Capítulo 05

4.9K 518 357
                                    

Amélia Blackwood não era absolutamente ruim, tive de assumir

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Amélia Blackwood não era absolutamente ruim, tive de assumir. Sua timidez era detestável e o modo como me perseguia, sufocante. Porem, o tempo que passamos entre as festas de natal e ano novo foram inesperadamente tranquilos, principalmente com os episódios de gagueira da garota desaparecendo em muitos momentos, onde ela se mostrava, até mesmo, divertida.

O fato de haverem pouquíssimas pessoas em Hogwarts, e nenhuma com a qual eu tivesse o mais tenro interesse em conversar, o que se fazia igual para eles, tornou a presença diária de Amélia bem mais suportável do que que aborrecida, o que ainda era, não se enganem. No entanto até o fim daquelas férias já era comum estar com Blackwood, de tanto que era constante, acabou por se tornar normal.

- Sev? No que pensa? - ao ouvir a voz constantemente doce dela, virei o rosto para olhar a garota alegre ao meu lado.

- Nada de interessante. - respondi simplesmente e ela voltou a tagarelar. Eu sempre parava de ouvi-la em algum momento, por que ela falava em demasia, ainda assim essa nova animação era melhor que os sussurros intercalados dos meses antes desse.

- ...... e seus pais Sev? - perdido em pensamentos peguei só o fim da frase, atraído pela palavra pais.

- O que? - perguntei retardando o passo.

- Eu disse que fiquei porque minha vó me dá arrepios e perguntei se seus pais não se importavam de você ficar na escola nas festas. - explicou ela, sem sequer se importar de eu claramente não estar prestando atenção.

- Não, eles não ligam. - provavelmente agradecem.

- Tanto melhor, assim passaremos mais tempo juntos. - falou passando o braço pelo meu.

- Merlim me ajude.- falei carrancudo, nem fiz esforço para me soltar, era tempo perdido.

– O que disse? — perguntou.

— Mesmo que não tivesse ouvido, e eu tenho certeza de que ouviu, eu não repetiria. — Falei olhando para frente enquanto continuavamos andando.

— Você é estranho, Severo Snape. — falou ela.

A olhei incrédulo, voltando a deter o passo. Quando eu havia me tornado o estranho dali? Isso era absurdo.

— Um estranho bom, juro. — se apressou a corrigir e me puxou para voltarmos a andar, o rosto vermelho como um tomate.

Mais que diabos..

Ainda dia tres dias para que aquilo acabasse, pensando nisso me atingiu o pensamento de que realmente não me importava em suporta-la, pelo simples fato de que ficar sozinho fica insuportável se você o faz constantemente, não importa o quanto você diga gostar disso.

— Aonde estamos indo, afinal? – questionei. Estavamos andando pelo jardim a um bom tempo, dando voltas e voltas sem chegar a um destino.

— Lugar algum, só estamos passeando.

Só passe...?

Eu falei, lembra? — perguntou mirando os grandes olhos em mim, parecendo um peluncio esfomeado e carente. Salazar, onde estava Lilian?

Para o meu bem eu deveria ouvir ao menos um terço do que ela dizia, ou talvez acabasse concordando em colher flores por ai.

— Na verdade não ouvi quase nada desde que me abordou no salão. — fui mais ríspido do que quis, tive medo que ela derrepente começasse a chorar ou algo assim.

Ela deu uma risada sonora.

— Você é fofo, Sev. — falou ela, tapando a boca com suas risadinhas, mais vermelha que antes, parecendo surpresa consigo mesmo.

— Pode me explicar em que momento fiquei fofo? — a fitei questionadoramente.

Ela era louca?

— vo..vo..você...

— O que falamos sobre a gagueira estúpida?! — repreendi.

Agora sim ela parecia prestes a chorar, mas respirou fundo,largou meu braço e tentou de novo.

— Você não ouve nada do que digo, e, mesmo assim, me deixar te arrastar por toda a Hogwarts, sem fazer nenhuma pergunta. — ela parece sem jeito, as palavras seguintes saem mais baixas— acho isso fofo.

Ficamos em um silêncio por um tempo longo o suficiente para ser desconfortável.

— Vou comer alguma coisa, esse passeio me deu fome. — me virei e comecei a andar em direção ao castelo, ao não ouvir seu passos falei por cima do ombro. — Você não vem?

Ouvi ela fungar e se aproximar, passou o braço pelo meu, como parecia gostar de fazer, então voltamos a andar, desta vez para dentro da escola. É evidente que jamais permitiria e passasse o braço no meu se a escola não estivesse praticamente vazia, os outros poderiam entender errado, e eu não precisava de mais constrangimento do que eu já passava com os leões idiotas.

Comemos na cozinha mesmo, insistência de Blackwood, disse que gostava de lá e insistiu que queria ficar lá, o salão não parecia tão atrativo aquela hora então sentei com ela na pequena mesa redonda perto da porta com nossos sanduíches e sucos.

— Te irrito muito? — a garota perguntou derrepente, sem levantar o olhar enquanto pegava seu lanche.

— sim. — respondi, era a verdade.

— Você tem pena de mim por gostar de você? — perguntou parando de mexer na comida, e me olhando.

Acenti com cabeça, a fome passando um pouco.

— Você..você me odeia? Por que me odeia? — os olhos dela brilhavam, e a voz parecia diferente. Sera que ela só sabia chorar ou era bipolar? Mudava de humor o tempo todo.

— Não odeio você, Amélia. Mais não gosto de você como você gostaria. — digo após pensar um pouco, me desagrada ter que falar isso, porem percebo que tambem não gostaria de deixar as coisas como estava sem esclarecer certas coisas.

Ela fechou os olhos por um instante, como se oque falei a tivesse atingido e estivesse doendo um pouco. Quando voltou a me olhar tinha uma expressão triste, porem parecia conformada.

— Severo, posso só te pedir uma coisa? —  perguntou, os olhos ainda úmidos.

— O que seria? — questionei cuidadoso.

— Não me afaste, sei que sou tonta e muito chata. Mais quero ser sua amiga, se você deixar. —  ela disse.

Ela era tonta mesmo, era impossível odia-la totalmente, gostaria de cumprimentar quem conseguisse.

Demorei para responder, porque realmente parei para pensar.

— Tem que prometer que vai me dar espaço. — Impus. Ela concordou. — Não vai insistir quando eu não quiser falar de algo. — ela balançou a cabeça em concordância. — e de forma alguma vai se aproximar dos meus amigos sem um convite.

— Prometo. — falou sorrindo.

— Então tudo bem. — sinto que vou me arrepender.

Inacreditavelmente, voltamos a comer depois disto.

 ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞Where stories live. Discover now