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Victoria on:

Estamos a duas horas e meia dentro do carro, não trocamos uma única palavra, ainda por cima a Bianca adormeceu 10 minutos depois de termos começado a viajem.

É estranho estar dentro de um carro com uma criança inocente e um desconhecido, um desconhecido que tenho uma atração inevitável por ele.

- Estas bem? - ele pergunta-me sem deixar de olhar para o alcatrão.

- Sim, acho que sim...-olho pela a janela.

- Vai ficar tudo bem, sim? - ele segura na minha mão pousada sobre a minha perna.

- Não tenho tanta certeza! - ele leva a minha mão até a sua boca beijando-a.

- Confia em mim! - aquilo suou como música para os meus ouvidos, não que estivesse a esquecer-me, mas deixou-me um pouco mais calma.

O resto da viajem passou rápido, mas por um único momento o Hugo me largou a mão.

- Chegamos! - ele diz ao parar num sitio com apenas três casas.

Saiu do carro e o cheiro a mar invade automaticamente o meu nariz, deixando-me apaixonada.
Retiro a Bianca de dentro do carro e o Hugo começa a tirar as malas.

- Hugo? - uma rapariga mais ou menos da nossa idade surge, ele é morena e muito bonita.

- Gabriela! - o Hugo diz abraçando-a.

- Nem acredito que estás aqui! - ela diz com os olhos em lágrimas, ela olha para mim e eu abro um sorriso e a mesma retribui.

- Mana, está é a Victoria! - ele diz apontando para mim e dou um pequeno aceno. - Está é a minha irmã mais nova, Gabriela!

- A minha menina! - a Gabriela vem até mim pegando na Bianca ainda meio insonada.

- Mana, preciso que nos deixes... - ela interrompe-me.

- A Margarida ligou-me a avisar que vocês estavam a vir para cá! - ela diz e nós seguimo-la para dentro de casa com as malas. - Já tem o vosso quarto pronto.

- Obrigado! - o Hugo diz, entramos e a Gabriela desaparece com a Bianca.

Subimos uma escadaria dando a um Corredor cheio de portas.

O Hugo abre um, onde há milhares de fotografias dele quando era pequeno e com a familia, o quarto é azul com alguns toques de amarelo. A sua cama está no meio do quarto.

Ele pousa as malas no chão.

- Bem vinda ao meu quarto! - ele sorri, e eu retribuo, avanço até a uma porta dando para a varanda que tem vista para a praia.

- Podemos ir dar um mergulho de quiseres! - ele abraça-me por trás beijando o meu pescoço, fazendo com que fique completamente arrepiada.

- Podemos? - sorriu e viro-me para ele juntando os nossos lábios.

Ele agarra-me na cintura apertando-a com alguma força, os meus braços envolvem o seu pescoço. Este deve ser o melhor beijo que demos até agora, sem esconder e sem receio de nada.

- Não te quero perder! - ele sussurra contra os meus lábios.

- Não vais... - digo começando um outro beijo, a minha língua pede autorização e ele dá-me-a com devagar.

Acho que estou apaixonada.

O meu padrastoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora