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Quinta-Feira, Dezembro 25, 2014.

{Crystal Thompson}

Eu mexo-me, irrequieta, na cama, sem conseguir pregar olho. Os acontecimentos de horas atrás não me deixem ter um sono descontraído, porque sempre que eu fecho os meus olhos o nosso quase beijo aparece na minha mente. A sensação de ter sentido os lábios de Harry a rasparem nos meus ainda parece estar nos mesmos e eu quero livrar-me disso. A minha imaginação leva-me para um nível superior obrigando-me a imaginar como seria se Gemma não tivesse interrompido aquele momento.

Não sei se diga felizmente – ou infelizmente – por ela o ter feito, pois as coisas iriam ficar estranhas entre mim e o Harry depois disso. Mais do que já estão. Porque nós depois de sairmos dali, eu não consegui dirigir uma dúzia de palavras ao Harry por tão embaraçada que estava, e quando chegamos a casa eu inventei a desculpa que estava com sono. Gemma viu a nossa proximidade quando apareceu mas ela não fez questão de pronunciar também nenhuma palavra, e eu não sei se ela está chateada ou se está a fazer de propósito para nos torturar com o seu silêncio agoniador.

Harry só veio para a cama há muito pouco tempo atrás, talvez para garantir que eu já estava a dormir. Eu ouvi todos os seus movimentos e quando ele se deitou na cama, eu percebi que ele estava indeciso. Senti ele a aproximar-se de mim e a rodar o seu braço à minha volta mas acabou por escolher afastar-se virando costas para mim. Consigo perceber que ele já está a dormir pela sua respiração calma e os roncos que ele produz.

Puxo os cobertores para o lado e apresso-me a calçar as minhas pantufas e a pegar no meu robe que está pendurado na cadeira da secretária velha do Harry. Meto o meu telemóvel no bolso do robe e silenciosamente eu saio do quarto. Não oiço barulho nenhum no andar debaixo o que consta que a família toda do Harry já se encontra toda a dormir. A luz da cozinha após acendida faz-me impressão aos olhos obrigando-me a semicerra-los para poder ver um pouco melhor. Abro com cuidado os armários à procura duma caneca assim como uma saqueta de chá. Eu agradeço mentalmente à Anne por ter Yorkshire Tea.

Após ter fervido a água e despejado o conteúdo quente numa caneca misturando a saqueta e açúcar, eu apago as luzes da cozinha e caminho para a sala que está iluminada pela árvore de Natal e a fogueira acesa. Dusty, a gata da Anne, Nesquick, o meu gato, encontram-se ambos deitados na alcatifa junto à fogueira, a dormir. Agarro na manta que está em cima do sofá que Gemma diz que é seu e sento-me no sofá grande, cobrindo-me com a manta. Estico-me para apanhar o comando na mesa de centro.

Meto o som da televisão no mínimo e percorro alguns canais para ver se dá algo de jeito. O relógio da sala marca as cinco da manhã e eu consigo escutar o galo dos vizinhos da Anne a cacarejar, o que é um barulho extremamente irritante. Eu deixo ficar no canal da AXN Black que está a dar um episódio repetido da última temporada do Sobrenatural. Não estando muito interessada na série, pois realmente nunca vi a primeira temporada quanto mais a última, eu tiro o meu telemóvel do bolso do robe e desbloqueio. Decido fazer algo que nunca mais fiz: Tumblr. Preciso de reblogar o máximo de fotos que conseguir até eu já não conseguir mais por não ver mais fotografias nas minhas vistas. Quando acabo de beber o meu chá eu pouso a caneca vazia em cima da mesa de centro e concentro-me no meu telemóvel outra vez.

                “Crystal?” A sua voz rouca desperta a minha atenção e eu vejo um Harry sonolento na porta da sala. “O que estás aqui a fazer?”

                “Não conseguia dormir.” Murmuro.

Harry entra na sala e senta-se ao meu lado com uma expressão séria. Se ele fechar os olhos a qualquer momento irá adormecer e eu acho querido o beicinho que ele faz.

Winter » harry stylesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant