Capítulo 6- Erro fatal

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Não foi uma coisa muito usual de se fazer, escapar do reforço em caso de problemas, com um demônio torturado em recuperação, para um lugar inócuo do planeta. Isso sem contar que Azahry parecia um tanto incerto e até assustado por essa minha súbita ação. Mas era por um bom motivo. Eu queria conversar com ele em paz, e nada melhor que um lugar sossegado para isso, além claro, de estar acompanhado de uma bela vista.

Quando nos teletransportamos paramos num penhasco coberto de neve.Já era noite no Canadá, e com a vegetação de coníferas era deslumbrante. Azahry olhava tudo com uma curiosidade e alegria quase que palpáveis, nós não precisávamos de roupas de inverno, mas miraculo um casaco para cada um de nós caso algum explorador ou fotógrafo aparecesse, o que era impossível pois ali era uma região perigosa para humanos, porém com uma bela vista.

-Que lugar lindo!- ele fala olhando em volta, encantado.

-Eu queria te mostrar uma coisa- ele me olha com inocente dúvida- Espere e verá.

Nós nos sentamos a beira do penhasco cheio de neve, ele estava com uma postura mais retraída e eu estava ansioso. Ficamos num silêncio confortável olhando a paisagem até que as primeiras luzes começam a piscar então eu chamo a atenção de Azahry, apontando para o céu noturno.

-Já esta começando!- eu falo e o demônio ao meu lado olha para o céu com olhos brilhantes.

As luzes começam agora fortes, multicoloridas e parecendo que dançavam no escuro eu observava ainda com admiração, mesmo tendo visto várias vezes, mas Azahry, este parecia hipnotizado. Depois de um tempo eu deixo de ver as luzes e começo a reparar na reação dele e tenho uma surpresa. Nada, me preparou para aquilo, as emoções que emanavam dele não tinham filtro e sua expressão também era admirada, ele estava realmente encantado com a beleza e com a paz daquele lugar. Algo que um demônio NUNCA poderia sentir muito menos admirar e emanar. Depois de um tempo eu quebro o silêncio explicando sobre o fenômeno, mas era apenas para me distrair da revelação que me chegara "um demônio inocente" a voz de Anael ecoava em minha memória.

 Depois de um tempo eu quebro o silêncio explicando sobre o fenômeno, mas era apenas para me distrair da revelação que me chegara "um demônio inocente" a voz de Anael ecoava em minha memória

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-Hum...- eu começo hesitante- Essas luzes são partículas de vento solar,* radiação, que colidem com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo magnético que é maior nas extremidades- eu falava e ele alternava o olhar para mim e para as luzes realmente prestando atenção nas minhas palavras- Aqui no Norte recebe o nome de Aurora Boreal no Polo Sul se chama Aurora Austral.

-É...Lindo!- ele falava emocionado e sua postura estava relaxando e eu fico sem jeito.

-Esse fenômeno existe em outros planetas também- eu falo como se não fosse importante- Já vi em outros , mas aqui é melhor por causa da fauna e flora.

-Você já viajou muito, não?- ele me pergunta pela primeira vez sem a timidez habitual.

-Eu amo as minhas estrelas- eu falo sonhador olhando para o céu que além das luzes coloridas possuíam um lindo céu estrelado- Quando estou na Terra gosto de vir aqui para pensar- eu solto.

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