Livro Clichê - Capítulo 3

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Jungkook e eu nos olhamos por alguns segundos sem entender o que acabou de acontecer, rapidamente ele me empurrou me tirando de cima dele, ele estava mais vermelho que tomate.

— O quê?

ㅡComo assim o quê?! Não viu o que acabou de acontecer?! — ele ficou sem jeito.

— Um pequeno acidente — respondi dando de ombros.

— A gente meio que se beijou! — estava corado — Eu não gosto disso! — Ele disse, beirando o desespero.

— Primeiro, nós não nos beijamos, segundo, foi um acidente causado por sua distração — o olho sério.

Jungkook me olhava envergonhado, e sem jeito.

— Ainda bem que ninguém viu isso — murmurou. — Eu só queria te entregar o caderno que você esqueceu, toma. — me entregou, sem sequer cogitar a ideia de me tocar durante a troca de caderno.

Logo um carro preto estacionou perto da escola e buzinou três vezes. Jungkook pareceu acordar de um sonho.

— Jungkook, anda logo! Tenho que ir pro trabalho, seu pirralho!

— Tenho que ir, me desculpe, mais uma vez por hoje.

Ele saiu dali, indo primeiro pegar sua bicicleta vermelha, e depois indo até o carro que veio o buscar, o olhei até entrar no carro e desaparecer de vista. Algo me chamou atenção ali, quando caímos sem querer senti um cheiro doce vindo de mim, provavelmente era dele. O cheiro é bem gostoso até, ele é bem cheiroso, um cheiro bastante atrativo, assim posso dizer.

Dei de ombros, guardei o caderno na minha mochila e caminhei até o ponto de ônibus para poder ir pra casa.

Casa do Jin

18:00

— Cara, você viu o golaço que eu dei hoje no jogo? — Hoseok falou animado.

— Nós não somos cegos, Hobi. — Jimin o olhou rindo.

Estávamos vendo um filme de comédia na casa do Hyung. E como eu não tinha nada pra fazer na minha casa durante a tarde, vim pra cá, me juntar aos loucos dos meus amigos.

— Hey, Yoongi, me passe aqueles salgadinhos de queijo ali — Namjoon pediu apontando. Yoongi pegou o pacote do lado do sofá — Valeu, cara.

— Ah não, Namjoon, não abre isso aqui, isso tem cheiro de chulé! — Hoseok resmungou enojado.

— O cheiro dele não se compara às suas meias suadas. — Digo rindo, fazendo os outros rirem, Jung me deu um tapa.

Enquanto conversamos e víamos o filme, em um momento me desliguei totalmente dos garotos, eu estava viajando, minha mente estava longe, bem longe, estava naquele garoto novo. Ei, não pense que estou gamado não, nos beijamos por acidente, ele é mais cego que uma toupeira, não olhava pra onde andava. Enfim. Aquele Jungkook é meio estranho, só nesses dias andei reparando um pouco nele, ele fica de papinho com a Rose, dá risadinhas com ela, usa maquiagem bastante leve, não julgo quem se cuida, o perfume doce, e é muito fraquinho, eu só dei um soquinho no moleque, e parecia que ele iria desabar.

— Tae? Taehyung? — Yoongi me chamou, passando a mão na frente dos meus olhos — Ô cara, tô te chamando tem uma eternidade, tá viajando em quê dessa vez?

— Espero que não seja em comida — Jimin revirou os olhos.

— Não, até que não, aconteceu uma coisa louca hoje.

— Conte. — Jin pediu.

— Eu e aquele garoto novo, demos um selinho por acidente hoje.

Todos fizeram cosplay de Moon Face naquele momento. Eu revirei os olhos.

— E aí? — Namjoon me olhou.

— E aí, que não aconteceu nada, ele ficou mais vermelho que pimenta, e eu fiquei normal, porque sabia que foi um acidente.

— Gostou? — Hoseok perguntou.

— Ele disse que não gosta dessas coisas — dei de ombros.

— Estranho. Eu acho que ele tem muita pinta — Jimin diz com malícia.

— Eu também tenho dúvidas, já viu como ele anda? — o olhei.

— Vi, e ele tem uma bundinha, durinha. — Yoongi falou.

— Já pegou pra saber? — Hoseok o olhou.

— Não, mas dá pra perceber.

— Parem de falar do menino gente, agora vamos ver esse filme em paz? Esqueçam o Jungkook, ele deve estar com a orelha pegando fogo de tanto que vocês falam dele! — Jin reclamou.

Depois da casa do Jin, eu acabei parando em uma praça pra comprar sorvete. Não podia ir com ele para casa, iriam me perguntar de onde tirei dinheiro pra isso e eu não estava nada a fim de responder esse tipo de coisa.

Acabei me sentando no banco da praça, sorrindo cada vez que via as crianças correndo. Era engraçado.

Em algum momento (outra vez), notei que havia alguém largado do meu lado, deitado no banco com um livro na cara. Não foi difícil reconhecer Jungkook, embora ele parecesse bem feliz em seu disfarce de ser um livro.

— Tá lendo o que? — tomei o livro dele, o vendo soltar um gritinho fino de susto. — Você grita que nem menina.

— Devolve meu livro, Taehyung! — ele pediu se esticando para pegar o tal, porém, eu o segurei.

— Crepúsculo?, não tinha nada menos clichê? — perguntei revirando os olhos, e ele suspirou.

— Vai me zuar por isso também? — ele perguntou pegando o livro de volta, folheando as páginas. — Eu gostei, tá legal?

— Ok, mas é bem gay. — ri de leve, vendo-o revirar os olhos. — Mas tudo bem é sua preferência gostar desse romance clichê.

— Mereço... — ele voltou a se deitar no banco, colocando o livro na face novamente.

Tentei terminar meus sorvete, desviando olhares para ele vez ou outra. A cintura fina marcada pelo jeans e camiseta amarela mostrada com listras pretas, longa, que ele usava, os Timberland 's apoiados no banco, e o vento trazendo seu perfume doce.

Definitivamente, de hétero Jeon Jungkook não tem nada. Mesmo na forma que ele muda as páginas do livro, parece ser lenta e delicado

— Bom, eu preciso ir pra casa, a gente se ver amanhã no colégio — Sorri enquanto terminava meu doce. E o deixei ali, com seu livro gay, e fui pra casa.

Essa Coca é Fanta, e eu tenho certeza.

Essa Coca é FantaWhere stories live. Discover now