Capítulo 1- O mensageiro

43 1 1
                                    

O universo, as estrelas, nebulosas, planetas...Uns tão distantes, outros próximos, galáxias inteiras em constante movimento e transformação.

-Senti sua presença se aproximando- um ser branco esverdeado disforme ecoa as palavras como telepatia.

-Faz tempo irmão-outro ser, este branco e dourado retorna se aproximando da primeira figura.

-Peste outra vez?- o primeiro ser que circulava uma estrela pergunta.

-Pior...Por favor, venha comigo...- o outro responde, mas é interrompido.

-Se não é a Peste não tenho o porquê de eu intervir- o ser falava enquanto aumentava o brilho de uma estrela que duraria por mais 1 bilhão de anos.

-Tivemos uma baixa. Recente- o tom preocupado do ser com traços dourados era sentido pelo outro.

-Sumo por eras e tudo que me chama é para ser ...Como os humanos chamam mesmo? Ah! Legista- o ser esverdeado responde e continuava a examinar as estrelas.

-Achamos outra coisa-o ser parecia tenso.

-Vasculhando os feitos dos outros agora, Gabriel!?

-Raphael. É urgente!- e com o apelo ecoando pelo espaço, finalmente o ser esverdeado resolve ouvir.

-------------------------------------------------------------------------------------------

O céu não era o mesmo. Ainda luz, ainda paz, etéreo...Mas o amor quente e acolhedor se fora, talvez não completamente, ainda era uma ordem luminescente e pacífica, porém tendia a ser fria.

-Quanto tempo irmão- falava Uriel de forma saudosista.

-Vim porque fui solicitado- falo direto.

-Como ficaram sabendo da situação- Michael começou o discurso- Tivemos uma baixa importante. Depois de eras após a Grande Guerra, Zarathiel perdeu a luta contra as forças do mal.

Estavam presentes eu, Anael, Uriel, Gabriel e alguns outros mais afastados ouvindo atentamente.

-Agora cabe a nós dar seguimento a batalha e continuar ao trabalho que nos foi dado em nome de Deus.

-Em nome de Deus! - todos saudaram e logo saem, permanecendo só nós cinco.

-Agora vocês...Como sabem um de nossos irmãos se foi, sua existência se dissipou e seu sigilo*  se enfraqueceu. Nós sentimos uma energia se desvelar e quando verificamos...-Michael hesita-Venham comigo!

Numa parte mais afastada daquele lugar etéreo, algo não se encaixava, os outros seres todos pareciam saber do que se tratava aquele ar denso, uma energia ruim num lugar sagrado, mas principalmente algo incomum, dor.

Como o paraíso não era um lugar físico, nem nós possuíamos uma forma, nos deslocamos rápido. Ao chegar ao espaço em que vinham aquelas sensações, entramos e uma espécie de sala, mas que na verdade era apenas um pedacinho do espaço -tempo deslocado.

A cena em que eu me deparei foi terrível, um demônio, em sua forma verdadeira, preso pelos pulsos pendurado além de ter uma coleira que também o imobilizavam, as correntes o prendiam àquele lugar que parecia um nada. O ser possuía asas destroçadas rubras cor de sangue, cabelos longos até a cintura lisos e negros, sua palidez o fazia quase translúcidos e evidenciava mais seus ferimentos, chifres pontiagudos saiam da sua tez e eram semelhantes com a de um bode e seus olhos... Seus olhos mortos estavam em nossa direção, mas não realmente nos vendo, refletiam o pavor naquelas orbes negras com íris vermelhas.

 Seus olhos mortos estavam em nossa direção, mas não realmente nos vendo, refletiam o pavor naquelas orbes negras com íris vermelhas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Acreditamos que em alguma de suas investidas Zarathiel fez um prisioneiro.- Michael nos introduz ao caso.

-Por que em nome de Deus eu estou aqui?-eu questiono os outros seres.

-Perdoe-nos por tirá-los de suas estrelas Raphael, mas precisamos de seus dons de cura- Anael respondia sereno.

-Posso curá-lo, mas vocês que irão liberta-lo- eu concordo finalmente.

-Você não entende Raphael- Uriel mais pontual- Nenhum anjo poderia realizar tal ato por tanto tempo se ser descoberto.

-Deus..! Tudo bem. Eu curo e vocês perguntam.

-Raphael olhe para ele- Gabriel fala- Você tem certeza que devemos perguntar isso agora?

-Deus! Não...Mas por que se importar com algo vil? Só deveriam interroga-lo. As ações de Zarathiel são condenáveis, mas por que não acabar logo com o sofrimento dele?- eu falo desconfortável.

-Muito me surpreende essa postura irmão- Michael repreende- Mas como anjo, um ser divino de misericórdia, não posso deixar esse ato sem justiça e aquele ser, por mais que seja nosso oposto, merece saber que não somos todos como Zarathiel.

Ao nos aproximarmos do ser sofrido, as ondas de dor e angustia aumentavam, as mãos presas e suspensas possuíam longas e afiadas garras negras como de um grande felino e seus olhos permaneciam estáticos.

-Qual o seu nome?-Uriel ordenava.

-Azahry- sussurrou mostrando sua língua serpentina seus dentes afiados como um tubarão.

-Você esta livre agora- Anael falava enquanto Gabriel e Michael o soltavam das correntes.

-Meu s-senhor virá...- ele parecia tonto e delirante.

-Zarathiel esta morto. Agora deixe-me curar você -eu falo firme e me aproximando.

Ele não se afastou, não expressou reação. Ao toca-lo pude sentir sua dor e desespero e com a graça divina curei os pontos principais até ser interrompido.

-Raphael, de a ele um momento- Gabriel fala me parando.

Quando olhei o demônio estava desfalecido, seus principais e mais profundos ferimentos foram curados, mas ele ainda tinha mais do que se recuperar.

-Darei a ele um descanso sem incômodos- Anael encosta em sua fronte por um momento.

-Uriel! - Michael ordenava- Você irá procurar simpatizantes desse ultraje. Gabriel, você protegerá a testemunha e trará informações para mim e somente a mim. Raphael e Anael, vocês irão para uma área neutra e auxiliarão na recuperação do demônio.

E onde seria um bom lugar?- eu pergunto ainda desconfortável.

**************************************************************

(nome em enochiano)*

One sideOnde histórias criam vida. Descubra agora