Capítulo 26

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Beatriz

- Boa noite - falei

- Boa noite, pode pegar uma cerveja aí na geladeira, por favor?- ele perguntou

Não respondi e fui até a geladeira. Baixei para pegar e minha camisola de renda, quase transparente e  minúscula subiu. Me espantei mas continuei abaixada, eu amava provocar o João e depois de hoje bem que ele merecia

- Quer garrafa ou lata? - perguntei e não obtive resposta, sorri de lado- Garrafa ou lata? - perguntei outra vez e nada. 

Olhei e ele estava totalmente fixado na minha bunda

- João? - ele acordou do transe e me olhou- Garrafa ou lata?

- Cerveja caralho, não importa em que seja - ele disse em um tom ignorante

- dá pra falar direito? 

- foi assim que você fez com o Enzo? - ele perguntou

- Oi? - entendi porra nenhuma

- provocou assim quando iria levar os papéis na mesa dele? - ele perguntou

coloquei acerveja dele de volta na geladeira e bati com força

- você me respeita! - falei partindo pra cima dele e ele segurou a minha mão

- opa - ele disse- vai me bater?

ele perguntou baixinho

Me aproximei da boca dele e olhei fixamente em seus olhos

- estou de saco cheio disso - falei

O olhar dele saio do meu e foi direto pro meu decote

- você gosta de colocar fogo, não é, Beatriz? - ele perguntou baixinho- Deu saudade em tão pouco tempo assim? 

ele perguntou olhando fixamente pros meus seios. Mas é muito idiota mesmo

- Não sinto saudade de quem me trata como um animal - falei me afastando dele

- pois é, foi eu que te fiz de amante mesmo - ele disse sendo irônico

- você nunca vai superar isso, não é? - perguntei

- é que eu não engulo como vocês foram tão baixos - ele disse

- vai se foder, João Victor! - falei

- Vá você, morena - ele disse em tom de deboche

- Saia da minha cozinha e da minha casa - falei 

- A Babi me convidou! - ele disse- a casa é dela também - ele falou

- você tá debochando da pior fase da minha vida e ainda fica de piadinhas, até o Lorenzo já superou isso que aconteceu e você não!

- Porque a sua máscara caiu pra mim - ele disse- perdeu totalmente o meu respeito

- E O QUE EU FAÇO COM SEU RESPEITO? COLOCA ELE NO SEU CU - Gritei

- Coloca no seu - ele disse

- Idiota! - falei- sai daqui 

empurrei ele

- A MAS É A DONA DA CASA AGORA, BABI - ele gritou

- SAI DAQUI 

Joguei o pacote de macarrão nele mas pegou na cara do Léo que iria chegando na cozinha com a Babi

- Gente que porra é essa? - Léo perguntou

- Tira esse nojento daqui - pedi

- Os incomodados que se mudem, bebê - ele disse

- VAI TOMAR NO SEU CU - Gritei pulando em cima dele mas o Léo me segurou

- Gente, parem! - Babi disse

- Amiga, amanhã eu não coloco o pé naquela empresa - falei

- Que favor - João disse

- Que porra é essa? você tava chorando por ela hoje - Léo disse

- PAGA DE SOLTEIRO FELIZ MAS QUANDO CHEGA EM CASA CHORA - cantei rindo e ele revirou os olhos

- Alô? Marília Mendonça? Amante não tem o que mesmo? - ele disse fazendo gesto como se estivesse ligando

- SAI DA MINHA CASA - Gritei

- Que briga mais madura, já tá na hora de parar já - Babi disse

- Só saio quando a Babi mandar - ele disse

- Que ótimo! Então saio eu - falei saindo e empurrando eles três 

Me poupe ouvir todas essas humilhações

João Victor

- Já vai tarde- falei enquanto ela saia

Me virei e vi o Léo e Babi me encarando putassos

- o que? ela que começou - falei

- Porra, João Victor, vai atrás dela - Léo disse

- só se for pra se matarem - Babi disse

- porra, tá tarde já - Léo disse - e outra, ela está na casa dela, quem tem que sair é a gente - Léo disse

- Eu vou!  mas não vou bajular ninguém - falei puto saindo do apê

Desci de elevador e fui até a área de lazer. Meu coração se partiu

Quando vi aquela coisa miúda de camisola toda murcha chorando na cadeiras de costas pra mim. Ela estava sozinha na escuridão, porque não tinha piscina no prédio.

Sentei atrás e ela me olhou

- Vai embora - ela pediu com a voz de choro- veio aqui me humilhar mais?

- Para de chorar - pedi

- Vai se foder - Ela disse

Me aproximei dela sentando por trás dela na cadeira a abraçando por trás. 

- Sai! Me solta! - ela pediu

- shi...shi...shiu... - falei baixinho

Ela continuou chorando baixinho

- Para de chorar - Pedi mas ela ignorou- Por favor, princesa

- Eu não queria causar isso tudo...eu... 

- Tá bom... já chega - falei

- Você me trata como se eu fosse culpada...eu só...

- Não se explica mais não - pedi- por favor

- Mas você é tão.. implicante e idiota... - ela falava chorando com a cara toda melada de catarro

Apenas observei

- Até seu jeito de me olhar é me culpando - ela disse

- eu te olho me culpando, porque você nunca vai ser minha, isso sim - falei e ela me subiu o olhar pra mim

- Mas eu sou sua... 

ela se virou pra mim

- então para de chorar - pedi- eu sou um idiota do caralho, mas eu não divido as coisas que eu amo...- falei- por isso fiquei puto

- Eu não sou uma coisa - ela disse toda brava

- mas é alguém que amo - falei e ela sorriu

- tá frio aqui - ela disse toda arrepiada

- Vem aqui - a puxei para mim 

Ela suspirou

- Você tinha razão - ela disse

- em que? - perguntei

- Eu estou com saudades...

MORENAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora