- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas.
Eu sempre acreditei que tinha um momento primordial na nossa vida, que mudava nosso geito de ver as coisas, que nos tornava quem éramos, e determinava como nos relacionavamos com as...
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— Então, o que você tanto olha nos dois pombinhos? — falei chegando por trás do meu irmão, apoiado na "parede" do corredor aberto do pátio.
Ele estava olhando para Sevamy, como eu chavama os dois, ja que eles eram tão grudados que podiam muito bem ser uma só pessoa, não que isso fosse ruim. Eles combinavam mesmo. Estavam conversando algo sentados em um dos bancos, falavam e agiam de um geito cúmplice e fofo, esse último era por parte da Blackwood, Snape era tão.. sei lá, inexpressivo, enigmático, o importante é que eu não sabia dizer o que se passava na cabeça dele, era dificil saber oque ele estava pensando. Só dava para ver que ele estava confortável na companhia a da noiva, ele até soltava uns sorrisinhos as vezes durante o diálogo enquanto mexia com os dedos dela distraidamente.
Percebi ter pegado meu irmão de surpresa com minha presença, ja que teve um pequeno sobressalto, o que queria dizer que ele estava mesmo destraido.
— Nada demais. — falou, mais estava na defensiva. O que me inquietou.
Olhei para ele e para os dois no banco pensando em algumas coisas, ele percebeu o rumo dos meus pensamento.
— Não é nada disso. — falou ele.
Dei de ombros, ultimamente ele não me contava mais nada.
— Se você gosta dela, tudo bem. Você sabe. — falei cautelosa.
Ele me olhou como se eu fosse louca, então vi que eu estava enganada.
— Sophia, você ja me conheceu melhor. — disse, e senti certa acidez em sua voz, e me encolhi um pouco, porque eu sabia que era merecia.
As coisas entre nós tinham desgastado, grande parte por minha culpa, tinha começado com os ideias idiotas dos nossos pais e dele, piorado com minha amizade com Lilian, e depois viera o golpe de Misericórdia. Eu tinha tentado entregar nossos pais para os aurores depois da morte dos alunos no ano passado, não tinha dado certo mas nossos pais tinham conseguido esconder isso para os outros comensais, e tinha me mandado para a minha tia avó, em uma vila na Romênia, claramente exilada, para não contaminar meu irmão. A Matriarca da família era muito pior que os meus pais juntos, uma megera puritana com uma fidelidade insana ao puro sangue, que me fazia ler os manuscritos mais absurdos e preconceituosos diariamente, no quarto em que eu ficava trancada, sem um pingo de magia.
Mas os Miracle tinham que manter as aparências e eu consegui voltar para hogwarts, mais para isso algo horrível aconteceu. Olhar para o antebraço esquerdo do meu irmão e saber oque teria lá por baixo da manga me deixava nauseada. Era uma garantia que eu não abriria mais a boca e nós dois sabiamos, tambem sabiamos que não tinha mais volta para ele. O único motivo para ele poder falar comigo, é porque ele é teimoso e ninguém vai dedura-lo, para isso eles teriam que saber de algo e os Miracle eram muito bons em fazer os problemas desaparecerem.
Mas agora Richard tinha coisas demais que não podia me contar, e, o que mais doía, coisas que ele não queria me contar. Não eramos mais os mesmos, as vezes paraciamos estranhos, por mais que ele fingisse que não a maior parte do tempo, o rancor sempre apareceria em alguns momentos, como este.
