A Favorita Do Sultão

Kedamaian

Jasmine

Acordar para um novo dia era ótimo. Além de ter as energias renovadas, a melhor parte era sabe que o sultão de Omã já havia partido para onde nunca deveria ter saído.

O terceiro dia após o casamento também era o último dia de comemoração. Por isso o último banquete foi servido à noite, ainda na presença de muitos hóspedes reais.

Eu estava sentada no meu trono observando as pessoas dançarem as maravilhosas canções tocadas pela banda da nossa corte.

— Tenho uma notícia para você, Jasmine. — Dário contou sentado no trono ao lado do meu.

— Qual?

— Eu aceito trabalhar no conselho legislativo. Aceito fazer parte do seu governo. — Contou me deixando extremamente animada.

— Por Alá, não sabe o quanto me alegra contar com seu apoio!

— Não que você precise de muita ajuda. Além de ser maravilhosa nos negócios ainda sabe colocar​ certos sultões em seus devidos lugares. — Brincou sorrindo.

— Gosto de um sultão em especial que coloquei no lugar de meu marido, sabe? — Comentei baixo e o sorriso​ dele aumentou, enquanto discretamente ele segurou na minha mão.

Uma nova música se iniciou, mais animada que as outras e então voltamos a nossa atenção para o centro do salão, notei que Naruhito puxou Sadira para dançar. Ela brincou com os quadris enquanto sorria entregue à dança do ventre. Já o príncipe ficou paralisado, parecendo hipnotizado por ela.

— É assim que começa! — Dário comentou ganhando a minha atenção. — Depois que vemos as mulheres da família Ahmadinejad dançando é um caminho sem volta.

— Bobo! — Falei rindo e então notei bapa conversando com nossa ibu. — Será que ele está mais calmo?

— Espero que sim. Já basta todo o susto que ele levou ontem ao presenciar o pedido de compromisso do príncipe com Sadira.

— Mas ele pediu apenas para se corresponder com ela por e-mail. — Argumentei e Dário balançou a cabeça.

— E você acredita que será apenas isso? Olha a interação daqueles dois! Eu aposto que se casam daqui há dois meses.

— Eu aposto em três meses. — Rebati e ele ponderou um instante.

— Negócio fechado. Qual será o prêmio do vencedor? — Perguntou com um tom claro de malícia.

— O vencedor escolhe o prêmio. — Respondi e ele sorriu tão descaradamente sacana que até em outros países era possível ouvir o que se passava pela mente dele.

— Eu já sei o que eu quero quando eu ganhar. A única coisa que tenho a dizer é: prepare-se, rainha! — Falou com a voz rouca me deixando levemente com calor.

— Meus filhos! — Bapa disse se aproximando de nós e dispersando o clima. — Não vão dançar? Essa festa é para vocês, esqueceram?

— Ya, vamos sim. — Dário respondeu levantando do trono e estendendo a mão para mim. — Me concede a honra?

— Sempre. — Respondi levantando e pegando na mão dele, mas parei próximo do nosso bapa. — Tudo bem para o senhor a Sadira dançar com o príncipe?

— Baiklah. — Concordou levemente contrariado. — Eu admiro muito o ato nobre dele ontem ao colocar a economia do país dele à disposição para ajudar Sadira. Entretanto ainda não acredito que pessoas tão diferentes possam conviver em harmonia.

— Isso somente o tempo irá nos dizer. — Comentei observando os dois. — De qualquer forma, nada acontece fora do desejo de Alá.

— Ya. Isso é o que consola meu coração. Mas não vamos nos ater à isso. Hoje é dia de festa. — Ele respondeu e nós concordamos.