XI. No topo do mundo

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Surpresa porque hoje é dia de EGO!

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Os dois já haviam chegado ao parque de diversões há algum tempo. Andaram de carrinho bate-bate, onde um adolescente cismou com ambos e ficou incansavelmente batendo em seus carrinhos, passaram por uma montanha-russa alta, que fez vários rodopios e os colocou de cabeça para baixo, e andaram em outra montanha-russa, ainda mais alta e incrível que a primeira.

Foi uma aventura. Park tinha medo de altura, mas com Jungkook tudo se tornava seguro, e o garoto ficou aliviado ao constatar que era divertido sentir a adrenalina distendendo suas veias, deixando seu corpo bambo e arrepiado. Não se arrependeu minuto algum, principalmente por que, dentro do brinquedo, conseguiu segurar a mão de Jeon com mais facilidade. Isso, misturado com a epinefrina do carrinho quase se soltando do trilho e voando pelo céu, o fez tocar as estrelas com a ponta do nariz. Uma delas em cima de seus olhos, outra em frente as suas orbes e, a maior e a mais brilhante delas, sentada ao seu lado, sorrindo em plena paz, lhe olhando com uma fonte inesgotável de amor.

O parque é grande. Segundo Jeon, o maior do mundo, e está cheio, apesar do horário. Algumas pessoas param o casal para tirar foto com os dois, ou pedir um autógrafo a Jungkook e elogiar seu trabalho. O meio-sangue se transforma em um caracol nesses momentos, as bochechas vermelhas como se estivesse desejando se esconder em um casulo cascudo. E Jimin sorri, pois é lindo ver como as pessoas gostam de seu jeitinho. Definitivamente, não há como não gostar de Jeon. Se olhar de longe, o semideus parece forte e imponente, educado, viril, e se olhar de perto, lembra um anjo, amável e inteligente.

Jungkook dá saltinhos, segurando a mão de Jimin, e cantarola a canção que está ecoando pelas caixas de som de todo o parque. É Jeon quem a canta, se chama Iomilo.

Park resolve saltitar junto, observando a boca do outro se movimentar conforme a letra, e param em frente a loja de algodão-doce. Uma barraca grande, com as paredes enfeitadas por pisca-piscas vermelhos e brancos.

Eles comem algodão-doce conversando sobre como é a sensação de ser reconhecido na rua, ouvir alguém chamando por seu nome. É estranho para Jimin – ninguém o conhecia em Boreas –e para Jeon é mais normal que respirar. Ficou famoso muito novo, ainda criança, e se acostumou com tudo aquilo que vem junto da popularidade. Não foi um adolescente problemático, sendo o período de aceitação das lembranças que conseguiu recuperar o período mais conturbado de sua vida.

O humano corre até a fila do carrossel e chama Jungkook para se juntar a ele, com a ponta do indicador. O maior sorri passivo, persistente para o lado direito, apertando sua bochecha ao ponto de formar uma covinha na mesma. Seu braço inteiro formiga, desejando tocar de Jeon rosto, e ele puxa o homem para si, abraçando-o pela cintura. A fofura de Jungkook se esvai quando Park sente seu corpo, dando lugar ao calafrio de excitação e conforto tamborilando por todos os seus poros.

— Quero outro algodão-doce... — resmunga com vergonha, praticamente comeu dois sozinhos. O dele e boa parte do outro, que em teoria pertencia a Jungkook.

— E eu quero ir na sala virtual, no bote d'água e na roda-gigante. — eles trocam um sorriso. — Vou comprar seu algodão, fique na fila.

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Park Jimin.✖️

Consigo entender todas as metáforas escritas nos livros que, um dia, li sem esperança de viver o que lá estava. Compreendo as entrelinhas, o suspirar dos personagens e seu mar de sentimentos, sempre tão cheio de tempestades e aflição. As poesias gregas, tão profundas e celestes, que retratavam e definiam o amor, muitas vezes me fizeram chorar, sentindo-me vazio e sem rumo, agora acendem focos de luz em minha mente limitada e confusa. Tão repleta de sensações perdidas.

Profecia Grega ᠅ jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora