Capítulo 16

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Beatriz


Tomei um banho rápido, a noite estava fria demais, eu meio que já estava quase acostumando com o climinha de SP, bem aleatório.

Vesti uma calça jeans preta, um cropped e um casaco longo por cima, coloquei um tênis e fiquei me maquiando.

Estava quase acabando quando o João abriu a porta

- Será que posso usar seu banheiro? - Ele perguntou e eu assenti

- Você não colabora, né? - ele disse eu não entendi

- quê? 

- Eu preciso manter minha postura de bom neto e tu com essas tetas não ajuda - ele disse

- Ai,  eu mereço - falei rindo e ele entrou no banheiro

Terminamos de nos arrumar, depois de prontos, descemos para a sala e meu avô estava com a Eva jogando xadrez. Cumprimentei a Eva e em seguida saímos andando até a pracinha

Que como sempre estava cheia de maloqueiros, mas tudo bem, são de casa

- Boa noite morena - Um dos maloqueiros falaram

- Boa - falei rindo

- Morena? - ele disse

- é como eles chamam as meninas - Falei

- Não gostei - ele disse

- Meu apelido quando criança era morena, não te falei? 

- ah, era? - Ele disse e eu assenti- ok, então, Morena

Sorri

- Eaí, a gente vai sentar no banco e olhar os assaltos? - ele disse

- não, a gente vai tomar sorvete lá na dona Gisele - falei animada

- eu não trouxe nada de valor, nem um real minha filha - Ele disse

- eu trouxe  - falei - vem logo

O arrastei até a barraquinha da dona Gisela e ela se espantou quanto me viu

- Beatriz? como está linda - ela disse me abraçando

- Vim matar a saudade do seu sorvete - falei

- trouxe o namorado? que lindo ele, bela escolha - ela disse

- ele não...- João me interrompeu

- Sim, sim. Ela tem um ótimo gosto - João disse e eu o olhei quase o matando

- Ainda bem. Sofreu demais por amor procurando o outro lá, merece mesmo alguém que a ame- Ela disse eu engoli seco

é dona Gisele, a senhora não sabe da bomba...

- Eu vou querer o meu de avelã, tá? -  falei 

- e eu o mesmo que ela- João Victor falou

Ela preparou e caprichou nos nossos, paguei e fomos sentar na graminha em baixo das árvores

- Ainda não vi um assalto - ele disse

- e nem quero ver - falei

- se eu ver eu sou o primeiro a correr - ele disse

- mas tu nem trouxe nada de valor - falei 

- trouxe sim - ele disse e me deu um beijo na bochecha- cabei de dar um beijo gelado nela

Sorri sem graça

Ele se aproximou e me puxou para um beijo que eu caí direitinho. Eu nunca tinha beijado alguém de uma forma tão suave e selvagem ao mesmo tempo como o meu beijo com o João.

Ele é um idiota as vezes, mas ele é tão engraçado, não consigo não sorrir com ele. E as vezes fico pensando entre viver com ele ou ter um futuro com o Lorenzo.

Mas não sei se teria um futuro com o João Victor.

Já com Lorenzo, temos planos desde muito pequenos.

Finalizei o beijo com selinhos e ele sorriu

- Obrigada por isso - ele disse

- pelo beijo? 

- por me tirar daquela realidade lixo - ele disse

- mas...

- e pelo beijo também, só não repito porque meu sorvete tá derretendo - ele disse

- Tá vendo? o sorvete é bom - falei

- é bom mesmo, você é muito influencer caralho - ele disse e eu gargalhei

- Idiota - falei rindo

- Só não entendi o que ela quis dizer com você sofrendo atrás do outro, quem é o moleque? 

- um amor de infância que se perdeu no caminho - falei

- graças a Deus que se perdeu então - ele disse

engoli seco

- mas ainda tenho contato - falei

- sei - ele disse sem graça

- você não tem..? 

- tem o que? - ele perguntou seco

- exs...

ele gargalhou

- exs casos que nunca deram em nada -  ele disse 

continuamos ali na praça e sim, teve um assalto que colocou geral pra correr, inclusive nós

Voltamos pra casa conversando e rindo bastante

- Infelizmente agora terei que deixar de ser seu namorado. - ele disse- vem maninha

Comecei a rir

- Vem - o chamei pra dentro

entramos em casa e meu avô já nem estava na sala, provavelmente já tinha ido dormir, e achei fofo que ele deixou o sofá todo pronto pro João.

- Pelo visto vou ter que ficar por aqui -ele disse

- e eu vou subir - falei - Boa noite

Dei as costas mas ele me puxou e me agarrou pela cintura

- Que se foda a irmandade - ele disse me beijando

Ficamos nos pegando um pouco no sofá e eu subi correndo se não ele não me deixava dormir hoje e eu não iria dar pra ele na sala com risco do meu avô infartar quando ver.

Cheguei no quarto e me despi, entrei no banheiro pra tomar um banho, e que saudade do meu banheirinho quentinho. Passei horas cantarolando. Me enrolei na toalha e quando saí tomei um susto vendo o João Victor na minha cama

- Será que posso dormir aqui? é que eu tô com medo de ficar lá em baixo sozinho - respirei fundo

- Medo? você João Victor? Eu sei muito bem o que você quer - ele sorriu

- qual é? eu nunca dormi na sala na minha vida


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MORENAWhere stories live. Discover now