Viagem De Verão - Noart.

2.6

Sina Deinert.

Noah me solta devagarinho e olha nos meus olhos.

-Vamos banhar. Quer dizer você vai banhar. - solta uma risada nasal.

Andamos para o corredor do quartos e Vitor aparece, vestido com uma camisa de Noah.

-Peguei essa blusa, espero que não se importe. - Avisa.

-Não ligo para que camisa você pegou. - Responde Noah. - Sina vai para o banho, vou buscar sua toalha.

-Está na varanda. - Digo e entro no meu quarto para ir para o banheiro.

-Porra cara, a Sina estva tendo uma crise na sua frente e você nem pra perceber! - escuto Noah quase gritar.

-Como eu ia adivinhar? - Meu namorado se defende.

-Não interessa. Agora vai embora.

-Vou me despedir da Sina

-Não. Você viu como gritou com ela?

-Foi impulso. - Vitor diz com uma voz mais baixa.

-Foda-se, ela é sua namorada agora. Você deveria ter se preocupado com ela em vez de pensar na merda da sua camisa. - Cuspi as palavras.

Saio de perto da porta. Vou andando até a varanda para tomar um ár. Estou ficando sem ár, minhas pernas estão bambas, minhas mãos tremem e uma vontade imensa de chorar me ataca.

Não consigo segurar o choro. Lagrimas escorrem sobre meu rosto.

-Sina? - Jocob me chama.

-Na varanda. - digo enxugando as lágrimas.

-Ei! - vem até mim e me abraça por trás. - Vai ficar tudo bem, respira.

Me viro para ele e o abraço mais forte. Usando-o como um suporte para não cair.

-Quer falar algo? Saudades de casa bateu de novo ou é outra coisa?

-Não sei... Noah. - ele passa a mão sobre meus cabelos. - apenas parece que não consigo respirar, tem algo apertando meu peito.

Falo e ele me solta. Olha nos meus olhos e diz:

-Sabe... quando fico com medo de algo me sinto assim também. - molda meu rosto com suas mãos - está com medo de algo?

-Acho que sim.

Volto a chorar e ele volta a me abraçar. Ajeito o meu rosto na curva do seu pescoço. Uso seu cheiro, que é incrivelmente bom,  para me distrair. E assim funciona.

-Sina, quer me contar do que tem medo ou não?

-Agora não. - ele me abraça mais forte.

-Tudo bem.

Passamos mais alguns segundo ali. Depois ele me leva até o banheiro e sai. Tomo meu banho, escovo meus dentes e saio do banheiro. No quarto, minha coberta esta em cima da cama e uma calça de moletom dele também.

****************************** -Ei noah que calça legal! Algum dia desse você poderia me deixar usar. - falo para Noah quando ele entra no seu quarto.

-De novo você querendo minha calça? - pega a peça da minha mão - já falei que vou deixar você usar só quando tiver nevando dentro do seu quarto.

-Ah mas não vai mesmo. Você vai ver, quando menos esperar eu vou estar desfilando com ela aqui dentro do apartamento.

Noah sorri e me entrega uma Pepsi.

-Vamos ver!
******************************

Com certeza ele mudou de idéia de deixar eu vesti-la só quando nevar aqui dentro.

Visto a calça e um body branco de ficar em casa com a estampa de um coelho. Saio do quarto e a sala está limpa. Vou para cozinha e lá está Noah, sentado na mesa comendo alguma coisa que ainda não identifiquei.

Ele da um sorriso quando me vê.

-Ficou boa em você - aponta para a calça que está em mim.

-Sim, acho que você devia me dar ela. - sento do seu lado.

-Rá, Rá. Nem sonhando. Só deixo você usar hoje porque você merece por ter sido tão forte.

Dou um sorriso.

-Obrigada por estar aqui! - Agradeço.

-Onde mais eu estaria? - Ele brinca.

-Poderia ter fugido igual o Vitor.

-Não, você sabe que eu não faria isso. - ele diz e pegando minha mão.

-É, eu sei. - damos um sorriso.

Ele me olha. Uma eletricidade desconhecida passa por todo meu corpo, e meu coração despara. Pega uma mecha do meu cabelo e brinca com ela.

Seu olhar se alterna entre minha boca e meus olhos. Não posso evitar olhar sua boca entreaberta e seus olhos com as pupilas dilatadas. Seu rosto vai se aproximando do meu, lentamente e finalmente nossos narizes se tocam.

Meu celular toca na sala. Que droga de celular.

-Deveria atender. - Sugere se afastando, descendo sua mão do meu rosto pelo meu braço.

-É, deveria. - Rio, envergonhada.

Caminho até a sala de vagar, para acalmar todas as partes do meu corpo. Pego o celular e leio o nome... Do Vitor!