0.5 estranhos

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Informações usadas nesse capítulo (e entre outros) contém spoilers do mangá, toda a história que acontece é realizada no timeskip de um ano entre a morte de Erwin e a ida da tropa de exploração ao mar, todos os fatos ocorrem em sequência. Lembrando que a história começa no fim da terceira temporada de shingeki. Dito tudo isso espero que aproveitem. x



Mia Berner

Dois dias haviam se passado desde do incidente envolvendo Mia,  um novo acontecimento ocorreu no distrito de Trost. Um policial militar havia sido afastado, mas não era isso que corria na boca das pessoas.

Pelo o que dizem os jornais as pessoas ao redor o mundo nos veem não como humanos, mas como monstros perigosos. É um grande baque de fato, existe vida do lado de fora, vida humana. As mãos de Mia tremiam enquanto agarrava o jornal, até mesmo ela não queria crer que fosse real. 

Mas havia o nome da tropa de exploração ali, eles foram os descobridores de tudo, e por algum motivo não era plausível em sua cabeça que pessoas como a Hanji e o Senhor Levi mentiriam sobre o assunto.


- Desde quando eu confio naquele homem? - se perguntou a loira -


Levi Ackerman havia salvo a integridade de Mia há duas noites, e crendo ela que por causa do trauma, não conseguia esquecer o que acontecera. Trabalhou nesses dias normalmente, mas nessa data em específico havia solicitado uma folga a madre superiora. Já era a segunda que pedia em menos de um mês, a idosa provavelmente já estava ficando nervosa com ela. Mas não podia mais ficar com algo daquela noite para recordação, precisava devolver o que Levi havia deixado.

A  inconveniência daquele homem havia a perturbado durante essas 48 horas inteiras, não sabia como responder a mesma altura o incômodo que ele a causou. Por alguns momentos, pensou em jogar o casaco no chão, sujá-lo e entregar assim mesmo, mas só de pensar em tocar no casaco cheio de pó seu ventre se revirava.

Mia lavou o casaco com todo afinco que pôde, apesar de ser um homem estressante havia salvo a sua vida e sua honra. Não entendia o por quê do sentimento de ódio que sentia por ele, afinal várias pessoas já haviam falado diversas palavras rudes para alguém como ela.

Ao lembrar disso, Mia fechou os olhos com força. Palavras de ódio foi a coisa que mais ouviu em uma grande parte da vida, uma parte que não gostava de lembrar. 

Quando olhou para cima, lá estava o quartel da tropa de exploração, e assim que parou para pensar em sua situação toda sua coragem se esvaiu. O guarda em frente ao portão a encarava, com as bochechas um tanto avermelhadas. 

O que ela ia dizer? Que estava com o casaco de Levi na bolsa? O que iam pensar dela? Que ela tinha alguma relação com ele? 

Suas bochechas coraram e ela encarou o chão pensando em um jeito de entrar no quartel sem falar sobre o casaco que estava na bolsa em seu ombro. 

De repente o soltado que estava perto da porta se aproximou da loira, que olhou para cima confusa. Ele parecia estar se esforçando para soltar alguma palavra. Passou pela cabeça de Mia o questionamento se ele estava com alguma doença, pois estava vermelho da cabeça ao pescoço.


- S-Senhorita, b-bom dia! - disse o soldado - O que faz em frente ao quartel da tropa de exploração? 


O homem tinha um sorriso tímido no rosto, a loira entrou em um pequeno desespero e soltou a primeira coisa que veio a sua mente.


- Eu sou uma amiga de Hanji, - disse Mia - teria algum problema em encontrá-la agora? 


- C-Claro que não senhorita, vou levar você agora a sala da comandante Hanji - disse o homem estufando o peito, Mia aliviou e achou um tanto engraçado a postura dele - Aliás, qual é o nome? Para anunciar sabe...


- Mia, pode me anunciar como Mia, ela vai saber quem sou. - a loira pensou em não falar seu sobrenome, não queria receber olhares de pena, odiava isso. Melhor não saberem que ela era parente de um soldado falecido.


- Muito prazer então Senhorita Mia, meu nome é Jean Kirstein. - disse o moreno - E aliás eu não sou guarda, sou do esquadrão do capitão Levi. Somos os soldados mais fortes do reino sabia? 


Mia apenas sorriu em contentamento, a situação ficou mais constrangedora ainda com o silêncio que se instalou após a fala de Jean. Mia estava indiferente, mas Jean suava e continuava vermelho. A loira pensou seriamente em perguntar se ele estava doente ou algo do tipo.


- Chegamos. - disse Jean - Ela está em reunião agora, mas vou chamar ela, tenho certeza que vai atender você.


- Eu posso esperar, não quero incomodá-la.


- Todas essas reuniões são chatas, ela vai agradecer por ser chamada - disse Jean sorrindo 


- Muito obrigada, Senhor Kirstein - disse a loira, curvando em agradecimento. Dito isso o garoto foi em direção a porta a passos largos. Mia encostou-se na parede e retirou o casaco de sua bolsa. Sentiu seu peito palpitar por um instante, mas não encarou isso com tanta seriedade. Possivelmente era aversão a ter que mentir para alguém.

A porta da sala que Jean adentrara se abriu, revelando uma Hanji sorridente, mas com olhos cansados. Devia estar trabalhando arduamente durante esse período turbulento.


- Mia-chan! Como é bom ver você outra vez. - disse Hanji - A que devo a honra da visita? 


A loira por um instante exitou, estava com tamanho constrangimento, de dizer o motivo de sua vinda. Entretanto era menos vergonhoso do que fazer isso em frente ao proprietário do casaco em suas mãos.


- B-Bom, eu vim para...


Começada a frase de Mia, a porta de onde Hanji saíra se abriu novamente. De lá saíram seis jovens, incluindo o homem que a recebeu na entrada. E logo atrás estava quem ela mais temia que a visse. Seu peito começou a palpitar novamente, sentiu-se uma tola por pensar que conseguiria escapar dessa situação sem ter que encontrá-lo novamente.




Comeback | levi ackermanDonde viven las historias. Descúbrelo ahora