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-- Deixa eu ver se entendi... Você quer que eu te leve para ver as estrelas?

-- Não são estrelas; eu já disse. São como luzes flutuantes que vagam por aí durante toda a noite. E isso só acontece uma vez por ano bem na noite do meu aniversário.

-- Então está falando das lanternas que o rei e a rainha soltam por causa do príncipe?

-- Lanternas? Eu sabia que não eram estrelas! E você vai me levar lá para ver, então, só assim, terá a sua mochila de volta. - Kihyun aproximou seu rosto do dele - Esse é o único jeito de recuperar a sua bolsa e o que está dentro dela.

-- Pelo visto você vai me fazer apelar.

-- O quê?

Changkyun deu seu melhor sorriso.

-- E então... Quer um beijo, loirinho? - fez bico -

-- Como é? - Kihyun se afastou e o Im ficou surpreso -

-- Eu te dou um beijo e você devolve a minha bolsa. Todo mundo quer pelo menos um olhar meu, e estou te oferecendo um beijo. Essa é uma oferta exclusiva.

-- Não estou atrás de oferta nenhuma. Vai me levar para ver as lanternas flutuantes ou quer ficar sem a bolsa?

-- Droga. Tudo bem; você venceu. Mas me desamarra daqui.

-- Se você tentar alguma coisa, eu com certeza não terei medo de usar a minha faca. - o Yoo tirou uma pequena faca da cintura - Está bem amolada.

-- Tudo bem, tudo bem.

Kihyun o desamarrou.

-- Temos uma semana para estar aqui de volta. É o tempo que a mamãe volta...

-- E aí você me dá a minha bolsa.

-- Isso. Ah, sua cabeça está sangrando. Desculpe por isso.

Changkyun tocou o sangue e ficou confuso ao ver o outro garoto se afastar.

-- Aqui está um pano molhado. Você vai ficar bem. Hm, me deixe pegar comida e água. Então poderemos ir. - estava procrastinando porque tinha medo -

-- Tudo bem. Como é seu nome?

-- Kihyun.

-- Yoo Kihyun?

-- Não...? Kim. Kim Kihyun.

-- Ah. Então não é você.

-- Eu o quê?

-- O príncipe perdido. Na verdade, roubado.

-- Eu não sou príncipe. Existe um príncipe?

-- Ouvi histórias de que o príncipe foi sequestrado quando ainda era um bebê. Ninguém soube quem o levou e muito menos pra onde.

-- Os pais não procuraram?

-- O reino todo procurou, mas ele simplesmente sumiu do mapa. Ninguém nunca o viu ou ouviu. Há quem diga que ele está morto. Há quem diga que ele nem ao menos existiu e as majestades apenas criaram rumores para não serem esquecidos tão cedo.

-- Que história estranha.

-- É o que ouvi.

-- E como é o seu nome?

-- Hm... Daniel.

-- Daniel? Em inglês?

-- Sim. É descendência.

-- Ah. Bom, já peguei tudo. Vamos embora.

-- Tá. Uma semana.

-- Uma semana.

Os dois desceram pela escada. Kihyun estava com tanto medo que se agarrou ao braço de Changkyun quando chegaram no chão.

-- Está com medo?

-- Um pouco...

-- Então acho melhor a gente esquecer isso tudo e aí você devolve a minha bolsa logo para fingirmos que nada aconteceu. Sem ressentimentos.

-- Não! Eu preciso ver as lanternas, Daniel.

-- Você é teimoso.

-- Você também é.

Changkyun o olhou e deu de ombros.

-- Vamos, ou mudou de ideia?

-- Nós vamos.

Eles começaram a caminhar lado a lado. O Im teria que levá-lo ao lugar onde sua liberdade certamente estaria comprometida. O único jeito de ver as lanternas de perto é no rio próximo ao palácio. Mas é isso ou nada.

-- Então, Kihyun, se você quer tanto ver as lanternas, por que não fez isso antes?

-- É complicado e eu não posso explicar pra você...

-- Tudo bem, eu não preciso saber mesmo.

Os dois continuaram caminhando calados até Kihyun lembrar de sua mãe.

-- O quanto já andamos? Faz muito tempo que saímos? Estamos chegando? Minha mãe não pode desconfiar que eu saí. Precisamos voltar logo.

-- Calma, loirinho. Não posso arriscar irmos pelo mesmo lugar que eu vim, mas provavelmente vamos chegar lá logo.

-- Meu aniversário é em dois dias!

-- Que sorte a nossa!

-- Pois é, né?! Assim posso chegar antes da mamãe e ela não vai ficar zangada ou me deixar de castigo e nem vai ficar decepcionada comigo!

-- Só por você ter saído durante uns dias? Qual é a neura com a sua mãe?

-- É que não avisei que sairia, sabe?

-- Olha, essa não foi uma coisa muito bonita de se fazer. Infelizmente não posso compactuar com mentiras, então vamos voltar e-

-- Você só não quer me levar! Pelo visto essa bolsa não é tão importante assim.

Changkyun gelou. Se perder a bolsa, perde a coroa. Se perder a coroa, perde muita grana. E essa é sua meta de vida.

-- Por que não me diz de uma vez o que está acontecendo? Sei que não sou tão bom, mas e se você for perigoso e quiser me entregar aos guardas enquanto durmo? É cheio de segredos e isso só me deixa mais desconfiado.

-- Eu não faria isso!

-- Por que quis sair assim, então? Disse que tem uma mãe. Por que escolheu vir com um ladrão procurado que nunca viu antes?

Kihyun suspirou e quase pensou em voltar.

-- Eu estou fugindo, Daniel. Assim como você.

Tangled [Changki]Where stories live. Discover now