Coração De Um Traficante

Confia em mim?

Hemilly on

5 dias depois...

Acordo com a luz do sol forte na minha cara, olho para o lado e vejo o LV sentado na beira da minha cama.

Eu: O que você tá fazendo aqui?- falo me sentando.

LV: Senti saudades- fala debochando- por que você não tá comendo madãme?

Eu: Tô sem fome vira-lata- falo e ele respira fundo.

LV; Para de me chamar assim.

Eu: Da pra pelo menos me falar se meu pai tá bem...se ele tá vivo?

LV: Eu não sei se ele tá vivo Hemilly, ele não deu nenhuma notícia pra mim. Agora come alguma coisa.

Eu: Não tô com fome- falo e percebo que a porta do quarto está aberta.

LV: Garota para de graça e come alguma coisa logo.

Eu: Não quero- falo me levantando da cama.

LV: Como você consegue ser tão insuportável garota?

Eu: Você não tem nada para fazer não vira-lata? Vai lá cuidar das suas coisas, porque tá se preocupando comigo?

LV: Você não faz ideia do quanto eu tenho vontade de sair por aquela porta e nunca mais voltar, mas infelizmente eu não posso, porque você não come nada há dias e desse jeito...

Eu: Você não ganha dinheiro do meu pai?- ele se levanta

LV: Isso é o de menos.

Eu: Então o que é? Qual é o plano que você e o meu pai tem LV?- falo parando na sua frente.

Lv: Não importa.

Eu Tá bom então, que se dane- dou um chute no meio das suas pernas.

Saiu correndo por um corredor que dá direto a uma escada, desço correndo até que vejo uma porta há frente. Quando finalmente chego até a porta sinto alguém me puxando para dentro e prendendo meu corpo contra a parede.

LV: Isso tá começando a me irritar.

Eu: Não era você que gostava de um desafio?- falo tentando me soltar dele que solta um sorriso de canto.

LV: Você joga baixo.

Eu: Eu jogo com as cartas que eu tenho- falo me soltando dele.

LV: Por que quer fugir Hemilly? Você acha mesmo que seu pai te colocaria em um lugar onde vão te machucar?!

Eu: Desculpa, não estou acostumada com um disparo de uma Glock ser um convite pra conversar.

Lv: Ótimo, então você pode sentar por conta própria então?- fala me soltando e apontando pro sofá que eu sento- o que você quer saber?

Eu: Qual é o plano seu e do meu pai vira-lata?

LV: Não está na cara madãme? Seu pai trabalha com a máfia hemilly, e ele sabia que em uma hora ou outra ele ia ser pego ou algo do tipo, então me pediu um favor pra proteger você.

Eu: Um favor? Como assim?

LV: Seu pai já me ajudou muito madãme, então eu devia essa até ele se desenrolar.

Eu: Ele foi preso?

Lv: Não sei, já disse, não tenho notícias dele. Mas acho que não, se ele fosse já estaria nos jornais.

Eu: Por que justo você vira-lata? Você não é o único que deve favores pra ele.

LV: Seu pai tem bastante inimigos que fariam de tudo pra te machucar só pra ter vantagens com seu pai. Aqui é seguro, meu morro é o mais protegido, e também poucas pessoas sabem que você está aqui.

Eu: E eu vou ficar aqui até quando?

LV: Até seu pai entrar em contato e falar que já está tudo bem, daí você pode sair finalmente daqui, mas por enquanto não, se você tentar pisar fora desse morro você morre.

Eu: Você tá me ameaçando?

LV: Não, tô te aconselhando. Seu pai não é de brincar em serviço então te garanto que você não tá segura nem com polícia- fala e olha para alguém atrás de mim- Sônia faz algo pra ela comer por favor.

Sonia: Ok patrão- fala e sai.

LV: Não vou te machucar Hemilly, mas você precisa confiar em mim.

Eu: Tá, mas eu não quero ficar mais presa naquele quarto.

LV: Ok, mas só pode ficar aqui em casa,  e se você tentar fugir de novo...

Eu: Ok já entendi.

Lv: Mais alguma coisa?

Eu: Eu quero uma arma- falo e ele ri alto.

LV: Não.

Eu: Eu sei atirar.

LV: E eu não duvido, mas não vou dar uma arma pra você, esqueci.

Eu: Eu quero poder me defender.

LV: Não vai precisar Hemilly- fala e eu bufo- agora vai pra cozinha que a Sônia tá fazendo sua comida, eu vou indo pra boca e volto de noite, enquanto isso vai ter dois capangas na porta de casa- fala e eu me levanto.

Eu: Ok.

LV on

Quando ela sai da sala eu fico por lá pensando um pouco antes de ir pra boca. Essa garota tem uma bagunça enorme no peito e uma paz ainda maior no olhar, ela é um poço de paz em um oceano de caos.