Capítulo 22.

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-E qual o nome disso?- Adrien perguntou, olhando o "pingente" que Plagg o deu.

-Kwagatama.

-E..

-Adrien, depois conversamos, estou com fome. Será que posso comer?-Plagg resmungou, segurando seu queijo.

-Ok!- Adrien se levantou- acho que vou comer algo também!- olhou o relógio em sua parede. Seis horas e dez minutos.  Sempre jantava por volta das seis e meia. Se adiantar talvez são fosse algo ruim.

Saiu de seu quarto, e enquanto estava no corredor, ouvia-se vozes  estressadas ecoando por toda casa. O barulho fez o garoto estranhar.

-Senhora, peço encarecidamente que diminua o tom de sua voz, pode chamar a atenção de Adrien e não é isso que queremos. Caso o contrário, chamarei o segurança para ser retirada!- Nathalie mantinha sua voz calma e fria para tal discussão. Adrien se escondeu onde ficaria longe, e não seria visto.

-Você se acha no poder, não é, Agreste?- Amelie ignorou o comentário da mulher e apontou o dedo para o homem calmo.

O cenário constituía-se em uma Nathalie calma e fria por fora, mas insegura por dentro. Amelie estava nervosa e demonstrava isso. Atrás da mulher loira, Félix mantinha uma postura calma e confiante. Gabriel Agreste estava no topo da escada, calmo, confiante e observador. Enquanto os outros três estavam alguns degraus abaixo.

-Eu te avisarei apenas uma vez, Agreste. Você virou um maluco tentando trazer Emilie de volta, mas advinha! Não tem como! E eu não quero que Félix se torne alguém como você!- ela bateu o pé, irritada. Adrien sentiu o coração bater rápido.

Gabriel mudou sua feição para uma raivosa. O homem iria falar algo, mas a mulher o interrompeu.

-Para de mandar meu filho vir aqui, se não quer que eu conte para Adrien que a mãe dele não morreu, e está sendo tirada de seu conforto por um maluco que esconde a esposa em baixo desse chão!- ela gritou e depois teve uma pausa silenciosa- Aceite que Emilie não vai voltar!- ela sussurrou com uma sobrancelha arqueada. Virou-se com seu filho e foi-se embora.

Adrien começou a respirar rápido e sentiu seus olhos arderem pelas lágrimas. Correu então para o quarto e se jogou, chorando muito.

Plagg tentou chamar o portador, perguntar o que acontecia, mas Adrien não conseguia dizer.

Como assim o pai escondia sua mãe debaixo deles? Adrien queria saber.

Sua mãe não estava morta, devia ser um alívio. Mas Adrien não conseguia ficar feliz com o segredo que o escondiam.

O que mais ele tinha que descobrir sobre seu pai?

-Adrien, se não me contar o que está acontecendo, eu não serei capaz de ajudar!- o loiro ergueu seu corpo e abriu a gaveta, pegando a caixinha do Miraculous- o.. o que vai fazer?- Plagg soltou o queijo de suas mãos, surpreso.

-Preciso de... um tempo!- Adrien tirou o anel e o colocou dentro da caixa e suspirou.

Colocou-a em cima da cama e saiu devagar do quarto. Conseguiu sair da mansão sem ser visto e andou por toda Paris.

Nathalie bateu na porta do quarto de Adrien, o chamaria para jantar, mas ninguém atendeu a porta.

Entrou devagar e procurou o garoto, mas não encontrou. Olhou para a cama e se surpreendeu ao ver aquela caixinha ali. Pegou-a, e quando a abriu, se surpreendeu com a luz que saiu dela.

-Adrien, nunca mais faça iss...- Plagg gritou e depois se encolheu- você não é... o Adrien!- Plagg sentiu pela primeira vez medo do que viria a seguir. Nathalie sorriu depois de uma pausa, em meio a todo o espanto.

-Sr. Agreste gostará de te conhecer!- foi o que disse, antes de fechar novamente a caixinha e ir em direção do escritório de seu amado, carregando no rosto um sorriso decidido.

~~○~~

Ao entrar na mansão novamente, Adrien rapidamente sentiu que alguma coisa não estava bem.

Procurou Nathalie e o Gorilla, mas quando ia subir para o quarto, seu pai estava no topo da escada. Sua feição extremamente fria e estranha, capaz de destruir qualquer coisa apenas com o olhar.

-Onde estava, Adrien?- sua voz era indiferente.

-Eu fui tomar um ar e...- a frase morreu.

-Pediu permissão?- Gabriel perguntou. Adrien negou e abaixou  cabeça.

Nunca conheceu essa versão do seu pai, e estava começando a se machucar com isso.

Gabriel tirou sua mão de trás das costas e Adrien se surpreendeu ao ver a caixinha do Miraculous ali.

-Pode explicar isso?- o mais velho se pronunciou, depois de uma longa pausa.

Adrien ficou pensando se tinha ouvido mesmo aquela pergunta ou se era sua mente inventando coisas, pois ouvia apenas as batidas do seu coração.

Nunca devia ter tirado seu anel.

-Meu filho, o Chat Noir!- Gabriel riu, indignado. Sentia uma raiva extrema. Gabriel já sabia como punir o filho- não vai mais ver esse anel!- deu as costas para o filho, sabendo que o loiro viria atrás.

-Mas pai, eu..- Adrien subiu correndo as escadas, tentando de alguma forma planejar uma desculpa coerente. Mas afinal, como seu pai sabia que aquilo era um Miraculous?

-Sem mas, Adrien!- Gabriel parou,em frente do escritório- se prepare, amanhã suas aulas em casa voltarão!

o loiro sentia  os olhos encherem de água. Tentou protestar, mas seu pai se virou para o olhar.

-Já tirei seu celular, e farei com que você não tenha contato com nenhuma má influência. Ou com aquela... joaninha inútil!- o desprezo em sua voz era notável.

Adrien sentiu o rosto molhado por lágrimas. Seu pai, pareceu não se afetar com tal cena, pois sorriu sarcástico, e mostrando o anel disse:

- Agora, falta apenas um Miraculous!

Ficou encarando o garoto, que mudou sua expressão de triste para surpreso. Gabriel entrou na sala, deixando o menino ali.

Agora Adrien sabia qual era o maior segredo do pai.

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O Último Akuma.Onde histórias criam vida. Descubra agora