O Que É Bom Dura Pouco

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No dia seguinte Cosima acordou tossindo. A claridade feriu seus olhos quando ela se virou para verificar se o barulho que tinha feito havia incomodado o sono de Delphine. Porém só encontrou o vazio a seu lado na cama e a loira já não estava nem mais no quarto.

Ela se levantou irritada com a tosse que não cessava e foi até o banheiro. Parou na frente do espelho e se apoiou na bancada já começando a sentir falta de ar.

Que merda! Acho que preciso pegar mais leve com o cigarro...

Mas o que Cosima não estava esperando é que quando afastasse a mão da boca, sua palma estaria cheia de pontos vermelhos de um líquido quente e viscoso: manchas de sangue.

– Cosima? – Delphine chamou ao entrar no quarto.

Cosima sentiu o sangue gelar e olhou em na direção da porta aberta e ver que ela estava trazendo o café da manhã consigo.

– Tá tudo bem? – a loira perguntou deixando a bandeja sobre a cama.

– Si... sim – Cosima rapidamente lavou as mãos e verificando se sua boca não estava suja.

A morena voltou para o quarto e Delphine lhe estendeu a caneca da Corvinal cheia de café fumegante quando ela se sentou na cama.

– Ouvi você tossindo lá da cozinha – disse se servindo das panquecas que havia feito. – Engasgou com a saliva, foi?

– Sei lá – Cosima deu os ombros e forçou um sorriso para tentar disfarçar. – Já acordei desse jeito.

Delphine a fitou desconfiando de sua reação. Cosima era transparente demais e ela conseguiu perceber que tinha alguma coisa de errada acontecendo. Mas como a morena começou a comer em silêncio, Delphine achou que talvez fosse melhor não prolongar o assunto e apenas ficar atenta.

– Você se lembra que hoje é dia de dos seus exames, certo?

– Claro. – Cosima revirou os olhos. – Como eu poderia me esquecer...

– Hey, não faz assim. Você sabe que isso é importante.

– Eu sei...

– E é melhor não se atrasar. – Delphine se inclinou para deixar um beijo no rosto dela antes de se levantar da cama. – Agora eu já vou, daqui a pouco minhas pacientes já vão começar a chegar.

Cosima a observou caminhar até o espelho para terminar de ajeitar o cabelo.

– Tudo bem – a morena disse. – Até daqui a pouco.

– Au revoir.

E então Delphine saiu do quarto deixando Cosima sozinha terminando seu café.

Apesar da francesa fazer os melhores crepes que ela já tinha provado na vida até conhece-la, Cosima precisou se esforçar para conseguir comer um pouco; a preocupação havia se apossado de sua mente. Em universo nenhum uma tosse com sangue poderia ser indício de boa coisa, muito menos no caso dela.

Ela estava até mesmo feliz com a forma com que as coisas estavam se desenrolando; apesar da doença, Cosima estava conseguindo levar uma vida bastante normal. Mas com esse novo sintoma – considerando que ele fosse perdurar e não se tratava apenas de um evento isolado – tudo poderia mudar dali para frente.

 Mas com esse novo sintoma – considerando que ele fosse perdurar e não se tratava apenas de um evento isolado – tudo poderia mudar dali para frente

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Je L'aime à MourirOnde histórias criam vida. Descubra agora