Capítulo 1

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Noah pov.

Eu sou Noah Urrea de 24 anos, tenho tudo o que os outros sempre quiserem, mas por obra do destino tudo isso calhou-me a mim, que não queria.

Hoje, mais um dia de trabalho acabado.

- Sr. Urrea, já me pode dispensar? - Diarra entra na minha sala, e diz meio atrapalhada.

- Já acabou o seu serviço? - digo sem olhar para ela.

- Sim Sr. Urrea. - diz de cabaça baixa.

- Então vá logo embora. - digo firme.

Diarra sai da sala e depois de fechar a porta recebo uma ligação. Olho para o meu telemóvel e vejo que é a Shivani, minha irmã.

CALL ON

- Noah... - diz entre soluços.
Levantei-me às pressas.

-Shivani? O que aconteceu? - digo aflito.

- Pais... discussão... - diz ainda a chorar.

- Já estou a ir para aí.- digo e desligo o telemóvel e corro para o estacionamento.

Entro no carro e saio às pressas do estacionamento em direção à casa dos meus pais.

[...]

Chego ao portão de casa e já consigo ouvir os gritos do lado de fora.

- Tu disses-te que já tinhas deixado essa merda. - diz a minha "mãe" quando entro em casa.

Fecho a porta brutalmente e todos os olhares se direcionam a mim.

-Mãe, ele nunca vai mudar-grito enraivecido.

-Noah respeito que eu sou teu pai-grita nervoso.

-É impossível vocês voltam sempre ao mesmo-digo nervoso. -Ter pais e não ter é a mesma coisa-digo num grito que fez todo o mundo parar até de respirar.

-Noah, filho não digas uma coisa dessas nós amamos-vos mesmo com as nossas discussões--diz aos soluços de tanto chorar.

Não ouço mais e vou direto ao quarto de Shivani.

Quando bato na porta ninguém responde fico preocupado e entro ás pressas e tenho a visão da pessoa mais importante da minha vida encolhida na cama parecia aquela criança que sempre que ouvia as discussões dos pais se agarrava a mim como se eu fosse a única pessoa da vida dela. Pois isso era verdade quando isso acontecia só nos tínhamos um ao outro.

Flash back on:

Já eram 5 da manhã e acordei com gritos e objectos a serem arremessados contra a parede.
Levantei me da cama e desci devagar as escadas  e quanto mais me aproximava os gritos aumentavam quando cheguei ás últimas escadas parei para ouvir quem gritava.

-Como tiveste coragem de me fazer uma coisa destas sempre achei estranho saíres de casa no  início da noite a dizeres que tinhas uma reunião de última hora ou que tinha havido um problema na empresa. E as viagens constantes para o exterior, já desconfiava que andavas com outras mas nunca quis acreditar que tu fosses capaz de me fazer uma coisa destas e os teus filhos como é que eles vão reagir?-diz entre o choro em um tom mais baixo.

-Eles nem vão sonhar que isto aconteceu e isto só foi uma recaída eu ainda te amo a ti e aos nossos filhos que nos unem até hoje mesmo que não faças isso por mim faz por eles.

-Não, não posso fazer isso. - diz num grito.

Vejo o meu pai ir para cima da minha mãe e lhe acertar vários estalos. No último estalo ouço o meu pai dizer:

-Tu não me vais deixar vais fazer o que eu te digo senão nunca mais vês os teus filhos.

-A tua sorte é que amo os meus filhos e ainda te amo.

Foi a última palavra que ouvi antes de subir para o quarto da Shiv entro no quarto e a vejo enrolada nas cobertas a chorar.

-Porque eles discutem Noah?-pergunta num sussurro.

-São coisas de adultos nós não nos podemos meter-diz triste.

-A partir de agora vamos ser só nós dois vamos contar sempre um com o outro para o mal e para o bem.-digo com as lágrimas já no canto do olho.

-Prometes?-pergunta a sair debaixo das cobertas.

Dormimos agarrados quando a discução acalmou.

Flsah back off

Esta discução fez me lembrar a primeira de muitas dos meus pais pelo menos nós os dois sempre permanece-mos unidos.
De um ano para cá as discussões desapareceram mas eu sabia que não era por muito tempo.

Quando acordei dos meus pensamentos reparei que shivani estava num sono profundo e a casa tava silenciosa.
Então deitei shivani na cama e a cobri. Desci as escadas com cuidado porque não queria ver meus pais. Tentativa falhada pois meu pai estava sentado numa poltrona na sala com um copo de vinho na mão.
Tentei sair pela sala sem nenhum contacto visual quando estava pronto para abrir a porta meu pai se prenuncia.

-Espero que da próxima vez fale comigo com mais respeito pois sou seu pai.

-Você perdeu o meu respeito no dia em que colocou um dedo na minha mãe sem se importar. - digo rude.

Não o deixo responder e deixo aquela casa finalmente.
No caminho para minha casa lembro-me que amanhã teremos uma nova equipa de limpeza vou ter que pedir para a minha secretária para orientá-los pois tenho mais que fazer e pouca paciência para essas coisas.
Estaciono o carro na garagem entro em casa e sou logo abordado por minha empregada.

-Sr. Urrea ta tudo bem posso ajudar?-pergunta curiosa.

-Não, e meta-se na sua vida. - digo sem olhar para ela.

Tomo um banho e vou direto para a cama.

Paramos ou continuamos?
Somos portuguesas, por isso as palavras "estranhas". Se não perceberem digam nos comentários.

Marcas de Sofrimento- NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora