Tangled [Changki]

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Enquanto Yuna corria e fazia de tudo para tentar encontrar Kihyun e Changkyun, os dois finalmente encontraram o lugar onde comeriam.

Por fora não era bem o que Kihyun estava esperando; a madeira velha e escura entrava em contraste com o colorido da placa de boas vindas, mas ainda era um lugar meio nojento. Talvez por dentro seja melhor, pensou o Yoo antes de cruzar a porta.

Kihyun se apavorou e seus pensamentos bons sumiram quando viu aqueles homens e mulheres com caras tão assustadoras. Estavam iguais a descrição que sua mãe o deu de pessoas más que querem o seu mal acima de tudo.

-- Daniel! - sussurrou - O que estamos fazendo aqui?

-- Relaxa, loirinho. E aí meu povo! Tem mesa pra dois aí?

Todo mundo ali o olhava como se ele fosse um inimigo de batalha. Todos, menos aquele que estava prestando muita atenção no cabelo de Kihyun.

-- Esse cabelo é real?! - ficou boquiaberto, e tentou tocar para ter certeza -

-- É. Ele deve tá pagando promessa. - Changkyun foi em direção ao balcão para pedir alguma bebida -

Kihyun recolheu seu cabelo e se afastou com medo que aquele musculoso o fizesse mal.

-- Espera... Eu conheço você!

-- O quê?

-- Você é Daniel, o procurado.

O Yoo viu o homem que estava fascinado por seu cabelo voltar a atenção para o cara que estava encarando Changkyun no balcão.

-- Hyungwon? Tá tudo bem?

-- Hoseok, traz o cartaz que os guardas deixaram aqui. Ninguém deixa esse cara fugir, ouviram?!

Kihyun se assustou mais ainda quando algumas pessoas se amontoaram em volta de Changkyun, o tirando de sua visão.

-- Ei, vocês! Deixem ele em paz! Soltem ele! Eu preciso que ele me leve até as lanternas!!!

Mas ninguém estava ouvindo uma palavra que saía da boca do Yoo, então ele foi até a parte onde algumas panelas estavam penduradas, e pegou uma frigideira que quase não conseguiu segurar.

-- Soltem ele agora! - Kihyun meteu a frigideira na cabeça do homem que estava mais próximo e ele saiu cambaleando - Soltem o Daniel!

-- O que você acabou de fazer, garoto?! - uma mulher o encarou como se quisesse arrancar sua cabeça do corpo -

-- Eu quero que soltem o meu guia!

-- Seu guia?

-- Vocês estão destruindo o meu sonho... Por favor.

-- Seu sonho? Qual é o seu sonho? - Hoseok, que ainda estava segurando Changkyun pela camisa, se virou para observar Kihyun -

-- Em toda a minha vida, eu nunca vi pessoalmente aquelas lanternas flutuantes que soltam todos os anos... E é meu aniversário.

-- Hoje é seu aniversário?

-- No dia em que soltam as lanternas é o meu aniversário.

-- E por que só pode ir com esse delinquente?

-- Eu não tenho mais ninguém pra me levar. Se ele me levar até lá, eu devolvo algo que ele quer muito.

-- Oh, então vocês têm um pacto.

-- Que não serve de nada se vocês não me devolverem ele.

-- Sabe, cabeludo, eu também tenho um sonho.

-- Meu nome é Kihyun. Qual é o seu sonho?

Changkyun fez careta quando viu Hoseok levá-lo para cima de um palco.

-- Eu quero ser cantor, Kihyun.

Quando ele começou a cantar o trecho de uma música qualquer, Kihyun percebeu que aquela é a voz mais doce e bonita que já ouviu em seus quase dezoito anos de vida.

-- Todos aqui temos um sonho que desejamos realizar algum dia. O Hyungwon, que provavelmente foi chamar os guardas, quer ser um DJ mega famoso e fazer raves, por exemplo.

Em uma mudança completa de cenário, agora todos ali estavam contando sobre seus sonhos e objetivos para a vida. Aqueles homens e mulheres eram tão sensíveis e sonhadores quanto Kihyun. E ele percebeu que aparência é apenas aparência; uma coisa que não necessariamente diz algo sobre seu verdadeiro eu.

-- Você também tem um sonho? - Hoseok olhou para Changkyun -

-- Não interessa a você.

-- Sinto muito por você Kihyun, mas vou entregá-lo aos guardas. - apertou as mãos em volta dos braços do Im - Ele não merece ser solto.

-- É melhor você dizer, Daniel. - Kihyun cerrou os dentes - Ou eu vou danar essa frigideira na sua cabeça também.

Por um momento, Changkyun sentiu mais medo de Kihyun do que de todos ali presentes.

-- Não é grande coisa. Eu quero me mudar pra um lugar bem longe daqui, onde possa nadar na minha piscina de dinheiro e ter todo mundo aos meus pés.

-- Eu gostaria que alguém me desse a oportunidade de realizar meu sonho. Por isso vou deixar você levá-lo, Kihyun, então siga o seu sonho sem olhar para trás!

-- Obrigado! - Changkyun lhe deu um tapinha no braço -

-- Eu disse Kihyun. Seu sonho é tosco.

-- Obrigado... Hm, como se chama?

-- Hoseok.

-- Obrigado, Hoseok! Eu nunca vou esquecer isso. - Kihyun sorriu verdadeiramente -

-- Os guardas estão vindo! - alguém gritou da janela -

-- Vocês precisam sair agora! - Hoseok abriu uma porta escondida que mostrava o caminho para o subterrâneo - Feliz aniversário, Kihyun! Espero que realize o seu sonho.

O Yoo beijou sua bochecha e saiu correndo atrás de Changkyun, que já tinha ido na frente. Realizar seu sonho finalmente parecia estar mais perto do que nunca.