"Domadora."

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- Angelical… a quem estou enganando? Perdi minha posição, há muito tempo.

Kyouya se aproxima e da um beijo na têmpora de Erika, essa se meche um pouco após o ato, mas isso não o afasta, pelo contrário. Estar tão perto, sentir o cheiro da pele, e ver cada detalhe da mesma, e claro ver a garota se reagir ao seu carinho de maneira tão suave, fez o rapaz sentir que não conseguiria sair mais daquela posição e ele pensava - Só mais um pouco, vou ficar aqui só mais um pouco. - Mas ele sabia que se pudesse ficaria ali a vida inteira, e nunca se cansaria, mas ele precisava sair, aquela proximidade não o satisfazia, e sabia que um momento ou outro ele iria se aproximar mais e mais dela, e iria acabar cometendo uma besteira, como nos beijos anteriormente roubados.
Com a mão que sustentava e apoiava seu corpo sobre o de Erika ele apertou fortemente um travesseiro, como se seu corpo quisesse descarregar adrenalina que estava acumulada graças a aquele momento, ao mesmo tempo que se agarrava e inconscientemente não queria se desprender daquela situação. Após isso, com uma sensação de legítimo cansaço, ele encostou sua testa na têmpora de Erika e fechou os olhos, se contendo ao máximo, e buscou o resto de força que possuía pra se afastar e tendo o feito, apagou a luz e fechou a porta do quarto. Erika abre os olhos e sua mente começa a girar com o que acabou de acontecer, e ela remontar os acontecimentos tentando entender o que tudo significava.

- Eu senti algo em meu rosto e me acordei, mas antes que pudesse abrir os olhos senti uma aura ao meu redor então mantive meus olhos fechados. Se fosse algo ruim, teria aberto os olhos, mas eu me sentia protegida, queria que aquela aura se aproximasse de mim. Mas aí então percebi, de quem era a aura... Mas porque ele fez isso? Ele encostou a mão ou a cabeça em mim? Eu não sei. O que isso significa?  - Seu sono que antes era tão pesado, deu ligar a pensamentos que a mantiveram boa parte da noite acordada.

No dia seguinte ela acorda exausta, se lembra se ter conseguido dormir, mais ou menos três horas da manhã, e naquele momento eram oito horas. Ela saiu do quarto, ainda com os pensamentos sobre os acontecimentos da noite passada na cabeça, mas tentou ao máximo não transparecer o que sabia para Kyouya, que também parecia exausto enquanto fazia omelete para os dois.

- Bom dia. - Disse ele calmamente, quando a viu entrar na cozinha, ainda despenteada e com cara de sono. - Vá tomar banho pra podermos tomar café.

Como um zumbi Erika obedeceu a ordem, estava tão confusa e cansada que não pensou muito, apenas fez o que lhe foi dito. Tendo retornado do banheiro, agora mais alerta depois de ter jogado um pouco de água fria no rosto após o banho, posicionou-se na mesa, qua já estava com os pratos postos e esperou a chegada de Kyouya, que se sentou e após os agradecimentos, começou a comer.

- Este sábado. - Diz ele cortando o silêncio que havia se instaurado depois que os dois começaram a comer.

- O que vai haver este sábado? - Responde ela inocentemente, colocando mais uma porção de comida na boca.

- Nosso encontro. - Ele percebeu que ela tomou um leve susto com a afirmação mas logo de recompôs.

- Certo, acho que vai ser divertido, aonde vamos? - Ela tentou soar o mais despreocupada o possível, pois em sua cabeça haviam muito mais perguntas "Isso é realmente necessário ou ele só quer uma desculpa?", "O que eu devo vestir?", "Será que devo me preparar para algo mais acontecer no encontro?"... As perguntas era inúmeras.

- É surpresa.

- Certo. - Respondeu ela com uma certa empolgação.

O resto do dia foi bem mais agradável, pois Sanda havia chegado logo antes do almoço, todos comeram juntos e conversaram muito. Kyouya, em certo momento as deixou sozinhas, e observava de longe os sorrisos de Erika, ao ver os álbuns de fotos mostrados por Sanda, e não conseguia afastar o sentimento de inveja da amiga da garota.

- Vou conseguir deixá-la tão feliz quanto amanhã.

Após a saída do hospital, Erika tinha perdido a noção do tempo, e mal percebeu que quando Kyouya disse "sábado", estava falando do dia seguinte, só se deu conta quando Sanda foi embora, e a felicidade e êxtase de ver a amiga deixou sua mente e pode pensar melhor.
E a partir das oito da noite ele viu a garota ir de um lado para o outro, se planejando e escolhendo o que usaria, e claro ela fez isso tentando ao máximo não aparentar que se tratava do encontro, mas Kyouya a conhecia muito bem e sabia como ela ficava quando estava ansiosa nessas ocasiões, e por isso estava inegavelmente satisfeito e esperançoso, pois se ela estava agindo de forma semelhante a como era antes, e talvez o encontro estivesse surtindo efeito mesmo antes de ter realmente acontecido, portando ela iria se lembrar dele com certeza.

Ookami Shoujo to Kuro Ouji: The Past.Onde histórias criam vida. Descubra agora