O meu padrasto

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Victoria on:

Fui para casa da Bruna estudar e acabei por jantar.
Entro em casa, e já são 23:00, o Hugo está sentado no sofá e vê futebol que passa na televisão, ele tem um boné metido na cabeça com a pala virada para trás.

-A minha mãe? - pergunto enquanto dispo o casaco.

- Ainda não chegou! - ele responde sem ou menos me responder.

- Como não? - pergunto.

- Sei lá! Não ando atrás dela! - ele diz olhando de canto para mim.

Subo para o meu quarto sem lhe dirigir uma única palavra.

Ele tira-me do sério, ele tem uma maturidade diferente dos rapazes da minha idade, ela não quer festas, não bebe, não nada, o único problema é que é casado com a minha mãe.

Tomo um duche rápido, e visto o meu pijama, abro o meu computador e vou até ao email, faço o mesmo todos os dias! Ainda espero que alguma loja ou supermercado me aceite.
Quero realmente sair desta casa!

Vejo que tenho uma notificação de uma das lojas a quem enviei o currículo. Uma pequena loja na avenida central da cidade.

Clico no email!
E começo a gritar!

- Sim! Eles querem marcar uma entrevista comigo! - digo a Bruna.

- Fico tão feliz amiga! - ela diz do outro lado, posso sentir um sorriso do outro lado.

- Obrigada! - sorriu também. - Tenho de desligar! Até amanhã!

- Beijos!

Desligo o telemóvel e quase salto de alegria, estou mesmo feliz.

Saiu do meu quarto e vou até a cozinha, está tudo escuro e nenhum sinal do Hugo.

Mas quando vou a entrar na cozinha oiço-o ao telemóvel.

- Sim, ela não desconfia de nada... - ele fala, aproximo-me mais da cozinha. - Tenho a certeza!

- Amanhã dou-te mais informações! - ele desliga o telemóvel.

Fico onde estou e encosto-me a parede ao lado da porta da cozinha.

Solto um Suspiro.

- Estas a espiar-me? - vejo a sua siulheta preta a minha frente, está um silêncio estranho e a casa está completamente escura.

- Eu sei que escondes algo! - acabei de perceber isto.

Sinto ele a proximar-se de mim e as nossas respirações misturarem-se, ele coloca os braços sobre a minha cabeça, deixando-me sem escapatória possível.

[Ele é o teu padrasto!]

Repito para mim mesma várias vezes.

- E o que é que eu escondo? - a sua voz sai mais rouca que o normal.

- Eu não sei, mas vou descobrir! - tento parecer firme, mas é quase em vão.

Oiço a chave a entrar na porta, vejo os olhos por um segundo, e quando os abro o Hugo desapareceu.

A minha mãe entra em casa acendendo a luz, ele não está aqui.
Será que sonhei?

- Boa noite! - a minha mãe diz ao passar por mim.

- Olá!