CAPÍTULO 15

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Eu sorri para ela concordando, pois sabia que ela não iria mudar de ideias. Ela saiu e eu peguei a bandeja, tomando uma colher de sopa que estava deliciosa, por sinal. Também comi, algumas torradas, que minha mãe tinha trazido.

Estava comendo, quando senti meu celular vibrar em cima da cama, anunciando uma nova mensagem. Desbloqueei-o e não reconheci o número.

+345xxxxxx: Soube que abandonou as enfermeiras que te amavam.

Ri, pois, eu sabia exactamente quem era.

Eu: Não sabia que elas me amavam, de qualquer forma, eu posso voltar pra fazer uma visita.

+345xxxxxx: A loira da recepção, vai ter um orgasmo assim que você, passar pelas portas.

Eu: Quero proporcionar orgasmo na outra, a morena.

+345xxxxxx: A morena que cuidava de você, parecia ter seus 40 anos. Não sabia que você gostava, das mais velhas.

Ri nasalado, negando com a cabeça. Ela sabia que, era ela a morena que eu me referia.

Eu: Você entendeu perfeitamente, Vanscoor.

Aproveitei que ela demorou, um pouco a responder, para salvar o contato dela.

Savannah: Talvez, Hills.

Savannah: Está melhor?

Eu: Sim, só tenho dores as vezes.

Savannah: Pensando agora, você nem me falou o motivo, de ter ido parar no hospital.

Li a mensagem e parei um pouco para pensar, no que eu iria responder. Eu não podia falar que tinha levado um tiro, mas, eu tinha que ser convincente na minha resposta. O problema era que nenhum motivo, vinha a minha cabeça para justificar a razão pela qual, eu tinha ido parar no hospital. Depois de pensar um pouco, resolvi responder.

Eu:  Acidente de moto.

A única coisa que passou pela minha cabeça.

Savannah: Não consegue nem dirigir, sem ter acidente e, ainda pensa que vence de mim, numa corrida.

Sorri debochado, mesmo ela não podendo ver.

Eu: Está me desafiando, Savannah Vanscoor?

Savannah: Estou sim, Lucca Hills.

Eu: Deixe-me recuperar e, fazemos a corrida.

Savannah: Combinado.

Continuamos conversando, por mais algumas horas. Teve um momento que, minha mãe voltou ao meu quarto, para buscar a bandeja, porém, eu estava tão entretido na conversa que, por pouco, notei sua presença.

Só paramos de conversar, quando ela alegou estar cansada e que iria dormir. Só quando deixamos de conversar, que eu fui reparar o quão meus olhos e corpo, estavam cansados. Então, me ajeitei na cama, e logo adormeci .
...

Eu já ia pegar a chave da moto, quando meu pai entrou na sala e, se dirigiu a mim.

-Lucca, você ainda não pode andar de moto, o Scott vai te levar esses dias – concordei mesmo me sentindo frustrado, por não poder andar na moto.

-Tudo bem pai, já vou indo – deixei a chave lá, ajeitando minha jaqueta preta.

-Se cuida, filho – meu pai falou, colocando uma mão no meu ombro.

-Vou tomar, pai... até mais – me despedi e sai de casa.  

Encontrei Scott me esperando, ao lado do carro.
...

Cheguei na universidade e logo revirei os olhos, pois, todos os olhos estavam voltados para mim, como se eu fosse algum estranho que nunca viram, provavelmente, por eu não ter aparecido por seis dias.

Eles observavam cada passo que eu dava e, cochichavam entre si. Isso estava me incomodando. Peguei meu celular, coloquei os fones e ignorei todos os curiosos à minha volta, dirigindo-me à minha sala.

Entrei na minha sala e, ela estava totalmente vazia. Sentei-me no lugar de sempre, ao fundo. O sinal tocou e os alunos começaram a entrar e, mais uma vez, seus olhos pairavam sobre mim.

De onde estava, eu só ouvia as pessoas especularem o motivo de eu ter estado fora, e aquilo estava me irritando. Suas vidas eram tão aborrecidos, ao ponto de se preocuparem com a dos outros.

Ignorei, mais uma vez, colocando o volume da música que tocava, no máximo e abaixando a cabeça, apenas aproveitando a boa música que tocava, nos meus ouvidos antes do professor chegar.

Eu estava ali, descontraído, quando senti uma presença á minha frente, me fazendo erguer a cabeça e encarar um garoto de cabelos pretos e alto. Tirei um dos lados do meu fone, para saber o que ele queria.

-Então cara, ouvi dizer que você estava preso – ele falou alto rindo, fazendo toda turma rir, também.

Tirei o outro lado do fone, encarando-o com um sorriso, debochado .

-Não, eu não estava – falei calmamente, porém, minha paciência já estava fazendo uma visita no inferno– Mas eu posso ir, depois de desfigurar sua cara – aumentei, meu sorriso sarcástico tombando a cabeça, um pouco pro lado.

Seu sorriso vacilou um pouco, mas, ele não desmanchou sua pose .

-Seu pai deve ter pago, para ele sair de lá – falou um outro garoto que, estava à duas carteiras da minha, me fazendo levantar, bruscamente, e ir até ele.

-Repete – eu estava furioso, por ele ter mencionado meu pai, na merda desse boato.

-Eu disse que seu pai deve ter pago para eles te tirarem, da cadeia – ele repetiu com um sorriso zombateiro, que logo se desmanchou quando eu acertei um soco, bem no seu olho fazendo-o cambalear para trás.

Ele tentou me acertar com outro, mas, eu fui mais rápido em pegar seu braço e torcer, desferindo outro soco na sua boca, fazendo-o cair no chão e cuspir sangue. 

As pessoas que estavam na sala, só sabiam gritar. Eu estava pronto para subir em cima dele e desferir mais socos no seu rosto, pouco me importando com as minhas costas que estavam me matando, porém, eu ouvi meu nome sendo pronunciado, por alguém.

-Sr.Hills, para a diretoria, agora – o professor me olhava com os olhos arregalados e decepcionados, provavelmente, pela minha conduta ter sido ótima, até aquele momento.

Peguei minha mochila e saí da sala, ainda furioso. Fui andando até a diretoria e, quando cheguei lá  bati na porta, conduto, ninguém me mandava entrar, talvez, o diretor não estivesse.

Pensei em sair dali, mas, minha ideia foi-se embora quando o diretor apareceu no corredor, andando na minha direção, com um semblante um pouco cansado. Ele acenou para mim, abriu a porta, e dirigiu-se à sua cadeira. Entrei, fechei a porta e sentei-me à sua frente.

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