30° Capítulo

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Eu ouvia atentamente tudo que ela tinha pra dizer, ela sempre tem razão.
Raquel: Ele não percebe isso, eu cansei de me humilhar e ser ignorada, agora sou eu quem ignoro!!
Fátima: Então fica difícil meu amor!! Viver com mágoas, raiva, rancor vocês não irão a lugar nenhum! Lavo minhas mãos. -Diz finalizando a conversa- Meu único conselho é esse: se vocês quisserem se acertar e ficar juntos só depende de vocês mesmo, nada do que eu fizer ou falar vai adiantar mesmo.
Raquel: A senhora é uma mãe! Eu lhe entendo perfeitamente, mas Deus sabe o que faz! Deixa estar!
Dei um abraço nela bem forte era isso que eu precisava.

A hora passou tão depressa que eu nem senti, só percebi quando a Alice entrou toda enrolada num quimono de joaninha, se tremendo e com os lábios roxo.
Raquel: Vai tomar um banho vai, meu amor pra você não ficar resfriada.
Ela foi com a tia nela, cuidam tão bem da minha Lilica...
Raquel: Já que minha filha não vai pra casa né, eu vou me embora! Amanhã quando eu sair do serviço vou passar aqui pra busca-la. -avisei logo.
Fátima: Tá bom, pode vir.
Esperei Alice aparecer para eu falar com ela.
Raquel: Amanhã eu te pego, te amo.
Alice: Tá, eu também te amo, muito!! -Minha maior alegria era ouvir isso.
Ser amada não tem preço, amar e ser retribuída é o melhor sentimento que existe, é a sensação mais gostosa do mundo ouvir um "Eu também te amo" tão inocente, sem malícia, sem maldade... Uma pena que não são todas as pessoas que praticam esse gesto; amam quem não te ama, ignora quem te ama!
Mundinho louco esse, só vale o que não bate um com o outro, só gostam das contradições. Eu nunca vou entender, pode acreditar!
Raquel: Dona Fátima, muito obrigado pelo almoço, eu amei! Sabe que sou sua fã né -Digo satisfeita, após um sorriso dela.
Fátima: Ah para de graça, eu que sou sua fã minha linda! Você é muito bem vinda na minha casa, quando quiser é só aparecer, sempre iremos te receber de braços abertos e você sabe disso né, não preciso nem de tá falando.
Me despedi do pessoal e desci, saí do condomínio e fui pra um ponto pra poder pegar um táxi, passava nada na pista, só carro mexendo comigo.
Fiquei ali uns vinte minutos e nada de táxi, nem ônibus, nem van, nem nada... Parou um carro do meu lado e arriou o vidro, juro que tomei um susto, se não se identificasse logo eu iria me mijar de medo, mas era o Fred, um amigo meu das antigas, presta serviço pra várias favelas, já colocou preço dentro do Parque mas aí deu um caô lá com o todo poderoso...enfim.
Raquel: Você quer me matar de susto né!? Maluco!
Fred: E aí, Quel! Sumida! Tá perdida aí?
Raquel: Tô nada, tô vindo de um passeio.
Fred: Quer uma carona? Tá indo pra Maré?
Raquel: Tô, eu quero sim, tô aqui um bom tempo -Falo já entrando no carro dele- Você é maluco, querendo me matar do coração, tenho uma filha pra criar tá!? -Falei, dando dois beijos em seu rosto, o comprimentando.

Laços Traiçoeiros⚡Where stories live. Discover now