MORENA

Capítulo 39

Beatriz

Acordei com o despertador estourando meus ouvidos. Levantei igual uma morta viva para tomar banho, mas após ele, eu saí vivinha em folha.

Me arrumei para a faculdade e saí nas carreiras. Chegando lá, a Babi, Léo, Laisa e João esavam na área de convivência. Fui até eles e pulei em cima do João

- Ai meu deus - João disse me agarrando

- Não tem como passar um dia sem você-Falei no ouvido dele

- Casa comigo então- Ele disse

- Agora mesmo - Falei dando um selinho nele

- E a aula começou-Babi disse-Desculpa ai acabar com o reecontro

- Onde vocês se meteram ontem?

- A gente foi na pracinha - Léo disse

- Até de madrugada? -Perguntei

- Sim, mãe, tava tendo vários bagulhos cuturais lá - Léo disse e eu sorri

- Então tá, vamo Babi- Nós duas subimos pra aula.

Que foi um porre, mas rendeu.  Saí da faculdade e fui direto pra casa. Dormi a tarde inteira e quando acordei comi algo e fui me arrumar pro coquetel.

Dei chapinha e fiz um reboco com uma sombra mais neutra. O vestido ficou lindo em mim, Laisa me emprestou um saltinho e eu estava pronta.

Saí do quarto e o João já estava na sala me esperando

- CA RA LHO - Ele disse quando me olhou - É normal o senhor injetar toda beleza do mundo numa só pessoa Deus?

Sorri toda boba

- Você também está lindo - Falei

Ele me deu um selinho e nos despedimos das meninas. Descemos. Ele até abriu a porta do carro pra mim. Coloquei anavitória pra tocar no carro e nós fomos cantando baixinho.

- Tá nervosa?

- Demais - Falei

- Relaxa, só tem velhote - Ele disse- E os mauricinhos filhos deles, mas não estão nem doidos de olharem pra você

- JOÃO- O olhei feio- Eu tô nervosa por conta da sua família

- Relaxa e caga pra eles - Ele disse

Chegamos no salão do coquetel e estava tão lindo, cheio de flores e pessoas com vestidos e trajes maravilhosos. Além de ter alguns artistas fazendo malabarismo com fogo e bailarinos de dança contemporânea. Tudo perfeito.

João pegou na minha mão para entrarmos e literalmente o salão todo nos olhou. Alguns fotógrafos vinheram pra cima e eu sorri toda vergonhosa.

Depois daquela recepção calorosa fomos pra mesa da família dele, que se encontrava: Tessália, a mãe e o pai. Nós dois sentamos e eles nem se quer falaram ou olharam pra mim

- Como está filho? - A mãe dele perguntou

- Estou bem, mãe- João disse

- Que bom, sua irmã estava nos contando que teve uma dia difícil na empresa

Ela falou me ignorando literalmente

- Foi? nem fiquei sabendo - João disse

- Foi, e os funcionários imprestáveis não facilitaram. Que eu saiba a gente paga os empregados pra alguma coisa né? não para serem totalmente inúteis

Engoli seco porque ela falou olhando pra mim

- Menos, mãe, menos - João disse

A entrada chegou e eu não fazia idéia de como usar os talheres, porque tinham VÁRIOS.  Então observei o João e o imitei.

O jantar foi concluído e todas as conversas da mesa era como se eu nem estivesse ali, João cortava assunto com eles aparentemente incomodado, mas eles insistiam.

- A apresentação filho - o pai dele disse

- Ah sim, vamos amor -Joao o dissse pegando minha mão

-Pra onde?

- A apresentação do começo do leilão, amor - Ele disse-Toda nossa família tem que subir no palco para dar início

- Ela não é da nossa família- Tessália disse

- Acho melhor eu ficar - Falei

- Você vem comigo! - João disse- Por favor

-A gente não vai levar o motivo vivo da desgraça da nossa família com a gente- A mãe dele disse e eu engoli seco

- Se a Bia não subir vocês podem ir lá, mas sem um filho - João disse

-João...- Tentei falar

- Vamos logo!- A mãe dele disse

Ele pegou na minha mão e subimos. Lá de cima minhas pernas tremiam, eu pensava que eram alguns velhores mas tinha mais de cinco mil pessoas ali. E aquilo me assustou tanto que comecei a ficar enjoada

Todos ficaram de pé nos aplaudindo e toda família sorria como uma bela família margarina.

Mas minha cara estava toda amassada porque eu realmente estava passando mal.

Quando eu não segurei e vomitei no palco.

Três segundos depois eu desmaiei, mas foi de vergonha.

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