aquela vasta imensidão de estrelas, e com essa visão, começou a lembrar-se de alguns momentos em que passara com Tommy.

Foi em uma noite como essa em que perdeu seus pais e ao mesmo tempo ganhou uma nova família, foram em noites como essa em que ambos jovens deitaram-se no gramado e de mãos dadas observaram os astros luminosos, apenas curtindo a presença um do outro, foram em momentos assim em que os dois sentiram-se amados e protegidos, foram lembranças iguais a essas, as quais marcaram dois corações tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo de forma tão intensa. Ao lembrar-se desses momentos especiais deu um leve sorriso, precisava admitir, não passou-se um dia e já sentia falta deles, sabia que não era normal sentir esse tipo de sentimento por pessoas como aquelas, mas não podia evitar.

Sentia falta do carinho do homem mascarado, a aconchegando, a mimando, sentia falta de Luda mae, e até mesmo dos dois homens e de suas discussões. Lembrando-se dessas pequenas mas tão grandes lembranças em suas memórias, passou a se perguntar o que estes estariam fazendo, para em alguns minutos adormecer naquele chão de terra, embaixo daqueles milhões de pontos de luz.

Thomas não poderia estar mais aflito do que naquele momento, sua companheira estava perdida naquele vasto pinheiral, encontrá-la seria quase impossível, no entanto, não desistiria, faria de tudo para recupera-lá. Com ajuda de seus parentes, os quais estavam tão preocupados quanto ele e pela pequena pressão que sofreram, passaram a recorrer o máximo possível que seus corpos aguentavam, com a esperança de encontrá-la logo mais uma vez.

Escureceu e a preocupação passou a pertencer a níveis extremos, não conhecia bem aqueles arvoredos, contudo sabia que haviam diversos perigos à espreita e só de pensar no que poderia acontecer, seu coração começava a falhar as batidas. Com a noite a família entrou para dentro da antiga e aconchegante casa de madeira com a intenção de descansar um pouco e de logo a manhã voltar com a busca, partindo desse modo pra seus quartos, com uma breve despedida direcionada ao mais novo. Sem embargo, Tommy decidiu ficar do lado de fora sentado na velha cadeira de balanço, uma a que mais se destacava por ser constituída de cedro, possuindo apenas alguns detalhes trançados em seu amplo encosto e com encantadores desenhos de pequenos rouxinóis de asas abertas talhados a mão nos descansos de braço, apenas observando as estrelas.

Com um suspiro, subiu sua mão, e com ela lentamente desamarrou as amarras de sua máscara, assim a retirando e podendo dessa forma passar a sentir a suave brisa que o cercava. A amava de um jeito que beirava a loucura e sobre isso não possuía nenhuma dúvida, era o único individuo o qual não o julgava pela sua aparência, pela sua máscara, era uma pessoa que não possuía medo de abraçá-lo ou de ajudá-lo, era alguém com certeza muito especial para si. Acabou caindo nos braços de Morfeu, sentado naquela superfície de madeira, não queria partir para seu dormitório, estava com a ilusão de que logo ela poderia estar de volta e com certeza não queria perder seu reencontro. Não importa o tempo que levasse, estaria esperando por ela. Na manhã seguinte Thomas acordou juntamente com o típico calor do Texas, já que como adormecera na varanda, fora obrigado a acordar junto ao sol.

Vagarosamente começou a abrir os olhos tentando acostumar-se com a nova luminosidade, para velozmente recolher sua máscara, a qual permanecia repousando suavemente em seu colo. Entrou para dentro da pequena construção e a primeira coisa que viu o surpreendeu, pelo visto ele não era o único acordado naquele horario. Por mais que
não aparentasse muito, alguns sentiam saudades da figura feminina, e de uma coisa eles concordavam, Thomas não era o mesmo sem ela, e esse foi o principal motivo pelo qual decidiram ajudá-lo. Luda mãe acostumou-se com a presença dela, tanto que a considerava como um ser humano, tio Monty e o sheriff Hoyt não admitiram em nenhum momento qualquer coisa, até porque seus orgulhos não permitiam, e Tommy? não existiam palavras no mundo capazes de descrever o que sentia agora, tudo o que passava pela sua cabeça era poder encontra-lá são e salva. Decididos, partiram novamente à procura. Após horas escaldantes de buscas intermináveis, o grande homem encontrou o que parecia ser um corpo adormecido.

Cautelosamente foi se aproximando, já colocando-se em posição de defesa, no caso de precisar usar a força bruta. Nesse momento seu mundo caiu, em sua frente permanecia um corpo claramente feminino parcialmente desfigurado, os belos olhos que uma vez foram de alguma coloração vivaz, permaneciam opacos e desprovidos de qualquer sinal de vida, quase não haviam cabelos em seu couro cabeludo, o que indicava claramente uma luta, algo tão violento que conseguiu arrancar boa parte dos fios, a pele estava mais pálida do que a própria neve, e o pior, seu abdômen.

Uma cena extremamente grotesca para qualquer pessoa a qual não estivesse acostumada, via-se de longe que apenas alguns órgãos permaneciam em seu devido lugar. Graças a Deus após uma análise mais minuciosa, percebeu que esta não tratava-se da pessoa a qual procuravam. Provavelmente aquela pobre moça deparou-se com algo tão ruim quanto a família canibal.

Lotty estava usando um vestido azul anil com pequenos arranjos de flores, diferentemente daquela mulher, a qual permanecia com os resquícios do que um dia foram uma calça jeans, e uma blusa preta estampada. Algo estava muito errado com aquela floresta e principalmente com aquele corpo, aqueles ferimentos eram bastante precisos para terem sido feitos por qualquer animal que ali morasse, além de não possuir nenhuma espécie de pegadas ou marcas de garras ao redor e no corpo. Isso aguçou seus sentidos, precisava encontrar sua pequena dama o mais rápido possível se não quisesse que o próximo cadáver fosse o dela. Desesperado, sem ao menos avisar a seus familiares partiu em uma correria a fundo daquela espeluzante floresta de pinheiros, naquela ensolarada tarde.