Outro patamar

140 19 17
                                    

Naquela tarde...

• Hoseok

     Eu corro entre os poucos convidados que estão aqui e por entre os garotos que tentam me conter, pois temem o que pode ter dentro daquele camarim. Porém, meu desespero é maior e nenhum deles consegue me parar.
    
     Quando entro nesse lugar que agora rapidamente o vejo como o inferno, me deparo com minha noiva caída sobre uma poça de sangue num vermelho quase vinho que toma conta de seu vestido branco e, então meu mundo desabava sob meus olhos. O pânico toma conta do meu corpo e já não sinto mais o ar entrar em meus pulmões.

- Não... Não... Não pode ser, isso é só uma alucinação. Meu amor, não, por favor não me deixa aqui... - Eu não sei mais o que é real a minha volta e só consigo chorar e gritar completamente desesperado. Meus pés  parecem grudar no chão mas logo consigo correr até minha garota e ajoelho-me ao seu lado. - O QUE ACONTECEU AQUI??? ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR!!! CHAMEM UMA AMBULÂNCIA. MINHA MULHER NÃO PODE MORRER... POR FAVOR ME AJUDA... AMOR!!! - Eu continuo segurando-a fortemente em meus braços enquanto o sangue escorre por todo o terno branco.

- Senhor Jung, o resgate já está a caminho mas perdemos o criminoso. - Um de meus assistentes diz e põe uma das mãos em meu ombro em forma de consolo.

- Criminoso... - Sussurro e enxugo as lágrimas com a manga do terno. Com todo choque e sem saber direito o que aconteceu eu não tinha me dado conta de que tínhamos perdido o culpado. - As câmeras... Chequem todas as câmeras. Mande que fechem todas as saídas do estabelecimento e do bairro, AGORA!

- Sim, senhor!

      O que deixa meu coração ao menos um pouco mais calmo é finalmente conseguir sentir sua respiração, porém você está muito fraca.

     Minha percepção volta um pouco ao normal, me trazendo de volta a realidade. Olho todos com expressões espantadas ao meu redor e provavelmente sem saber como agir diante da situação. Dentre todo mundo está sua mãe, que mais parece alguém petrificada. O choque foi tão grande que ela nem se quer pisca. As pessoas a chamam, tentam tirá-la do lugar mas nada acontece, até que...

- É culpa sua... foi você... - Ela diz num tom quase inaudível mas todos puderam ouvir e assim como eu, olharam-na confusos. - Você que fez com que isso acontecesse com minha filha, SEU CRETINO!!!

- Senhora, com todo respeito, se acalme. Jung Hoseok estava no altar esperando sua filha, como ele pode ter feito algo contra ela? - Minha irmã, Jiwoo, se pronuncia ao vê-la me atacar de tal forma e tenta acalma-lá novamente mas sua tentativa é inútil.

- Sua presença na vida dela a trouxe isso, eu sempre soube que algo desse nível aconteceria. Ela e essa mania de sempre querer algo que não é pra ela, tudo isso está aqui está em outro patamar que com certeza não é o dela. - Cospe as palavras uma atrás da outra quase sem respirar direito.

- Como a senhora pode dizer isso enquanto vê sua filha ferida bem na sua frente? - Digo mostrando repugnância por sua atitude.

- Se ela se comportasse como uma mulher de verdade, fosse atrás de um emprego decente de acordo com o que ela vive, nada disso teria acontecido. Sabe o que é? Ela nasceu na família errada, querendo ser o que ela não é. E então você apareceu e piorou tudo mas claro, percebeu que ela não era seu tipo e mandou seus subordinados fazerem isso com ela. Você fingiu muito bem, Jung Hoseok.

- Alguém, por favor, tira essa senhora daqui? A situação afetou demais a cabeça dela. - Falo tentando me controlar ao extremo. Meu foco agora é outro.

(...)

     Os médicos disseram que você está estável mas que continua inconsciente e preferem que não receba visitas por ora.

LÓTUS // Jung Hoseok Onde histórias criam vida. Descubra agora