CAPÍTULO 32

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-Aqui—ele me entregou a água e eu fingi dar um gole, pois, eu não confiava nele,

Mesmo ele não sabendo quem eu era, a possibilidade dele tentar fazer algo comigo, existia. Até porquê, estávamos no meio do nada, o que facilitaria bastante, as coisas.

-Obrigada—agradeci, de forma doce.

Peguei um bolinho, e eu só comi, depois de o ver comendo um, também, sinal que não tinha nada nele.

-Você mora aqui?—perguntei, como quem não queria nada e estava tendo uma conversa casual, com um amigo.

-Não, as vezes venho passar, o fim de semana aqui—ele respondeu, tomando o primeiro gole do seu café, analisei sua expressão facial para ver se, ele não estranharia o gosto, contudo, pelo que pareceu, creio que não, pois, sua expressão ficou, normal.

-Deve ser muito bom ficar aqui, no silêncio e sem ninguém para incomodar—fui puxando assunto, até a substância fazer efeito.

-Satisfatório... só que as vezes, um pouco entediante—ele disse de forma calma, tomando seu café de forma relaxada, na poltrona.

-Espero que não seja o caso, no momento—falei, sorrindo simples.

-Muito pelo contrário—ele pronunciou com a voz, começando a alterar—você é muito linda Natasha, me lembra minha filha—e começou a contar, era disso que, eu estava a espera. 

-Não sabia que, tinha uma filha—disse, com feição questionadora.

-Tinha, morreu num acidente, de carro—contou, sem mágoa aparente.

-Sinto muito, deve ser por isso que, você é mais discreto e fechado—fiz uma cara de pena e ele balançou a cabeça, negando.

-Não sinta, eu aprendi a lidar, com essa dor. E eu sou discreto por causa dos negócios, digamos que, muitas pessoas atrás de mim—ele estava contando, sem moderar suas falas, notava-se pelo seu aspeto.

-Atrás dos seus serviços como empresário, certo?—eu perguntava de forma calma, porém, eu só queria rir da situação. 

Ele riu alto, com a minha pergunta.

-Atrás da minha morte, minha querida... nesse mundo o único jeito de você ter o que você quer, é passando por cima, dos outros—exprimiu de forma maquiavélica, e minha expressão era de uma pessoa que, estava entendo e apoiando tudo o que ele falava, mesmo, não sendo o caso.

-E como, você fez isso?— indaguei, extremamente, interessada e ele riu.

-O meu maior golpe, foi as ideias de um amigo meu, e com elas, eu fundei uma empresa que logo, foi crescendo e crescendo sem parar... depois, roubei, matei sem parar, cada vez mais e voilá... me tornei o homem mais rico e temido, desse mundo todo—a droga já estava fazendo, todo o seu efeito, pois, ele falava que nem um psicopata, gesticulando com as mãos, ou seja, a máscara tinha caído.

Na minha frente, eu tinha o verdadeiro, Joshua Blake.

-E como você guardou, tudo isso? Deve ser muita coisa—falei impressionada e estimulando-o, a falar mais.

-Eu tenho alguns galpões, mas, o principal fica no norte da França, ali eu guardo as coisas mais importantes... documentos, pen-drives, códigos de bancos, quase tudo, eu diria que é a fonte da minha riqueza—respondeu, se sentindo orgulhoso, e eu só conseguia pensar no quão idiota, esse homem era.

-Então, ele deve ser muito bem protegido, não é mesmo?—questionei, a parte que eu mais queria saber.

-Não tanto, vejamos... ele fica num lugar, muito longe no norte, então... vem cá eu vou te contar um segredo—me aproximei dele e, ele se aproximou do meu ouvido—ele fica no subterrâneo, eu sei, eu sei, parece cena de filme, só que, de cima parece uma casa, muito muito velha, logo, ninguém desconfiaria—ele falava com uma voz fina, fazendo vários gestos, parecendo estar bem louco, e por segundos, achei que eu tinha exagerado, porém, eu só ria internamente.—Ahhh e a única maneira, de entrar lá é com meu dedinho, esse daqui—mostrou seu dedo do meio, e eu não consegui, não rir.

-Sistema de proteção excelente, modéstia parte—pronunciei, tentando segurar o riso.

Uma missão que, aparentemente, seria de grande risco, estava se tornando, uma bela comédia.

-Óbvio, mas agora... você não quer ir conhecer, meu quarto?—ele perguntou, com a feição extremamente maliciosa, os olhos meio abertos e o sorriso cafajeste, nada sexy.

-Porquê não?—indaguei e ele levantou sorrindo ainda mais, me guiando até as escadas.

No caminho, não vi mais nenhum segurança, então, eram poucos os que teríamos que lidar.

Entramos num quarto, extremamente luxuosa, que com certeza era a suite, da mansão. Ele deitou na cama, me comendo com os olhos, e para disfarçar minha vontade de vomitar, eu lhe dei um sorriso.

-Vou para o banheiro, já volto—avisei e logo entrei no banheiro que, ficava no quarto.  

Peguei meu celular, e liguei para o Lucca, que logo atendeu.

-Descobri tudo o que precisávamos saber... vocês podem vir, são cinco seguranças ao todo, e dois logo na entrada—informei baixo, para que o Joshua, não escutasse.

-Estamos chegando—ele disse simples, e eu desliguei.

Voltei para o quarto e Joshua estava, completamente, apagado.

-Ótimo, vai facilitar muito, a nossa vida—falei e sorri sentando num pequeno sofá, do quarto, esperando ele chegar.

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