Capítulo 2 - Acomodações

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A Terra era um planeta minúsculo em comparação com tudo que eu já vi. Eu vinha quando necessário e sempre acompanhava o progresso benigno e maligno que os humanos tinham.

Como um lugar que um dia era para ser uma extensão do céu, era um bom lugar para uma reabilitação sem evocar nada propriamente danoso.

-Boa tarde vizinho- uma mulher de seus 40 anos, de cabelos castanhos me cumprimenta me tirando do devaneio de olhar para a habitação que eu iria morar junto com um demônio torturado- Sou Joanne, mas pode me chamar de Jô ou de Anne.

-Raphael D'Arcangelo, prazer- eu cumprimento em resposta.

-Bela casa!- e de fato era mesmo. Era um sobrado com um jardim nos fundos- Vocês tem bom gosto se precisar é só chamar. Até Ralph!

Anael que já vinha se aproximando acena para a vizinha e para ao meu lado olhando a casa.

-Ele já se acomodou num quarto -ela faz uma pausa- Ralph.

-Pare de brincadeira Anael- eu repreendo e ela sorri.

-Olhos verdes...Tendencioso curandeiro- ela brinca. 

-É a cor que atribuíram a mim e eu vejo o apelo- eu falo entrando na residência- Forma feminina!? Por que eu não estou surpreso arcanjo do amor!?

-Gabe virá mais tarde -ela fala subindo as escadas para o primeiro andar onde estava os quartos.

-Estamos mantendo os apelidos agora!?- pergunto debochado seguindo-a.

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Como prometido Gabriel vera mais tarde naquele dia, assegurou a proteção contra quaisquer criaturas naquela área. Resolvemos então falar com Azahry, este permanecia com sua construção demoníaca, asas, garras e tudo. O demônio prejudicado estava em cima da cama, braços em volta dos joelhos flexionados e olhos vazios.

-Azahry?- Anael chamou e enviou sensações calmantes e amorosas à criatura- Podemos falar com você?

-Sem resposta- Gabriel falava atrás de nós encostado na porta- Esta assim desde que viemos. Vou dar privacidade a vocês- ele sai fechando a porta do quarto.

-Azahry, nós não vamos machucar você. Eu vim te curar do resto dos seus ferimentos, sou Raphael e esta é Anael- mas o ser continuou imóvel e calado.

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-Claro que nós não teríamos resposta! -eu falo furioso depois de sairmos- Ele esta traumatizado! Tanto que eu queira ajuda-lo e por mais que seja o anjo da cura, doenças psicológicas não são o meu forte.

-Por que?- Anael falava calma, mas triste pelo pregresso.

-Porque esbarra no livre arbítrio- eu me sentei na cadeira do escritório que ficava no térreo.

-Então teremos que ser duplamente pacientes-ela fala confiante.

-Eu vou pesquisar mais - Anael me olhava surpresa e irônica- Os humanos tiveram progresso maior nessa área.

-Enquanto você procura eu vou dar uma olhada por ai- Anael fala.

-Mande lembranças ao gótico- eu falava focado no computador aberto e livros que miraculosamente surgiram na escrivaninha.

-Não fale dele desse jeito- ela repreende suavemente.

-Ainda não consigo crer, como o arcanjo do amor e o arcanjo da morte?

-Amor e morte são mais próximos do que se imagina- ela brinca e com isso ela desaparece.

Após horas e mais horas de leituras resolvo dar uma olhada em Azahry ele estava no quarto e mesmo batendo e me apresentando não tive resposta. Ao entrar no quarto escuro percebo a tensão no ar.

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