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Domingo, Dezembro 28, 2014.

 

{Crystal Thompson}

                “Eu quero beijar-te desde aquele dia na árvore e arrependo-me por não o ter feito mais cedo antes da minha irmã aparecer.”

Os meus olhos fecham-se ao ouvir Harry pronunciar tais palavras. Eu sinto a respiração quente e calma de Harry no meu pescoço quando ele deixa a sua cabeça tombar no meu ombro, as minhas mãos estão contra o seu peito enquanto as suas agarram as minhas pernas.

Ganhando forças, eu empurro-o para trás e levanto-me do sofá e sinto meu rosto demasiado quente e com falta de ar, como tivesse acabado de correr a maratona. Eu abano a minha mão tentando receber ar e respiro fundo várias vezes.

                “Isto está calor aqui dentro, não está?!” Questiono, de maneira rápida tropeçando nas minhas próprias palavras. “Eu preciso de apanhar ar.”

Eu caminho em passo acelerado até à entrada e abro a porta com uma força exagerada. Mesmo descalça, eu saio do seu apartamento e uma onda de frio percorre o meu corpo. Está a nevar, é claro que tinha que está a nevar! Sento-me nas escadas principais e encolho-me, eu sinto os meus pés a congelarem com a neve por baixos dos mesmos e ignoro a sensação desconfortável.

Aquele bastardo! Pensa que pode dizer aquilo daquela maneira sedutora e atrevida e esperar que fico bem?! Não, não pode! De jeito nenhum! As minhas mãos tremem e eu sei muito bem que não é do frio que está cá fora, eu estou nervosa, muito nervosa. Harry e eu somos única e exclusivamente amigos, não pode haver esta tenção inapropriada entre nós. Não quero perder a fantástica amizade que nós estamos a criar, e ele tem que perceber isso. Bem eu também tenho que, eventualmente, perceber isso porque, para ser honesta, eu faço as palavras dele as minhas palavras. Eu pensei que ele já tinha esquecido esse assunto, mas ao que parece estava enganada. Ambos continuamos com aquele – estúpido – dia na mente, e não é nada saudável para a nossa amizade, que ainda está no princípio. Eu não posso, nem acho que quero, nutrir sentimentos amorosos pelo Harry, pelo menos não para já! É tudo muito cedo, conheço-o aproximadamente um mês e eu não acredito na treta do amor há primeira vista.

Não podendo aguentar mais o frio e a neve a ir contra o meu rosto e pernas descobertas, eu decido voltar para dentro. A porta do apartamento ainda está aberta, pois eu não fiz questão de fechá-la e entro. Quando caminho para a sala, encontro o Harry a fitar a televisão mas não parece atento ao filme que ainda continua a dar. Está mais concentrado nos seus pensamentos.

Sento-me ao seu lado e respiro fundo, tentando ignorar o nervosismo que neste momento percorre o meu corpo. Harry apercebe-se da minha presença e olha para mim com uma expressão de arrependimento.    

“Peço desculpa.” 

“Não precisas.” Encolho os ombros, sorrindo. “Já percebi desde o princípio que tu és um tarado sexual.” Digo, divertida.

Tudo o que eu menos quero agora é um ambiente tenso e estranho entre nós que vá prejudicar a nossa amizade.

                “Desculpa?!” Sorri divertidamente.

Eu afasto-me quando ele se aproxima.

                “Um…”

                “Um quê?”

Winter » harry stylesWhere stories live. Discover now