Capítulo 43

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— Amélia.

— Oi Lilian. — comprimentei parando de olhar o livro.

— Eu..— hesitou. — eu queria me desculpar por como falei com você da última vez.

Fiquei surpresa, eu sabia que Lilian não era má pessoa, apesar de discordar de muitas de suas ações, o ponto é que ela deveria ter se desculpado meses antes, não entendo porque só agora.

— Ah, tudo bem. — falei sem jeito. — ja faz muito tempo, eu nem me lembrava mais. — era uma meia verdade.

Ela parecia debater algo consigo mesma e hesitou algumaz vezes antes de deixar os ombros cairem e falar.

— Eu não fui uma boa amiga para nenhum de vocês, eu sei. — era verdade mas eu não fiz uma acusação, ja parecia difícil para ela. — parte da desculpa era por isso. Eu fui horrível com você.. com vocês dois. E eu não gostei de como as coisas terminaram entre nós três, principalmente por minha causa.

Eu me afastei um pouco e puxei uma cadeira e me sentei, dizendo para ela que era melhor conversarmos sentadas, ao que ela concordou.

— Olha, sinceramente você não é nem de perto minha pessoa favorita nesses últimos meses, e antes tambem. — falei, se ela estava sendo sincera, eu tambem falaria oque eu sentia da situação.— Se ficou assim comigo por eu ter me aproximado do Severo, eu não sei, e se foi por isso eu não entendo, parecia estar tudo bem para você quando eu pedi para me apresentar a ele.— abracei meu próprio corpo porque minhas mãos resolveram ficar inquietas.— nunca escondi que gostava dele.

— Eu sei, e você tem razão. Eu sei que se afastou de mim por sentir ciúmes dele. — falou batendo um dos pes no chão de forma ritmada. Parecia mas velha de algum jeito, e não tinha nada haver com a aparência, a aparência era a mesma, ela só parecia cansada da situação, e se esse era o caso ela não era a única.—  eu me aproximei por ciúmes dos dois, eu demorei para perceber. — ela soltou um curta risada sem humor. — todo mundo percebeu antes de mim, na verdade. — pausa. — acho que eu.. sei lá, não levei bem essa coisa de dividir. Por isso o perdi. — ouvi sinceridade quando ela disse. — Eu não sei como me sinto com relação a vocês ainda. Mas entendo que qualquer coisa que eu tinha com Severo, seja amizade ou qualquer coisa, acabou. E eu só queria colocar as coisas em pratos limpos com você.

Segurei a lingua para falar que se tratava mais do que isso, era a mentira e a aproximação com os marotos que pôs um fim definitivo em tudo, acho que Severo a perdoaria por qualquer outra coisa, mesmo que eu não goste de revirar esse pensamento.

— Estou feliz que você tenha vindo falar comigo, apesar de provavelmente — fui cautelosa com o que estava dizendo. —  se chatear com nosso relacionamento. Eu quero que sejamos ao menos educadas uma com a outra quando nos cruzamos pelos corredores.

—Relacionamento? — questionou, parecia confusa.

Olhei confusa para ela tambem, três segundos se passaram antes que eu percebesse que ela não sabia.

Sophia não contou para ela?!

Limpei a garganta e tentei da uma resposta simples e torcer para ela não perguntar mais, acontece que apesar de qualquer coisa eu não queria chatea-la mais.

— estamos juntos. — falei tentando fazer parecer que eu estava falando de uma coisa cotidiana como o tempo. Não deu certo, vi no rosto dela que as palavras a atingiram, ela não disfarçou rapido o suficiente.

Por favor não pergunte.

— Vocês estão namorando?— ela perguntou.

Não era bem isso e eu não iria dizer outra meia verdade, não nesse assunto. Snape era meu noivo, e era assim que as coisas eram agora, não tinha como não dizer isso.

— Estamos noivos a algumas semanas. — descruzei os braços relutantes e mostrei o anel que ele havia me dado.

Se antes as palavras pareciam ter-lhe atingido, agora pareciam ter lhe dado um tapa. Ela parecia pálida e demorou quase meio minuto antes de conseguir falar algo.

— Casamento? Ele pedio você em casamento? — ela balbuciou. — Vocês só tem 15 anos, vocês nem namoraram.

— Concordamos em noivar por dois anos, antes de nos casarmos. — respondi com mais cautela que antes.

— Os pais de vocês...

Me apressei a dizer.

— Eles sabem. — Snape escreveu para os pais dele. — esta tudo certo. — grande parte pelo menos.

Lilian levantou parecendo estar um tanto quanto assombrada, falou de forma desajeitada que tinha que ir e  desejou parabens, saindo dali como se o corredor onde estavamos estivesse pegando fogo.

Me senti mal por ela, devia ter forma melhor de descobrir. Esse sentimento passou quando Snape me contou antes do jantar que Lilian foi procura-lo para perguntar sobre ele ter me pedido em casamento, ela falou que queria ouvir dele porque era uma notícia surreal demais para ser verdade. _ como se eu fosse mentirosa! _ ele disse que confirmou e avisou que pediu a ela para não se aproximar de nós dois, e me disse que se eu a visse não deveria falar com ela porque ele não acreditava que ela falaria algo minimamente benéfico para mim.

— Não acredito que ela foi procurar Você. — falei para ele enquando segurava sua mão indo na direção do salão, senti ele me olhando e olhei de volta, ele erguia um sobrancelha questionadora e me olhava de forma estreita, então me retratei imediatamente. — Quer dizer, acredito. — falei. — só queria que ela não te procurasse como se eu fosse mentirosa.

— entendo. — falou olhando para frente de novo. — Amanhã é meu dia, chegue cedo para correr. — comandou.

— mais amanhã é a Aur..

— Troquei com ela, ela vai ver o treino da sonserina com Regulos. — falou.

— Você subornou minha amiga? — olhei para ele boquiaberta.

Ele me olhou de canto de olho.

— Não me olhe assim, eu subornei Régulos, não falei com sua amiga. Régulos só disse que eu deveri te avisar que ela vai estar ocupada. — tinha um tom petulante em sua voz.

— Você nem me perguntou nada. — falei, mas foi mais um observação, é que eu não esperava isso dele.

— Não gostou? — perguntou, não estava mais me olhando.

— Não é isso, é que eu tinha conbinado com ela um piquenique, e sempre que eu marco com ela ou alguem da errado.

— não vai dar amanhã. — garantiu. — me diz cedo amanhã o que eu tenho que levar e nos vemos lá.

— Você não tem mesmo nada para fazer? — perguntei, esperançosa, não queria que nada desse errado.

— Acabei de dizer que tenho o dia inteiro para você. — o tom dele foi de petulate a sério.

Concorde puxando nossas mãos para cima e beijando a mão dele.

— Você é bem carrancudo, sabia? — não foi um pergunta real.

Ele me olhou e estavamos quase em frente as grandes portas abertas. 

— imagino que isso não seja problema para você. — comentou.

— Não, gosto quando você fica carrancudo. — falei, era sexy e dava vontade de morder.

— Pensei que gostasse de mim sorrindo. — falou, não era uma rebatida crua, apenas um constatação contemplativa.

— Gosto de você de qualquer jeito. — falei.

— Ótimo. — falou de um jeito inexpressivo, mas sua mão apertou a minha de um jeito confortavel.

Sorri para ele.

Na manhã seguinte finalmente consegui fazer um piquenique, e deu mesmo tudo certo.

Meu noivo era um homem de palavras, e, é claro, de beijos roubados.

 ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞Where stories live. Discover now