Capítulo 3

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Enfim, Texas...

Texas fica ao sul dos Estados unidos, e só levamos oito horas para chegar em Amarillo, minha cidade natal que possuía cerca de 200 mil habitantes. Oito horas graças ao jato particular de Natalie que aterrizou no aeroporto de Tradewind que ficava ao sul de Amarillo que era o estado mais conhecido como rosa amarela do Texas, isso por fazer todos os estereótipos Texanos fazerem sentido como moradores passeando de botas com seus chapéus de couro em suas caminhonetes cromadas onde mais pareciam ter saído de um filme do Transfomers.

Eu conduzia Natalie pela estrada escaldante do deserto até chegar à civilização, e enfim até minha antiga casa, um pouco afastada da cidade. Meus pais eram bem rurais e viviam em uma vizinhança onde as casas ficavam afastadas por cerca de longos metros uma das outras. Ao chegar a uma certa distancia de minha casa, Natalie adentrou com o carro alugado passando por uma extensão curta de campo, até estacionar na casa amarelada, de dois andares com a pintura surrada, ao longe podíamos ver o rio que passava logo atrás, e uma nostalgia me invadiu ao lembrar de minhas brincadeiras infantis as margens dele. Uma figura envelhecida saiu as pressas de dentro da casa com um pano enxugando as mãos.

- Pronta? - Natalie repousou sua mão na minha, e eu não pude ver seus olhos negros reconfortantes pois os enormes óculos escuros o cobriam

- Faria alguma diferença se eu falasse que não?

Ela sorriu fino e fechado, e desligou o carro. Ao sairmos minha mãe me recebeu de braços abertos na porta de entrada, enquanto Natalie pegava nossas malas no porta-malas.

- Querida, que saudade sua! - Minha mãe me embriagou com seu perfume doce e tirou meu ar com seu abraço apertado.

- Eu também, mamãe - disse a abraçando de volta, afinal eu também estava morrendo de saudades de sentir o calor materno.

- Olá.

Natalie logo se aproximou e eu mais uma vez a contemplei internamente, eu nem havia reparado o quanto ela estava linda naquela roupa casual, eu estava tão acostumada a vê-la com roupas sempre tão formais, que agora uma calça jeans rasgada no joelho e uma blusa de gola V a faziam tão interiorana.

- Mãe, essa e Natalie, Natalie essa é Elisa, minha mãe.

Natalie deslocou os óculos até o alto da cabeça e lançou um sorriso largo, e cumprimentou Elisa com dois doces beijos no rosto.

- Nossa, você é tão linda, querida- elogiou minha mãe

- Linda é a senhora com esses maravilhosos pares de olhos azuis

O primeiro passo foi dado, as duas se deram bem e isso já me deixava segura para falar o que de fato estava acontecendo em minha vida amorosa. Ou não.

- Vamos entrar!

Foi tão reconfortante está de volta em casa, e percebi que nada havia mudado, tirando o sofá florido que agora estava em uma posição diferente, e pelo o que eu conhecia minha mãe ela jamais mudaria os moveis de lugar, as fotos espalhadas pela parede e na mesinha de centro na sala, me fazia recordar o quanto minha bochechas eram enormes quando criança.

- Ana, seu quarto ainda está no mesmo jeitinho que você deixou. Desde que você se mudou para a cidade grande eu não deixei ninguém entrar lá- minha mãe dizia com os olhos marejados.

- Obrigada, mãe.

- Natalie, querida...Vem, eu lhe mostro o quarto de hospedes.

Natalie me lançou um olhar com a sobrancelhas arqueadas, ela não havia gostado de ter que ir dormir separada, mas ela sabia que era preciso, por mim. Minha mãe a conduziu até as escadas e eu ouvi os passos pesados no andar de cima, admirei a casa novamente, mas meu olhar parou em Madelaine que saia da cozinha com os braços cruzados e com um olhar nada satisfeito por ter minha presença ali.

Intenso ( Segundo livro da trilogia descobrindo o prazer)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora