Laços Traiçoeiros⚡

29° Capítulo

Cheguei lá rapidinho e logo liberaram a minha entrada no condomínio e eu fui subindo as escadas até chegar no andar certo. Apertei a campainha e não demorou muito a dona Fátima abriu a porta.
Fátima: Raquel!!! -Falou toda animada; veio logo me abraçando- Que saudades! Como você tá minha filha, sua covarde!
Raquel: Tô bem. -respondo sorrindo toda sem graça, ainda abraçada nela- Covarde por quê?
Fátima: Por sumir assim, você abandonou a gente de verdade! Vem entra, ué e cadê o Marcelinho?
Raquel: Minha vida é correria né, a senhora sabe quão corrida ela é; ele não veio comigo não, só encontrei ele pela manhã -explico.
Fátima: Mari, liga pro seu irmão aí -Disse berrando para a filha.
Dona Fátima sempre foi barulhenta e adora dar esporro em mim princialmente quando é novidade da dona Alice, mas ela é um amor de pessoa, quando o filho dela deu as costas pra gente ela quem abriu seu coração e deu assistência a sua neta, eu devo muito à ela, sempre confiou na minha palavra de que eu estava grávida do filho dela, esperando uma neta dela. Graças a Deus a Alice veio escarrada e cuspida a cara desse povo. Filho de puta tira a mãe né...
Marianne: Cunha!!! -exclamou vindo na minha direção e me abraçando- Por que tu sumiu, cara?
Raquel: Correria né amore.
Me sentei no sofá puxando minha bebê mais linda, mamãe já estava morrendo de saudades, a enchi de beijinhos, pelo rosto inteiro.
Alice: Hoje eu vou dormir aqui de novo mãe?
Quando eu fui responder que 'nao', a porta se abriu e responderam por mim.
Alvarenga: Vai. -Falou, com aquela voz grossa ecoando pela sala.
Raquel: Lógico que não, amanhã ela estuda e eu trabalho. -rebato.
Que homem filho da puta que já chega arrumando confusão com os outros, eu falo que é enviado.
Alvarenga: Haha -Falou, debochando- Esse não é o problema, eu trouxe o uniforme dela, a escola dela é aqui na vizinhança.
Eu virei pro outro lado fechando a cara. Ele não tem esse direito de ficar passando por cima da minha ordem na frente da Alice, daqui a pouco eu viro uma sem moral pra ela, minha palavra não vai valer de merda nenhuma.
Raquel: Vou nem falar nada... -Ficou um clima horrível ali, mas logo minha outra ex cunhada apareceu salvando a pátria, nos chamando para almoçar logo, que já nos esperou demais.
Fátima: Vocês ainda dão choque assim? Isso é amor! E falta de sexo, falta de se amar intensamente na cama. -Dizia baixinho, na maior cara de pau; eu até quis rir, mas estava com raiva por ele ter me feito participar dessa ceninha patética dele; talvez ela está certa, talvez seja isso mesmo.
Ou não...
Deve achar que é bonito ficar fazendo essas gracinhas perante a família, como se não fossemos acostumados com esse lado escroto dele. A globo tá perdendo um ótimo ator pro tráfico, talvez ganharia bem mais atuando, adora fazer show.
Ridículo!
Homem velho e idiota!
Marília: Oi, Raquel, tudo bom!? -Disse, dando dois beijos em meu rosto.
Raquel: Tudo bom nega!?
Nos sentamos a mesa para começar a jantar, pois já se aproximava das 16h da tarde.
Evitei ao máximo olhar pra cara de Marcelo, eatá me enojando essas atitudes dele já, ah, mas ele vai ouvir...

Dona Fátima fez umas panquecas maravilhosas e mais outros dois pratos diferentes, aqui eu como e engordo com gosto! Almoçamos na santa paz, ainda teve um surpresa de abacaxi de sobremesa, divino também.
Tudo lindo e muito gostoso! Cada um seguiu seu rumo após o almoço, Alice e as duas tias dela desceu pra área da piscina e o outro foi ver jogo no quarto da mãe dele. Só ficou eu e dona Fátima, ajudei a retirar a mesa, enquanto ela lavava a louça.
Fátima: Mas vocês não se entendem nunca hein, Quel. -comentou, enquanto ensabuava uns pratos.
Raquel: Não tem como dona Fátima, desse jeito não dá! Ele está insuportável, tá dando nojo, me desculpe! -Falei mesmo.
Fátima: Esse aí vai morrer assim, a personalidade dele é essa minha flor, se vocês tiverem de ficar junto vai ser desse jeito dele, antes não ficaram? Então...
Raquel: Antes eu era cabaço né, bobinha e hoje eu amadureci por culpa dele, na marra, então ele tem que respeitar. -Digo indignada ainda- Mas ele quer passa por cima de mim na frente dos outros, viu o que ele fez? Se eu for falar com ele, eu saio como errada e se eu duvidar ainda é pior. -explico, cansada- Seu filho me esgotou, não dar mais pra aturar, nós dois não temos mais chances de ficar juntos. -declaro.
Fátima: Esse é o lado dele real, você conhece mais que eu, você tem que aceitar filha, ou prefere que esse amor acabe? Pelo que vejo nos olhares dos dois é que um precisa do outro, mas ninguém quer se arriscar! Vocês precisam sentar e conversar feito adultos, como sujeito homem e mulher.
Raquel: Eu prefiro sim que o amor acabe, que eu já sofri tanto, outra dose eu não aguento.
Fátima: Não diga isso, Quel...
Raquel: Pra mim é tudo mais complicado dona Fátima, sempre foi... -Digo já com enorme nó na minha garganta me impossibilitando de falar; cocei a cabeça bufando- Ele valorizou cada piranha aí na rua e eu que fazia de tudo por ele ele só pisou, tudo isso por conta de um filho? Que os dois tinham noção que a qualquer momento poderia vir... Se os dois tinha cabeça pra transar sem se previnir, quando engravidei eu quem segurei o pepino e hoje ele quer mandar, passa por cima das minhas ordens?? Eu não devia fazer nem a metade do que eu faço por ele, só deixo a minha filha perto dele porque eu quero que ela cresça sabendo que teve pai, mesmo não tendo, não quero cobranças quando ela descer, porque no final a mãe que sai como errada, a que mais fez certo à vida inteira. -Digo desabafando, demasiadamente exausta.