É isto um sonho?

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 – Será que já tá pronto? – Oscar ficou na ponta dos pés para conseguir ver melhor dentro da panela.

– É, eu acho que já está bom sim – Cosima respondeu conferindo a mistura que fervia no fogão. – Agora se afasta um pouco. Isso tá muito quente e você pode se queimar.

Então ela desligou o fogo e despejou o líquido em uma peneira que já havia sido previamente preparada.

– Aqui está! – Cosima comunicou afastando o rosto para evitar que as lentes dos óculos ficassem embaçadas com a fumaça. – Seu chá de repolho está pronto!

– Não acho que isso vai ser muito gostoso... – o garoto comentou olhando para o líquido roxo que escorria do funil para dentro de uma garrafa transparente.

– Nem eu – ela riu achando graça do apontamento dele. – Mas ninguém precisar beber, então acho que isso não vai ser um problema.

Dito isso, ela se livrou dos restos de folhas cozidas, pegou um copo de vidro de dentro do armário e então buscou o frasco de vinagre dentro da geladeira.

– Vamos lá, coloca um pouco de vinagre dentro do copo – Cosima instruiu e assim o menino o fez.

Por ainda estar bastante quente, Cosima achou melhor ela mesma despejar a água de repolho para fazer a mistura. Conforme foi derramando o líquido e a mistura rapidamente mudou de cor, os olhos de Oscar foram ficando cada vez mais arregalados.

– Wow! – o menino expressou com notável empolgação. – Ficou vermelho!

– É isso aí! – Cosima disse sorrindo frente à alegria do garoto. – E você se lembra o que significa a cor vermelha?

– Hmm... – ele fez parando para pensar por um instante. – Ácido?

– Exatamente – ela confirmou levantando a mão em high five para ele. – Você pode usar o que quiser, detergente, açúcar, suco de limão... Vale até pegar algumas coisas lá da Bubbles, mas não conte à sua mãe que eu disse isso.

– Tudo bem. – Oscar riu. – Valeu pela ajuda, tia Cosima!

– Tia? – ela questionou franzindo o cenho. – Pensei que hoje eu fosse sua parceira de laboratório...

– É mesmo – o garoto se corrigiu. – Valeu parceira!

– Assim está melhor. E não há de quê, parceiro!

Depois disso, Cosima deu uma breve ajeitada na bagunça que eles tinham feito.

– Vamos lá pra sala – ela disse apoiando a mão no ombro do menino. – Sua mãe já deve estar vindo buscar vocês.

Tão logo os dois colocaram os pés para fora da cozinha, o que viram surpreendeu Cosima – porém não muito.

Gema estava de pé em cima do sofá, vestindo uma camisa masculina grande o suficiente para lhe cobrir até abaixo dos joelhos enquanto Felix riscava costeletas com um lápis de olho em seu rosto.

– Você sabe que a Alison vai te matar por isso, né? – Cosima alertou o amigo em tom de brincadeira.

– Ela deixou o Oscar pra você ensinar ele como pode... – o rapaz disse com um sorriso sarcástico. – O que a fez pensar que eu também não iria dar a minha pequena contribuição com a Gema?

Antes que Cosima pudesse dizer mais qualquer coisa, a porta de entrada se abriu dando passagem à Alison.

– Meu Deus, Gema! – ela exclamou paralisando por uma fração de segundo.

Je L'aime à MourirWhere stories live. Discover now