28. refém

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Mia Berner


Com a barra do vestido em suas mãos, impedindo que tropeçasse na própria roupa, Mia corria em meio aos cidadãos confusos de Trost. Sabia aonde precisava ir e sabia o que precisaria fazer.


Havia tirado os sapatos de salto assim que deixou a criança que estava tratando, nos braços do irmão. O garoto perguntou aonde a enfermeira iria, e ela apenas o respondeu mentalmente, não podia falar, não podia dizer a ninguém na verdade. Havia uma grande quantidade de vapor onde eram as muralhas e pode ouvir claramente gritos e pedras caindo no chão.


Os titãs enormes andavam vagarosamente, em passos largos. Mia não queria encarar aquela cena por mais nenhum segundo.


Se qualquer pessoa monida de sanidade mental soubesse que ela estava indo em direção ao quartel da polícia militar, ela seria parada. Ainda mais se tivessem conhecimento que ela pretendia roubar um cavalo e uma arma.


Parou de frente ao prédio alto, era maior e mais detalhado do que o da tropa de exploração. Xingou o governo mentalmente por tratar melhor pessoas que nem arriscam suas vidas pelas pessoas da muralha, enquanto nem médicos direito os soldados do reconhecimento tinham.


Havia uma pequena aglomeração de pessoas, logo depois da entrada, homens jovens e idosos confusos gritando e reclamando sobre algo, provavelmente falavam sobre o anúncio de Eren.


Mia não conseguia negar o seu espanto, seu medo. Mas se parasse para raciocinar e pensar nas consequências provavelmente desistiria e daria meia-volta, e essa era a última coisa que iria fazer nesse momento.


Aproveitando a distração dos soldados que tentavam acalmar os cidadãos, e pelas mãos trêmulas eles também pareciam estar em pânico, a loira esgueirou-se para dentro do grande prédio. 


Um grande corredor de madeira polida se seguia, várias pinturas de antigos comandantes enfeitavam o corredor, enquanto os móveis vaziam tudo parecer mais cheio. A enfermeira correu entre as portas escuras em busca de algo que sinalizasse onde as armas eram guardadas.


Sentiu uma sensação estranha, parecia vazio e as poucas pessoas que passavam nem notavam a sua presença, mesmo ela se escondendo ou não. Todos corriam com olhares atônitos e perdidos. A situação não devia ser nada favorável para ninguém.


Seus pensamentos logo mudaram para Halpert, balançou a cabeça para se livrar de tal distração. Precisava focar, precisava resolver como sairia da muralha e iria até Levi, o seu ex-noivo sabia cuidar de si mesmo. 

Não é como Levi também não soubesse, e pelos rumores que sempre ouvia sobre ele, conseguia se cuidar até melhor, mas depois do anúncio de Eren, apenas o pânico conseguiu tomar conta da mente da loira. Ele certamente não teria chance contra os titãs que haviam dentro das muralhas. 


Correndo pelo prédio, logo se deparou com uma enorme porta de madeira escurecida. Ela era lisa e sem nenhuma decoração, a maçaneta de metal redondo estava destrancada, a porta estava entreaberta e havia algo que parecia água no chão que se seguia.


Com a mão pálida e trêmula, a loira empurrou levemente a porta, esgueirando-se para dentro da escuridão. Era uma grande escada que guiava para baixo, como se fosse um porão ou algum tipo de calabouço. A única iluminação era a que passava pela porta que havia entrado e o estranho líquido seguia até aonde podia ver.

Comeback | levi ackermanWhere stories live. Discover now