Capítulo 1

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Beatriz

- Parabéns Bia, fiquei sabendo que você conseguiu a bolsa pra estudar direito - A Zélia falava enquanto anotava os pedidos dos remédios do meu avô

Eu varria a casa, com um coque quase caindo na cabeça

- Obrigada- Falei sorrindo

-A minha meta é sensacional - Meu avô disse

- Animada pra começar?- Ela perguntou

-Eu não vou começar -Falei mudando totalmente o clima

- Ué? porque? -Ela perguntou

- Eu passei em São Paulo, eu não consegui bolsa em nenhuma faculdade aqui perto - falei

Eu não esperava nem um "Que pena" porque Zélia era agente de saúdr da prefeitura e fornecia remédios de graça para o meu avô.  Ela sabia da nossa situação em casa e ela também sabia que eu nunca teria condições financeiras nem de ir fazer a matrícula, imagina morar lá.

- Olha Bia, minha sobrinha estava comentando sobre uma entrevista coletiva de emprego que vai rolar na ALIPUT, uma fábrica de alimentos - Ela disse

- Ah, eu sei muito bem qual é essa fábrica- Meu avô disse

- Eles sempre dão novas oportunidades para pessoas sem experiências, parece que é só marcar na internet - Ela disse

- Depois vou procurar - Falei

- Quem sabe com um emprego fique mais fácil pra você se manter por lá -Ela disse

- Não custa tentar- Meu avô disse

- Tchau meus amores - Zélia disse pegando suas coisas e partindo para sua próxima casa.

Foi ela sair para meu avô me olhar implorando pra que eu siga o que ela disse

- A ALIPUT é uma fábrica muito influente - Ele disse

- Vô, a idéia é boa mas nem em sonho eu te deixo sozinho - Falei

Ele sorriu

- Pelo amor de Deus, sai do meu pé encosto. Eu tô velho e não morto - Ele disse

Gargalhei

- Aham, sei -Falei

- É sério, Bia, procura isso na internet. Eu te dou uma grana que tenho ali pra passagem, é seu sonho filha -Ele disse

- Tudo bem - Falei assentindo.

Terminei de fazer todos os meus serviços em casa. Tomei um banho. Subi para o quarto e procurei a tal da ALIPUT na internet, era de fato uma fábrica enorme e estavam sempre oferencendo emprego mesmo.

Me inscrevi para o último dia disponível de entrevistas e respirei fundo. Seja o que Deus quiser.

Dois dias depois

Desci do ônibus com a minha bunda toda dormente de tanras horas sentadas naquele banco duríssimo. E caminhei até a fachada da fábrica.  Respirei fundo. E entrei.

Tinha um grupo gigante de garotas para a entrevista e uma mulher chegou com uma caderneta nas mãos

- Os nomes que eu chamar, por favor venham comigo -Ela começou a chamar  as garotas e finalmente chegou na letra B e me chamara.

Caminhei com aquele grupo até uma sala bem arejada. Eu e mais dez meninas. Nos sentamos e aguardamos ela começar a falar

- Vocês se escreveram para a vaga de recepcionistas de balcão, como sabem, não temos muitas. Então vamos dar prioridades a quem se sair melhor na desinvoltura....

A entrevista seguiu em seu tédio normal. Até que ela seguiu para a segunda fase

- Agora vamos receber o diretor e o gestor de finanças da nossa fábrica. -Ela disse e a porta se abriu para os fois homens entrar

Um era mais velho e o outro eu não vi direito. Eles se viraram para nós e nos cumprimentaram com um sorriso. E naquele segundo o meu coração quase saiu pela boca

Era ele.

Puta que pariu. O Lorenzo

- Bom dia - Eles disseram

Fiquei pedindo a Deus mentalmente para que ele não me visse e até então ele nem olhou na minha cara porque eu estava no fundinho da sala quaze entrando em baixo de alguma coisa

- A nossa recrutadora já explicou um pouco sobre a história da nossa empresa? - O outro cara perguntou

- Sim -Respondemos

- Agora nós vamos fazer algumas perguntas para ver se vocês conseguem ser boas de memória- Ele continuou -Você

Ele disse me chamando

Porra, eu estava me escondendo, porque logo eu.

- Você mesmo do canto, venha até aqui - Ele me chamou - Qual seu nome?

- Beatriz- Falei

Lorenzo levantou o olhar que estava vidrado nos papéis até os meus olhos. E ele parecia que estava vendo uma assombração

-Enzo vai te fazer algumas perguntas - O homem disse e ficamos aguardando as perguntas

Fui até a frente dele mas o silêncio pairou

- O que....como....- Ele tentou perguntar sobre minha vida mas se tocou que estávamos numa empresa-  Qual nosso foco principal aqui? que levamos como uma missão no nosso profissional e pessoal?

Ele perguntou olhando nos meus olhos mas parecia que as palavras estavam saindo no automático e eu poderia ver o quanto de perguntas ele queria fazer pra mim

- a sustentabilidade- Falei

- Muito bom - O homem disse aplaudindo sozinho -Pode sentar

Fui sentar e eles saíram depois de fazer isso com mais três garotas.

Assim que a entrevista terminou ficamos esperando o resultado. Alguns minutos depois elas chamaram alguns nomes

- As que eu chamei não foram aprovadas, mas esperamos que vocês não desistam. E as que eu chamei, vocês começam na segunda.

- SEGUNDA? - Uma garota gritou-Como eu vou arrumar um teto daqui pra segunda meu Deus -Ela disse

- Algum problema?- A moça perguntou

- Nenhum, isso é o de menos. Esse emprego é tudo pra mim - Ela disse rindo.

Acabei rindo também.  Me aproximei dela e ela me olhou confusa

- Pelo visto eu também vou precisar de um teto até a segunda - Falei

-Na moral? tu não é daqui? - Ela perguntou

-Sou do interior- Falei

- Dá pra perceber- Ela disse- Eu vou na universidade procurar anúncios de quartos ou apê, quer ir?

- Ah...eu gostaria muito mas se eu demorar aqui eu chego muito tarde em casa - Falei

- Você tem whats? eu posso te avisar se achar alguma coisa- Ela disse

-Tenho sim - Falei e ela me estendeu o celular pra que eu anotasse

- Bom, salvo como?

- Sou a Bia - Falei sorrindo

-É um prazer, eu sou a Babi - Ela disse.

Sorrimos e ficamos conversando ali até meu ônibus chegar.

MORENAWhere stories live. Discover now