Capítulo 2

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Kalel - alguns dias antes

Ando pelo escritório do meu pai para tenta acalmar o turbilhão de coisa na minha cabeça, só faz 4 dias que retornei ao sul depois de uma longa temporada em meio aos humanos, viajando, estudando e conhecendo novas pessoas. Quando voltei para ficar, e assumir a alcateia, não imaginei que meus pais, antes de viajarem para visitar meus irmãos mais novos na faculdade, me jogaram todas as responsabilidades, tanto da empresa de joias quanto de toda a província em minhas costas. Eu não estaria reclamando se fosse só isso, não, longe disso, eles me jogaram uma noiva psicótica que me liga a cada 5 minutos para falar sobre o casamento ou para saber onde estou, ou com quem estou, e se eu não atendo, em 30 minutos contados, ela dá um jeito de aparecer, e sim, o meu celular está tocando nesse exato momento e nunca senti tanta vontade de jogá-lo pela janela.

Então joga, eu não aguento mais. — rosna Caleb, o meu lobo.

Não vai adiantar muito — respondo mentalmente.

Maldito dia em que fui concorda com esse noivado.

Ignoro a ligação, ela vai aparecer aqui de qualquer jeito.

A porta do escritório bate e Matthew meu amigo e futuro beta entra me observando com divertimento, ele sabe o que estou passando e não perde tempo em zoa com a minha cara.

— Problemas com a patroa? — ele ri olhando para o identificador de chamadas com o nome de Judit piscando incessantemente.

— Não começa — levanto o dedo em riste na sua cara.

Ele ri ainda mais.

— Você já pensou que quando vocês se unirem e você se torna o alfa, além de te ligar ela vai poder está na sua cabeça.

Paro.

Merda, tinha me esquecido dessa pequena e traiçoeira informação, quando eu me tornar alfa, poderei me comunicar com toda a alcateia por telepatia e quando marca a Judit como minha, essa ligação estará mais forte, e a minha prima em minha cabeça vai me deixar louco.

Volto a andar pelo escritório.

— Isso não é bom, isso não é nada bom — murmuro desesperado, ouvido a risada de hiena do Matt. Desgraçado, ele vai pagar por estar rindo da minha cara, mas antes tenho que pensar em uma maneira de acabar com esse noivado e assumir a alcateia sem uma parceira.

— Sei o que você está pensando Kalel, e isso não vai acontecer. — Matt fala, agora sério. — Essa é uma lei que até os lobos do norte cumprem. Assumir uma alcateia sem uma Luna do lado, não vai ser bom para a imagem de um alfa, principalmente um alfa do sul, você é responsável por toda a província. Precisa estar apto a dar continuidade aos Black, todos almejam por um supremo e que seja gerado quanto antes, e se um Black se nega a casar, também se nega a dar esperança ao seu povo.

— Droga odeio quando você tem razão. — resmungo sentando em minha cadeira.

— E o que farei, eu poderia falar com meu pai novamente, tem muitas lobas por aí que amariam ser uma Luna.

— Não adianta, você já percorreu o mundo atrás da sua companheira e não achou, talvez os seus pais estejam certos em firmar a únião com sua prima, mesmo que você não a ame, ela é uma Black, e quem sabe o sangue puro possa gerar um supremo, e é por isso que nossa alcateia tem tanta fé nesse casamento e não porque eles amam a Judit, o que não é o caso. — Matt tem bons argumento, mas mesmo assim é um "talvez" e se não nascer um supremo? Meu filho será humilhado pelo "frustração" de várias alcateias? Era um risco que teria que correr.

Há quase 2 mil anos, morreu Máximos Black o grande supremo de olhos vermelhos, seus poderes e força eram incomparáveis, o que sabemos de sua morte foi que ele foi rejeitado por sua companheira, e fraco, foi pego durante a batalha por centenas de lobos inimigos. Sem nenhum herdeiro, todas as responsabilidades caíram nas costas dos Black que restaram, mas não conseguiram gerar um supremo que unissem a todos e assim o mundo dos lobos se dividiram, os traidores foram para o norte e os que ainda tinham esperança foram para o sul, e desde então travamos uma certa guerra fria com os nortenhos.

Alfas em GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora